Categoria: ChronicAçores

  • crónica 588-invisibilidade-21.

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    estas e as restantes crónicas em https://www.lusofonias.net/mais/as-ana-chronicas-acorianas.html

     

     

  • DIÁRIO DE UM HOMEM SÓ APRESENTADO DIA 25 lajes flores

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    nas lajes das flores dia 25 ver detalhes em https://coloquios.lusofonias.net/XL/

  • se a cultura se vendesse no hipermercado era mais fácil

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    587 se a cultura se vendesse no hipermercado era mais fácil

    (esta e as anteriores chrónicaçores estão em https://www.lusofonias.net/mais/as-ana-chronicas-acorianas.html)

    Leonardo Boff, Teólogo escrevia em setembro de 2009 matéria para refletirmos:

    A tradição do Tao vê a história como um jogo dialético e complementar de dois princípios: yin e yang, subjacentes aos fenómenos humanos e cósmicos. A referência para representar estes dois princípios é a montanha. O lado norte, coberto pela sombra, é o yin, corresponde à dimensão Terra. Expressa-se pelas qualidades da anima, do feminino nos homens e nas mulheres: o cuidado, a ternura, a acolhida, a cooperação, a intuição e a sensibilidade pelos mistérios da vida.

    O yang significa a luminosidade do lado sul e corresponde à dimensão Céu. Ganha corpo no animus, as qualidades masculinas no homem e na mulher como trabalho, competição, a força, objetivação do mundo, análise e a racionalidade discursiva e técnica.

    A sabedoria milenar do Taoismo ensina que as duas forças devem ser equilibradas para que o caminhar se faça dinâmica e harmonicamente. Se uma predomina sobre a outra, urge um equilíbrio difícil entre elas. O yin e o yang remetem a uma energia originária, um círculo com ambos: o Shi.

    Os cristãos falam do Spiritus Creator, ou do Sopro cósmico, que enche e dinamiza toda a criação. Os cosmólogos citam a Energia que produziu um minúsculo ponto que depois explodiu – big bang – dando origem ao universo. Após esta incomensurável explosão, a Energia desdobrou-se nas quatro forças fundamentais que atuam sempre juntas e que subjazem a todos os eventos – a energia gravitacional, eletromagnética, nuclear fraca e forte – para as quais não existe, na verdade, nenhuma teoria explicativa.

    A nossa cultura ocidental, globalizada, rompeu com a visão integradora. Enfatizou tanto o yang que tornou anémico o yin. Permitiu que o racional recalcasse o emocional, que a ciência se inimizasse com a espiritualidade, que o poder negasse o carisma, que a concorrência prevalecesse sobre a cooperação e a exploração da natureza descurasse o cuidado e o respeito devidos. Este desequilíbrio originou o antropocentrismo, o patriarcalismo, a pobreza espiritual, a cultura materialista e predadora e a atual crise ecológica global. Só com a integração da força do yin, da anima, da logique du coeur (Pascal), do mundo dos valores, corrigindo a exacerbação do yang, do animus, do espírito de dominação, podemos proceder às correções necessárias e dar novo rumo ao projeto planetário. Se não encontrarmos um ponto de equilíbrio tudo pode acontecer, até um flagelo antropológico. Precisamos de uma loucura sábia que faculte uma nova síntese entre os dois polos para reinventar um caminho que nos garanta o futuro.

    É por essas e outras que gosto de escrever a palavra REVOLTEM-SE, mas pode ser crime de traição ou de apelo ao terrorismo, face às novas leis, pelo que me coíbo de o fazer.

    Faltou frisar que a ideia da nova educação é fazer com que os professores estejam cada vez menos preparados e criem alunos ignorantes. É a teoria do mínimo denominador comum. Não interessa a nenhum governo uma população culta, educada e lida…depois era mais difícil regê-los. Segue-se uma nova versão da máxima salazarista “quanto mais ignorantes mais felizes…” ou como o amigo Daniel de Sá, em tempos, me avisou, no formato original, a máxima de Salazar era: “Um povo culto é um povo infeliz.” Sejamos felizes, sejamos incultos. A razão de todas as infelicidades reside na Santa Cultura que tanta dor pariu.

    Depois criam-se artificialmente castas (este país sempre foi um país de castas). Primeiro, havia a dicotomia entre professores primários, secundários e os universitários. Vasos não comunicantes e estanques. Para mim o erro foi acabar com a Escola do Magistério e criar as ESE… que fabricaram diplomados com ignorância e falta de preparação como a Helena (minha mulher) comprovou quando lecionou numa…até dói. Já basta haver programas que pouco ou nada ensinam (mais curtos, inúteis e fúteis, cheios de imagens para contrabalançar a falta de conteúdo, para contrapor a asserção vigente no meu tempo de que aprendia coisas que para nada serviam).

    Claro que a impreparação dos professores aplicada numa educação de massas, caracterizada pelo mínimo denominador comum, vai perpetuar o ciclo descendente de conhecimentos, e cada vez haverá mais burros nas fileiras. Isso é altamente importante para os políticos no poder. Quanto mais iletrados, melhor serão conduzidos os milhões de cordeiros do rebanho da nação. A educação é uma fábrica de analfabetos para ensinar mais analfabetos futuros. Nada mais perigoso que uma pessoa que lê e estuda. Até pode pensar por ela…

    Este país tem demasiadas leis e incumprimentos a mais…para quê se ninguém as cumpre? O que é preciso é civilizar [leia-se DOMESTICAR] o povo para se poderem impor regras e normas, o resultado está à vista…vive-se numa ditadura republicana, de esgares monárquicos, disfarçada de democracia. Tal como no tempo do Hitler só quando chegar à nossa porta é que nos daremos conta do caminho por onde nos levaram… As democracias só podem funcionar com gente culta e preparada e não com quase dez milhões de analfabetos como em Portugal. Nos outros países (e na Austrália vi isso) fazem-se sacrifícios e o país avança e progride, aqui obrigam-se a sacrifícios e o país fica na mesma, só se trabalhou para a estatística europeia e não para criar riqueza.

    Como escreveu Mendo Henriques em agosto de 2008: “é altura de fazer uma revolução e dar o poder a quem tem cultura e não a quem tem dinheiro”.

    É tudo uma questão de visão, os portugueses têm-na tipo túnel (quando a têm). Outros veem mais longe e preocupam-se com o futuro. Eu aprendi imenso com os chineses. Foi essa a lição mais importante. Nunca me esqueço também do que mais me impressionara na aprendizagem com os aborígenes australianos: como sobreviver milhares de anos com uma cultura oral, sem escrita, sem posse de terras, sem matar a não ser o que é necessário para uma alimentação frugal, para preservar o meio ambiente. Assim foram capazes de manter um segredo durante séculos (como era o crioulo de português que uma tribo manteve durante mais de quatrocentos anos e da qual se falou atrás).

    O excesso de informação, desinformação e manipulação política acabam por condicionar o rebanho dócil dos que falam muito e se queixam ainda mais, mas pouco ou nada fazem. Sempre prontos a criticarem o governo e os outros sem perceberem que a verdadeira culpa radica neles.

    Os portugueses habituaram-se ao goze agora e pague depois, se não morrer antes. Não se importam com os que roubam à sua volta, sejam do governo ou da privada. Até os invejam e gostariam de poder fazer o mesmo. A maioria dos habitantes, da Lusitânia sem alma, não quer saber de princípios. Abomina quem os tem. Se bem que poucos, existem alguns que os preservam e perseveram.

    De qualquer modo o que é que o homem e a mulher comuns podem fazer, além de falar no café e queixarem-se aos amigos e conhecidos? Mesmo que soubessem rabiscar umas ideias e quisessem escrever uns artigos, provavelmente não seriam publicados. Vive-se numa ditadura dissimulada em que mesmo com 200 mil pessoas em manifestações de rua nada se consegue. O poder não treme nem pestaneja, coça-se como se estivesse a ser atacado por uma ridícula e inofensiva pulga. É essa a opinião dos governantes sobre o povo que manietam. Para quê denunciar escândalos? Raro é o dia em que um ou mais são denunciados nas redes, na internet na rádio e televisão. A justiça, que sempre esteve ao lado dos poderosos, parece estar ao lado dos que mais roubam e lesam o país Viriato e Sertório foram apunhalados pelos seus conselheiros. Aprende-se mesmo pouco em Portugal. Falta agora um novo Viriato a liderar os Lusitanos contra os usurpadores da República..

     

     

     

     

     

  • 585. viver é uma canseira

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    585. viver é uma canseira abr 2025 (esta e as anteriores 584 crónicas estão em https://www.lusofonias.net/mais/as-ana-chronicas-acorianas.html

    Li há dias numa parede grafitada que viver é uma canseira, quem o disse e recriou para a posteridade deve ter tido uma vida desastradamente monótona e desinteressante.

    A minha maior canseira foi chegar à 4ª idade com o cérebro de 25 anos e um corpo de 125.

    Nem queiram saber o rol de maleitas que surgem, umas atrás das outras num corpo aparentemente saudável e não muito escalavrado pelos anos. É esta canseira que ora me aflige pela expectativa daquilo que de pior ainda está por chegar.

    Sempre pedi à minha mulher que não me deixasse conhecer este estado civil de viuvez pois já pressentia as dores que traria.

    É precisamente agora que pareço ter perdido toda e qualquer réstia de paciência, para ouvir as promessas ocas dos políticos balofos, que nunca fizeram nada na vida a não ser venderem promessas vazias. E de eleição em eleição reciclam-se e prometem o que já tinham prometido e que tanto eles como os eleitores se esqueceram.

    E tudo aquilo que ainda não fizeram, em mandatos anteriores, será agora que vão fazer, até melhor do que seria de esperar dada a conjuntura, que, conjuntamente com a ingrata mãe natura, o clima, a economia, a guerra (qualquer uma, não importa), algumas potências estrangeiras, a globalização, o protecionismo ou outro qualquer asteroide impediram anteriormente que fosse realizado.

    Entre outras notícias de somenos importância desfilam pelos entediantes ecrãs da nossa realidade destilando palavras inócuas que parecem encher o mundo de bolas de cristal coloridas plenas de futuros acontecimentos inconseguidos.

    O tempo, esse mestre maior, acaba sempre por se ver livre dos seus seguidores e, mais cedo ou mais tarde, transita para outra dimensão onde deles jamais se ouvirá falar. Mas logo outros políticos de carreira surgirão para lhes tomar o lugar. Escrevo isto e lembro a história de Roma ao longo de séculos, e sorrio ao vê-la aqui reproduzida já no curto espaço da minha vida.

    Está aí mais uma eleição à sua espera, e de nada servirá o seu voto exceto para justificar que a democracia ainda é o melhor sistema de todos, apesar das suas fragilidades, desigualdades, iniquidades e abusos e se estiver numa fase da vida que é uma canseira, como eu estou, sabe bem que a autocracia e a ditadura ainda o fariam bem mais infeliz.

  • COMO-ENSINAR-A-ENVELHECER-POR-CHRYS-

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    https://blog.lusofonias.net/wp-content/uploads/2025/04/C.pdf

  • a maldição da mudança da hora outº 30, 24

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    a maldição da mudança da hora outº 30, 24551 a maldição da mudança da hora outº 30
  • Como ensinar a envelhecer

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    Crónica 578. Como ensinar a envelhecer 24.3.2025

    Ao tempo que esta Humanidade que conhecemos existe (podem ter havido outras), com a constante introdução de novas disciplinas no currículo escolar e ainda ninguém se lembrou de uma “Como ensinar a envelhecer em 3 variantes: saudável, doente, demente”.

    A falta que isso faz só se nota quando já é demasiado tarde e normalmente sem possibilidade de recuperação.

    O mais grave é que os interessados nesse currículo, na maioria dos casos, nem se apercebem.

    Os primeiros sintomas nem são visíveis a olho nu, e ocorrem quando se olham ao espelho de casa. Se, como eu, não foram partidários de fotos tipo autorretrato (a que pomposamente chamam “selfie”) nem se apercebem. Basta orientar a câmara do telemóvel para a sua cara, que logo entende o que é o envelhecimento.

    E não é nada gracioso, é brutal, nas comissuras do rosto escalavrado pela idade e vicissitudes da vida.

    É um susto, aquela cara não é a minha, nem eu me reconheço nela, não sou eu naquela imagem de telemóvel, são esgares de um velho, um idoso já muito acabado.

    Assustado, posso tentar rever a minha face no espelho de casa, mas mesmo aí a imagem já está avelhentada, agora que a vimos em formato “selfie”.

    Se a estes sintomas iniciais se juntarem doenças ou demência (hoje, vulgar e comum à maioria dos idosos), a necessidade do dito curso intensivo torna-se mais imperiosa.

    Para mim, já não virá a tempo, mas vou sugerir à Secretária Regional da Educação que pondere esta alteração curricular.