527. AS ROQUEIRAS (FOGUETES) DO MEU DESCONTENTAMENTO 27.5.2024

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para compensar o lamento da crónica que vai depois das imagens, estas servem para me recompensar de viver aqui…..

 

527. AS ROQUEIRAS (FOGUETES) DO MEU DESCONTENTAMENTO 27.5.2024

Há tradições e tradições, e se bem que, de uma forma geral, apoie e sustente a sua preservação, tenho de admitir que com o passar dos anos, e séculos, fruto da ecologia e outras ciências, algumas dessas tradições estão condenadas e devem ser abolidas ou modificadas.

Refiro-me a uma proposta (que, infelizmente ainda não encontrou eco legal) do partido PAN para acabar com o ruído, eliminando as roqueiras e morteiros (foguetes ou petardos) ou substituindo-as por outras silenciosas. Raramente estou de acordo com o PAN e seus extremismos, mas dei comigo a aplaudir a proposta.

É a partir de maio e até finais de setembro que o tormento surge. Estamos na época do Espírito Santo e não só nesta festa, mas em todas as ocasiões (e elas parecem ser semanais) há as roqueiras (os tradicionais foguetes ruidosos) que impedem qualquer descanso, assustando animais e humanos a qualquer hora do dia e da noite. Costumo dizer que se eu mandasse …. nunca mais acendiam nenhum foguete…

Ontem dia 26 de maio os mordomos dum qualquer Império aqui na Lomba da Maia devem ter-se esquecido da crise e toca a fazê-los rebentar, a todas as horas, entre as 07.20 e as 24.00 com deveras curtos intervalos de descanso e silêncio. Em vinte anos foi o dia com mais foguetório de que me lembro, tive de manter as janelas fechadas apesar da temperatura amena de 20 ºC e uma das minhas cadelas passou o dia aterrorizada a urinar por toda a casa e a tentar esconder-se debaixo dos meus pés, aqui na secretária, donde escrevo este lamento que, infelizmente, ninguém vai ouvir e muitos irão criticar.

Haverá, quiçá, até uma certa xenofobia e a velha afirmação de que eu afinal nem sou de cá…ou como o outro (vizinho) em tempos me disse, “ó senhor isto não é a cidade” e a desculpa tola de que como é tradição sobrepõe-se a toda e qualquer lei que exista ou venha a existir.

Qualquer festa, festarola ou celebração (até no desporto futeboleiro) vem sempre acompanhada de foguetes estrelejando nos céus com o seu caraterístico bum, que ainda hoje ninguém me conseguiu explicar para que servem.

Já tentei entender se tem a ver com frustrações edípicas ou outras, com sexualidades reprimidas ou quejandas mas nada descortinei que as pudesse explicar, de forma satisfatória.

Além do inconveniente para tímpanos mais sensíveis, há o desassossego de animais domésticos e outros que entram em pânico com o barulho, como há anos observamos cá em casa.

Depois, há o incumprimento das normas e horários. Quando interrogo algum dos nativos logo me respondem “isto não é a cidade, senhor”. Começam normalmente pelas 07 da matina e vão até bem depois da meia-noite, à revelia de posturas municipais, e outras leis que definem o período em que podem ser lançados tais foguetes.

Ecoam como canhões, desde manhã cedo até noite adiantada rompendo o silêncio do descanso da madrugada. As roqueiras ao contrário do fogo de artificio são só barulho sem cores nem desenhos elaborados riscando os céus.

Os açorianos primam pelo desconhecimento e incumprimento de normas de segurança, em geral. É vê-los de cigarro na boca, a acendê-lo na ponta do rastilho e lançar o projétil ao ar.

Parecem crianças com um brinquedo, deveras perigoso, mas a irracionalidade de os lançar a qualquer hora confunde-me e irrita-me.

Sei que somos poucos, uma minoria talvez de descontentes com esta tradição, a precisar de leis e normas e fiscalização para se acabar com este flagelo auditivo nas suas múltiplas vertentes de perigo além do inconveniente estrondo.

Honremos a memória visionária da Helena Chrystello

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Em 2010 contra tudo e todos, a Helena Chrystello deu conta da generalizada inexistência de obras de autores contemporâneos açorianos no mercado, muito menos traduzidos para que as novas gerações (da diáspora) os pudessem apreciar e foi assim que, num ato visionário de antecipação dessa necessidade, com a Rosário Girão, da Universidade do Minho deitou mãos à obra e lançou em outº 2011 no 16º colóquio em Santa Maria a primeira antologia bilingue de autores açorianos contemporâneos (editada pela Calendário de Letras) e a qual foi igualmente lançada em Toronto (setº 2012) nos 65 anos do departamento de Português da Universidade de Toronto, e no 18º colóquio em Ourense na Galiza (outº 2012).

Trabalho pioneiro que até hoje quanto a nós não foi merecidamente reconhecido. Felizmente nesta data a Letras Lavadas e Bruma Publications com apoio da Brown University fazem esse trabalho regularmente, que nós na AICL com a Helena Chrystello iniciámos sem apoios decentes para uma ampla disseminação…mas a obra existe e tem mérito e não pode ser esquecida (URGE REEDITAR) agora que a autora nos deixou .

 

adiante se deixam as 4 principais apresentações da obra e a sua apresentação principal em Toronto…e no ano passado uma original antologia de poesia 9 poemas 9 línguas… vá lá agora copiem e repitam…

ANTOLOGIA_ROSARIO_

https://blog.lusofonias.net/wp-content/uploads/2024/05/ANTOLOGIA_ROSARIO_APRESENT.docx

 

apresentantologia bilingue maia 30nov2011

https://blog.lusofonias.net/wp-content/uploads/2024/05/apresentantologia-bilingue-maia-30nov2011.docx

 

apresentaçao sta maria

https://blog.lusofonias.net/wp-content/uploads/2024/05/apresentacao-sta-maria.docx

 

Comunicação (curta)

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Apresentação Toronto para Ata

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