Crikey has raised legitimate concerns about the inherent biases and inaccuracies of AI produced content, along with the theft of journalists’ intellectual property without their consent to train AI models.
But the strongest reason made by Crikey for banning AI is that it cannot replicate the real work of journalists faithfully and ethically working in the public interest.
MEAA commends Crikey for taking a stand for public interest journalism and we call on other outlets to do the same.
In its submission to a Parliamentary inquiry into AI, MEAA has urged the government to make laws requiring the disclosure of any data used to train AI, prevent theft by AI platforms, and mitigate the threat of misinformation and disinformation.
Os Açores são a segunda região da Europa com a maior taxa de abandono escolar precoce (21,7%). O valor é quase três vezes superior à média nacional (8%), segundo o INE.
1. O etimólogo que propõe a origem pré-romana é Joan Coromines, no Diccionario crítico etimológico castellano e hispánico. Já o grande etimólogo português José Pedro Machado regista a hipótese latina no Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa.
2. O documento latino onde aparece “Caralio” é uma doação ao Mosteiro de São Pedro de Roda, na zona da actual Catalunha, de 982. Esse nome tinha sido considerado indecoroso noutro documento, anos antes (974), que não incluía o nome precisamente para evitar o palavrão. A citação no vídeo é uma junção das referências nos dois documentos, que se referem ao mesmo monte. Veja-se https://tinyurl.com/CARALIOORIGEM
Com o verão a bater à porta, muitos já planeiam as próximas aventuras. Mas viajar para destinos fora de Portugal pode ser intimidante, especialmente quando as barreiras linguísticas se tornam um obstáculo. Felizmente existe um tradutor automático que lhe permite viajar em tranquilidade.
Esse parece-me, aliás, um dos grandes problemas do ensino público: o desfasamento entre aquilo a que os programas se propõem e aquilo que efetivamente os alunos absorvem é abissal.
Isabel Pinheiro Magalhaes
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O Saloio
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GOSTARIA DE IMAGINAR UM INGLÊS, UM FRANCÊS OU UM CHECOSLOVACO A TRADUZIR ISTO…:
— ESTE TEXTO DE MAFALDA SARAIVA MOSTRA O QUÃO MARAVILHOSA É A NOSSA LÍNGUA:
Antes de ir desta para melhor, vou dar com a língua nos dentes e lavar roupa suja. Com a faca e o queijo na mão, com uma perna às costas e de olhos fechados, vou sacudir a água do capote. Ainda tirei o cavalinho da chuva, tentei riscar este assunto do mapa, mas eu sou uma troca-tintas, uma vira casacas e vou voltar à vaca fria.
Andava eu a brincar aqui com os meus botões, a chorar sobre o leite derramado, com bicho carpinteiro e macaquinhos na cabeça, quando decidi procurar uma agulha no palheiro. Eu sei, eu não bato bem da bola, mas sentia-me pior que uma lesma e tinha uma pedra no sapato. O problema é que andava a bater com a cabeça nas paredes há algum tempo, com um aperto no coração e uma enorme vontade de arrancar cabelos.
Passei muitos dias com cara de caso e com a cabeça nas nuvens como uma barata tonta. Mas eu, que sou armada até aos dentes, arregacei as mangas e procurei o arquivo a eito. Acontece que uma vez em conversa com um amigo ele disse-me «Tiras-me do sério» e eu, sem papas na língua, respondi «Se te tiro do sério, deixo-te a rir, é isso?».
Ele, de trombas e com os azeites, gritou em plenos pulmões «Esquece Mafalda, escreves belissimamente mas não conheces nem 1/4 das expressões portuguesas.»
Só faltou trepar paredes. É preciso ter lata! O primeiro milho é dos pardais. Primeiro pensei ter posto a pata na poça, depois achei que ele tinha acordado com os pés de fora e que estava a fazer uma tempestade num copo d´água e trinta por uma linha. Fiz vista grossa, mas depressa disse Ó tio! Ó tio!
Abri-lhe o coração, o jogo e os olhos na esperança de acertar agulhas e pôr os pontos nos is. Não lhe ia prometer mundos e fundos nem pregar uma peta, eu estava mesmo a brincar. Era um trocadilho. Pão, pão, queijo, queijo. Rebeubéu, pardais ao ninho, fiquei com os pés para a cova, só me apeteceu pendurar as botas e mandá-lo pentear macacos, dar uma volta ao bilhar grande ou chatear o Camões.
Que balde de água fria! Caraças, levei a peito, aquela resposta era tão sem pés nem cabeça que fui aos arames. Eu sei que dou muitas calinadas, meto os pés pelas mãos e faço tudo à balda. Posso até ser uma cabeça de alho chocho e andar sempre com a cabeça nas nuvens mas não ia meter o rabo entre as pernas nem que a vaca tossisse.
Pus a cabeça em água e fiquei a pensar na morte da bezerra. Caí das nuvens e com paninhos quentes passei a conversa a pente fino, não fosse bater as botas. Percebi que ele tinha trocado alhos por bugalhos, apeteceu-me cortar-lhe as vazas, mas estava de mãos atadas e baixei a bola. Engoli o sapo, agarrei com unhas e dentes, dei o braço a torcer e dei-lhe troco com o intuito de descalçar a bota.
Não gosto muito do vira o disco e toca o mesmo, mas isto já são muitos anos a virar frangos e pus as barbas de molho. Uma mão lava à outra e as duas lavam as orelhas, mas ele está-se nas tintas, à sombra da bananeira. Não deu uma mãozinha nem deixou-se comprar gato por lebre. Ficou com a pulga atrás da orelha, pôs-se a pau antes de estar feito ao bife.
Pus mãos à obra, tentei fazer um negócio da China e bati na mesma tecla. Dados lançados, cartas na mesa, coisas do arco da velha. Claro que dei com o nariz na porta, o gato comeu-lhe e língua e saiu com pés de lã. Água pela barba! Devia aproveitar a boleia antes de ficar para tia de pedra e cal onde Judas perdeu as botas.
É que isto pode estar giro e estar fixe, mas não me apetece segurar a vela com dor de corno e dor de cotovelo só porque não conheço 1/4 das expressões portuguesas.
MAFALDA SARAIVA
Foto: José Coelho/Lusa.
Partilhado por: «O SALOIO» – Mafra. | 25/01/2024.