Categoria: açorianidades açorianismos autores açorianos

  • Professores criticam atraso na divulgação das colocações

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    Docente contactada pelo Açoriano Oriental denuncia atrasos nas colocações, falta de recursos e degradação das escolas, alertando que a incerteza afeta não só a profissão, mas também a vida das suas famílias

    Source: Professores criticam atraso na divulgação das colocações

  • previsões erradas chrys c

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    603. previsões erradas 15.8.2025

     

    esta crónica e anteriores em https://www.lusofonias.net/mais/as-ana-chronicas-acorianas.html

     

    Quando em junho 2019 escrevi sobre o 6 de junho 2035, e posteriormente o Pedro Almeida Maia usou idêntica ficção num dos seus livros, tinha a secreta esperança de que dentro de alguns anos uma ou outra dessas previsões futuristas se concretizassem. Mais de seis anos volvidos lamento confessar que o meu otimismo era injustificado. Senão vejamos:

    O 6 JUNHO 2035 CRÓNICA 263 jun 2019

     

    Acordei para mais um magnífico dia de sol sobre a ampla baía de Ponta Delgada cheia de cruzeiros de luxo. Em frente à marina as pessoas aguardavam a vez de embarcarem no metro para as praias (da costa sul e de norte e oeste).

    A linha dos Mosteiros sempre atrasada e a abarrotar de gente. O investimento em infraestruturas ferroviárias fora desencadeado no fim da década anterior quando os Açores começaram a receber cerca de 3 milhões de turistas ao ano.

    Ao contrário do que sempre fora feito, não investiram em estradas para um trânsito, cada vez mais congestionado, e introduziram várias linhas de metro de superfície que se alargavam já a vastas áreas da ilha. Faltava a ligação Ribeira Grande – Nordeste e Nordeste – Povoação. Aqui, fora já instalado o primeiro de uma série de teleféricos turísticos para quem queria ir ao Pico da Vara observar o ancestral habitat natural do priolo, essa ave que se extinguira subitamente com o aumento do influxo turístico em 2020. Estavam suspensos os projetos dos teleféricos nas Sete Cidades, Furnas, Povoação, Lagoa do Fogo, mas com os atuais cortes de fundos europeus era incerta a data da sua concretização.

    Na marginal de Ponta Delgada, perto da antiga Calheta de Teive, pejada de hotéis e com o casino, havia agora um moderno heliporto que servia de base aos táxis aéreos (de drones sem condutor) que faziam viagens curtas até Vila Franca e à nova marina do ilhéu, enquanto mais adiante os táxis marítimos sem condutor, aguardavam os turistas que queriam observar a vida marinha ou ir até Santa Maria ver foguetões e visitar o Centro Espacial da Malbusca.

    Na costa norte da ilha, como sempre aconteceu ao longo dos séculos, as coisas estavam ainda muito mais atrasadas e apenas se disponibilizavam passeios pela costa, usando os antigos barcos de pesca de Rabo de Peixe, Porto Formoso e da Maia com os pescadores reformados a servirem de guia às grutas e praias esconsas da ilha.

    A grande autoestrada marginal entre os Arrifes e a Achada ia prosseguindo com grandes atrasos, que a costa era escarpada e não era fácil construir uma estrada panorâmica na inclemente costa nortenha.

    A grande atração da capital da costa norte continuava a ser, desde há muitos anos, a das viagens de balão entre a cordilheira central e a Ribeira Grande, o roteiro das igrejas, os campeonatos de surf e as mariscadas ao pôr-do-sol. Os planos para recuperar os moinhos da costa norte nunca avançaram, dadas as necessidades de apoio social à sempre crescente população da cidade satélite de Rabo de Peixe e as inúmeras necessidades de apoio social. A cidade crescera em todas as direções sendo uma linha contínua de habitações entre as Capelas e a Maia, que se haviam tornado meros subúrbios dormitório da Ribeira Grande.

    O pequeno submergível que iria explorar os navios afundados junto à costa oeste e norte fora desviado pela tutela do turismo para a Lagoa e Vila Franca onde estava ocupado em viagens contínuas de exploração do fundo subaquático. Pequenos hotéis de charme ao lado de grandes resorts polvilhavam as pequenas faixas de praia entre Água de Pau e Ponta Delgada riscando a paisagem em altura e desafiando as leis da gravidade, com as imponentes sombras a abaterem-se sobre os areais…

    Diariamente, pequenos navios especialmente construídos para estes mares faziam percursos entre as ilhas, transportando massas de gente e viaturas e colocando enorme pressão nos recursos, há muito esgotados, das redes viárias das outras ilhas que nunca beneficiaram do afluxo turístico centrado em São Miguel, uma ilha que tinha agora mais de um milhão de habitantes.

    As pessoas faziam passeios até às outras ilhas como quem vai ao zoológico da História, porque as restantes ilhas tinham mantido os encantos urbanos do século XX e eram, todas elas, agora Património da Humanidade.

    O Aeroporto da Nordela vira a extensão duplicada sobre o mar e era já um dos mais congestionados do país, mas continuava a não ter transporte urbano entre o aeroporto e a cidade devido ao lóbi dos táxis que sempre se opuseram às carreiras de minibus.

    O novo cais de cruzeiros em Santa Clara com uma nova marina para grandes iates, fora uma aposta ganha dado que o velhinho Porto e as instalações das Portas do Mar há muito se tinham mostrado insuficientes para as dezenas de cruzeiros que todos os dias aportavam a Ponta Delgada.

    A ilha fervilhava de atividade embora o custo do metro quadrado fosse quase tão caro como em Malibu, Los Angeles, com a cidade estendendo-se agora até às Capelas e chegando aos limites urbanos da Ribeira Grande. A cidade da Lagoa, que durante anos fora o dormitório de Ponta Delgada, já não tinha mais por onde crescer entalada entre a expansão de Vila Franca e a de Ponta Delgada, cheia de arranha-céus até ao Cabouco. Os domos de antigos vulcões que dantes pintalgavam a paisagem de Ponta Delgada tinham sido substituídos por enormes construções em altura pagas a preço de ouro.

    Os Açores eram a nova moda dos milionários de todo o mundo que aqui construíam casas de férias, jogavam golfe ou iam aos doze casinos espalhados pela ilha e que se haviam instalado, em muitos casos, nos museus vazios que foram construídos no início do século XXI…

    Nas velhinhas Portas da Cidade um pequeno grupo de nonagenários juntava-se anunciando a grande manifestação de 6 de junho para espanto dos turistas que sempre traduziam RAA como República Autónoma dos Açores desconhecendo o seu verdadeiro nome. Uma recente visita conjunta do primeiro ministro da Escócia e do ministro dos estrangeiros das Canárias tinha resultado numa declaração de apoio às reivindicações independentistas açorianas, muito a contragosto do Representante da República, que fora um influente presidente regional durante muitos anos.

  • a lista aumentada e atualizada de nomes próprios (sui generis) na minha Graciosa ilha.

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    Nomes da Graciosa

     

    Caras e caros amigos
    Tomo a liberdade de partilhar convosco, em anexo, a lista aumentada e atualizada de nomes próprios (sui generis) que tenho vindo a recolher na minha Graciosa ilha.
    Espero que gostem e podem partilhar a referida lista com a grávida mais próxima de vós…
    Abraço de mar, com um brilhozinho nos olhos.
    Victor Rui Dores
  • Os Açores deixaram de ser nossos.

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    May be an image of 1 person and text

     

     

    Hoje no jornal Correio dos Açores:



    Os Açores deixaram de ser nossos.



    Durante muito tempo os Açores foram apresentados como um destino autêntico e intocado, onde a natureza e a cultura coexistem em perfeita harmonia. Contudo, hoje, muitos Açorianos sentem que perderam esse paraíso, não porque o deixaram, mas, simplesmente porque já não o reconhecem.

    O crescimento económico, por muitos profetizado e por outros pomposamente anunciado, foi feito à custa da qualidade de vida dos Açorianos. E o turismo, que prometia um desenvolvimento harmonioso, tornou-se, em muitos aspetos, uma força de exclusão.

    O nível de vida nos Açores não acompanhou o crescimento do turismo. Os preços subiram, mas os salários estagnaram.

    Viver nos Açores tornou-se caro. Comer fora, fazer compras ou pagar uma renda, são hoje, lamentavelmente, desafios que afetam uma parte significativa da nossa população.

    O cabaz essencial de compras aumentou vertiginosamente. Os restaurantes, antes espaços acessíveis e familiares, passaram a praticar preços ajustados ao turista estrangeiro e não aos residentes. Com preços ao nível das maiores capitais europeias!

    Mas o infortúnio do vaticinado desenvolvimento respeita à habitação, que, nos Açores, tornou-se um bem quase inacessível, especialmente para os nossos jovens. Com a transformação de imóveis em alojamentos turísticos e o aumento da procura externa, muitos dos jovens Açorianos são empurrados para fora das zonas urbanas centrais ou quase como “obrigados” a permanecer em casa dos pais até muito tarde.

    Não podemos ter dúvidas, a crise habitacional nos Açores, aliada a uma total ausência de uma política de regulação eficaz, está a minar o direito constitucional à habitação.

    O turismo, que chegou em massa, trouxe consigo, ainda, outro problema, o desgaste do principal ativo dos Açores: a natureza. Trilhos sobrelotados, miradoiros transformados em filas para a fotografia e zonas balneares descaracterizadas. Já se sente uma crescente artificialidade.

    Em certas zonas, assistimos mesmo a um decréscimo da qualidade da oferta turística, com alojamentos pouco regulados, serviços irregulares e, sobretudo, experiências cada vez mais formatadas para agradar a um tipo de turista genérico.

    Desistimos de oferecer ao turista a identidade açoriana.

    Promover a Região não pode ser confundido como vendê-la.

    Quando se abdica da regulação, quando se cede tudo ao mercado, quando se esquece quem vive nas ilhas, o que se constrói não é desenvolvimento, é, antes sim, destruição silenciosa. E os primeiros a sofrer com esta realidade são os próprios Açorianos.

    Temos, todos, de nos questionar: o que se ganha em atrair turistas em grande número se os Açorianos deixam de ter qualidade de vida? De que vale encher as ruas de estrangeiros se os residentes já não conseguem pagar uma casa ou sentar-se à mesa de um restaurante da sua terra?

    E nesse caótico quadro, o poder político regional assobia para o lado. Regulamentar? Para quê se o mercado se regula sozinho. Investir em qualidade de vida? Talvez na próxima legislatura. Priorizar quem vive cá o ao todo? Que ideia mais exótica! Assim pensam, ironicamente, os nossos decisores políticos.

    Os Açores não podem continuar a ser vendidos como produto rotulado. Somos herança de mar e de terra, de vento e de gente. Só quando voltarem a ser dos Açorianos, na alma e no viver, poderão voltar a receber o Mundo com a autenticidade de quem se oferece, não como uma mercadoria, mas como destino sonhado.

    Se quem cá vive está bem, quem nos visita bem estará.



    Humberto Bettencourt

    Jurista

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  • JOSE GABRIEL AVILA FALAR VERDADE

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    Falar Verdade
    1. A minha previsão e crítica confirmaram-se: a vinda do Chefe do Estado aos Açores foi um fiasco e não atingiu, minimamente, os objetivos políticos da afirmação geoestratégica e ultraperiférica do arquipélago, nem contribuiu para reivindicar do Estado mais apoios financeiros para fazer face aos direitos constitucionais da saúde, educação e mobilidade dos açorianos.
    Marcelo usou a sua magistratura de influência para lançar avisos ao Governo e à maioria de direita sobre a alteração às leis da imigração e sobre outros temas da política nacional visando manter espaço nos telejornais nacionais.
    Diga-se, em abono da verdade, que também não foi questionado sobre os temas da ordem do dia que preenchem as agendas informativas regionais, nomeadamente: privatização da SATA, subsídio de mobilidade, transportes marítimos, finanças regionais, e utilização da Base das Lajes no conflito Israel-Palestina(Faixa de Gaza).
    A programação da visita presidencial, em pré-campanha para as autárquicas, serviu, de bandeja, os intuitos do Governo Regional e da coligação. Provou-se bons vinhos, mas alguém questionou sobre o porquê dos atrasos na atribuição dos apoios financeiros, ou sobre as dificuldades de mão-de-obra dos vitivinicultores picoenses? Alguém abordou a questão da dívida da Região e das eventuais ajudas do Estado para ultrapassar a grave crise financeira? Perguntou-se ao Presidente do Governo quando é dado público conhecimento do estudo sobre a ampliação do Aeroporto do Pico? Ou sobre as questões permanentes dos cuidados de saúde que diariamente os picoenses enfrentam? Ou o que pensa o Presidente da República sobre o despovoamento das ilhas e que pode fazer o Estado, no seu todo, para estancar essa hemorragia?
    Seriam esses os temas que os empresários jorgenses pretenderiam colocar a Marcelo se, como estava previsto, ali permanecesse o tempo suficiente para os discutir. Foi esse, certamente, o objetivo da Confraria do Queijo de São Jorge, concedendo ao Primeiro Magistrado da Nação a honra de integrar um organismo que representa um dos produtos, a par de outros, que melhor representam aquela ilha. Mas não.
    A crítica foi merecida e deve ser tomada em conta na já anunciada visita de Marcelo às Flores e ao Corvo.
    A vinda de Marcelo aos Açores devia ter constituído um momento para afirmar a açorianidade, a identidade e a diversidade cultural de cada uma das nove parcelas atlânticas, e as questões, problemas e dificuldades com que se defrontam. Para que o país e a União Europeia saibam que a ultraperiferia marítima tem vantagens e desvantagens e por isso, merecem especiais atenções e ajudas, devido à sua escassa dimensão.
    Transformar o cargo de Presidente num promotor turístico é desvalorizar a função política e constitucional do órgão de soberania e isso desmerece a instituição democrática que todos nos representa.
    É de boa-fé e sem acrimónia que emito estas considerações. Tenho a noção de que o destino Arquipélago dos Açores, se valer apenas numa perspetiva meramente turística, poderá transformar-se, facilmente, numa Cuba do Atlântico-Noroeste, com dupla face económica e social. Isso deve acautelar-se, desde já.
    2. A população picoense (e refiro-me apenas ao Pico, embora saiba que as ilhas menos populosas padecem de insuficiências semelhantes) está farta de protestar em favor de cuidados de saúde satisfatórios. Este é um tema recorrente em todas as visitas estatutárias e faz parte das conversas do dia-a-dia, pelas mais diversas razões. Ou porque os Centros de saúde não oferecem localmente consultas de especialidade e exames complementares de diagnóstico, ou porque os utentes, em quaisquer circunstâncias e condições, têm de deslocar-se, por sistema, faça bom ou mau tempo, ao Hospital da Horta ou a outro, seja porque os equipamentos existentes não funcionam há meses, contra a vontade e pedidos do pessoal médico e de enfermagem. Seja por falta de especialidades, por dificuldades logísticas e de mobilidade, os utentes não são atendidos devidamente e as distâncias não facilitam um atendimento em tempo útil.
    No Pico, morre-se à míngua, já o afirmei e reafirmo-o, novamente, sem receio de errar.
    Esta afirmação vai, certamente, gerar controvérsia em setores ligados ao setor. No entanto, bastou-me uma simples queda e uma ferida exposta para comprovar que, de um momento para o outro, na Piedade, o serviço não responde, pelo que tive de fazer 20 kms para ser atendido, eficiente e amavelmente, no Centro de Saúde das Lajes. As suas instalações lembraram-me o Hospital de Carmona, onde tencionávamos que a minha primeira filha nascesse. Entrámos e saímos a sete pés. Mas isto foi em 1975. No CS das Lajes, a receção está num cubículo, outrora destinado ao material de limpeza. As outras instalações são uma adaptação de um edifício escolar que alguns governantes já conhecem, mas nada fazem porque são incompetentes e ineptos para o exercício do cargo. E não percebo porquê, pois a USIP, em 2024, teve um resultado positivo de 1,7 milhões de euros, montante suficiente para melhorar a prestação de cuidados aos utentes.
    Tudo isto justifica o mau estado da saúde do Pico. E a panóplia de casos que o confirmam, como o daquela idosa deslocada no Hospital de Ponta Delgada que, após alta, teve de esperar alguns dias, internada, que a SATA lhe disponibilizasse lugar para regressar a casa…
    Ao contrário do que afirmou esta semana o titular da Proteção Civil, as contrariedades que todos os picoenses vivenciam e sofrem, não abrangem as ilhas com hospital, pelo que deve-se ser cuidadoso e verdadeiro ao afirmar-se que “Açores são uma das Regiões da Europa com melhor desempenho em emergências médicas”, muito mais tratando-se de uma paragem cardiorrespiratória.
    Como não há equipas de socorro na Piedade do Pico, a 56 Kms da Madalena e 20 das Lajes ou de São Roque, a deslocação de uma ambulância demoraria o tempo suficiente para o pior acontecer.
    Esses estudos devem ser complementados com informações adequadas às diversas ilhas periféricas marítimas, onde os transportes aéreos e marítimos não estão disponíveis a todo o momento, as estradas são tortuosas e as localidades distantes.
    Teria valido que os jornalistas, conhecedores da realidade insular, questionassem o titular da Proteção Civil sobre as imprecisões do estudo, em vez de apresentarem a informação com a vanglória de um feito inusitado…
    Nos últimos dias vimos assistindo a uma série de informações políticas laudatórias, típicas do tempo pré-eleitoral.
    Estejamos atentos pois algumas são “fake-news”.
    Engrade, Pico, 05/08/2025
    José Gabriel Ávila
    Jornalista, c.p.239 A