imigrantes indesejados, anos 60

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O que era dito na França a propósito dos emigrantes portugueses:
“São esquisitos, baixos e com bigodes e barbas. Chegam, na esmagadora maioria, homens. Elas, quando vêm, cobrem os cabelos com panos e não usam saia acima do joelho. Muitas são proibidas pelos maridos de cortarem o cabelo. Por vezes, eles ameaçam-nas com uma chapada ou um murro; elas, subservientes, baixam a cabeça e colam as mãos ao ventre. Trazem com eles uma paixão fervorosa pela religião. Usam colares com o símbolo das suas crenças e são capazes de dar mais do que têm para que o seu local de culto, na sua terra natal, tenha um relógio ou um telhado novo. Rezam, pelo menos, de manhã e à noite. Se puder ser, ao final da tarde, cumprem mais um ritual.
Chegam sem falar uma palavra da nossa língua. Parece que fogem de uma guerra qualquer lá no país deles, da fome e da miséria. (…) Atravessam países inteiros a pé ou à boleia para chegarem aqui. Pagam milhares para saírem do seu país e vêm ficar na miséria. Alguns têm muitos filhos, muito mais do que aquilo a que estamos habituados. Deixam-nos sozinhos ou com os irmãos mais velhos, que não vão à escola. Mas são muito trabalhadores.
(…)
São diferentes de nós e isso causa-nos má impressão. Não são muito limpos, cospem para o chão e as suas maneiras em público deixam muito a desejar. Vivem em bairros de lata que mais parecem campos de refugiados. Não sei como conseguem.”
___
“́ “. Ricardo M. Santos.2015
Foto de Immigrées portugaises dans un bidonville. Saint-Denis (Seine-Saint-Denis), 1966-1967.
Do mural de Paulo Maia Fernandes.May be a black-and-white image of 3 people and crowd

Na luta contra a extinção, aldeias na Sardenha estão a vender casas por 1 euro

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Apesar dos incentivos financeiros, as zonas rurais da Sardenha continuam envoltas numa crise demográfica existencial.

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Parlamento português aprova pacote anti-imigração; medida impacta brasileiros

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Mudança na Lei de Estrangeiros em Portugal impacta brasileiros.

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É improvável que alguém nascido depois de 1939 viva até aos 100 anos – ZAP Notícias

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Embora o número de centenários possa estar a aumentar, uma nova investigação revela que, estatisticamente, ninguém que viva atualmente deve esperar viver até aos 100 anos.

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AIMA manda português abandonar território nacional – Portugal – SÁBADO

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Despacho da Agência para a Integração Migrações e Asilo notifica 72 imigrantes para abandonarem território nacional e expõe dados pessoais de todos, incluindo moradas. Advogada destaca violação da proteção de dados e diz que um dos seus clientes até já obteve a nacionalidade portuguesa.

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Governo dos Açores saúda unanimidade do Parlamento sobre reconhecimento de cartas de condução da Bermuda – Comunicação – Portal

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Source: Governo dos Açores saúda unanimidade do Parlamento sobre reconhecimento de cartas de condução da Bermuda – Comunicação – Portal

sessão de autógrafos

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Não tem programa para o

entardecer da próxima quinta-feira, dia 4? Venha até aos jardins do Palácio de Belém onde estaremos para vos acolher com estas narrativas de Mulheres que, sem pudor, nos contam como foi desbravar os seus caminhos de liberdade. Serão todos/as bem-vindos/as.
✨ Está feito o convite!
As organizadoras do livro – , e , vão estar na ́ para uma sessão de autógrafos.
Uma oportunidade especial para conhecer as histórias de 40 mulheres portuguesas e luso-canadianas, e levar para casa um livro que é memória viva de resiliência e identidade que atravessa gerações.
Contamos consigo nesta celebração de cultura, identidade e diáspora.
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SOLIDÃO NA VELHICE EM PORTUGAL: UMA TRAGÉDIA

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SOLIDÃO NA VELHICE EM PORTUGAL: UMA TRAGÉDIA ANUNCIADA QUE NINGUÉM QUER VER
Em Portugal, ser velho é quase uma sentença de invisibilidade. Numa sociedade que idolatra a juventude, os idosos são descartados como móveis antigos: já tiveram o seu tempo, agora atrapalham. A solidão na velhice não é um acaso, mas o produto direto das escolhas que temos feito como sociedade. E o mais triste é que todos fingem que não têm nada a ver com isso. A cultura portuguesa, que em tempos se orgulhava de cuidar dos seus mais velhos, hoje terceiriza essa responsabilidade. Os filhos estão “ocupados demais”, os vizinhos desapareceram e os lares de idosos tornaram-se depósitos de consciência tranquila. Instalou-se a ideia de que “o Estado que resolva”. Só que o Estado não tem tempo, nem dinheiro, nem afeto. Vivemos num país onde os idosos sustentaram famílias inteiras, mas agora vivem com reformas miseráveis, onde cuidaram de netos para que os pais pudessem trabalhar, mas agora são esquecidos em apartamentos frios ou abandonados no interior, sem transporte, sem apoio, sem voz. O envelhecimento, em Portugal, tornou-se um sinónimo de isolamento. A cidade não está pensada para eles. A tecnologia, muito menos. E a sociedade, essa, só os lembra no Dia dos Avós ou quando se quer comover em telejornais. No resto do tempo, a presença deles é incómoda: caminham devagar, falam do passado, não “sabem mexer no telemóvel”. O mais hipócrita é que todos nós vamos envelhecer. Mas, por algum motivo, fingimos que isso não nos diz respeito.
E por que razão esta solidão só tende a aumentar?
1. Desumanização das relações familiares: Os laços familiares tornaram-se frágeis, impacientes e baseados na utilidade. Quem não produz ou não “rende” é descartado.
2. Migração e urbanização: Filhos e netos partiram para o estrangeiro ou para as grandes cidades. O interior do país está envelhecido e esquecido, literalmente.
3. Tecnologia que exclui: Tudo é digital, automatizado, desumanizado. Quem não acompanha, é deixado para trás. Até ir ao banco virou um desafio para quem tem mais de 70 anos.
4. Falta de políticas públicas eficazes: Fala-se muito em “envelhecimento ativo”, mas o que se oferece são atividades pontuais e simbólicas. Onde estão os centros comunitários reais, o apoio psicológico, os transportes adaptados?
5. Vergonha de envelhecer: Os próprios idosos foram levados a acreditar que envelhecer é um fracasso. Por isso, escondem-se, silenciam-se, encolhem-se no mundo.
A solidão na velhice em Portugal não é um problema social. É um espelho da nossa falência moral. E enquanto não houver coragem para encarar esta verdade, continuaremos a assistir ao envelhecimento de um povo abandonado à sua própria sorte.
(Um dia seremos todos velhos… Para meditarmos seriamente).
José Micard Teixeira
(Crónicas Sem Maquiagem sobre uma Sociedade Sem Perfume)
Aguarela
Joao Paulo de Carvalho
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