CARTA ABERTA Exmo Sr Presidente do Governo Regional dos Açores. Dr Vasco Cordeiro

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Sonia Borges de Sousa to Info Açores

CARTA ABERTA
Exmo Srº Presidente do Governo Regional dos Açores.
Compreendemos a necessidade de travar a epidemia, compreendemos a necessidade das cercas sanitária, mas há um ponto em que “Fique em casa pela sua saúde” deixa de ter sentido.
As crianças precisam de ar puro, de sol, de ginástica e nem todos têm quintais, varandas. Os hipertensos precisam de andar , principalmente ao fim do dia, os doentes com depressões não suportam muitas vezes quatro paredes. Todos aceitaríamos tais medidas se tivéssemos sido irresponsáveis, se tivéssemos mantido o mesmo tipo de vida, mas não foi o caso. Mais de metade dos casos advêm de incúrias em instituições ligadas à saúde, à falta de medidas drásticas no inicio desta epidemia tais como, quarentena obrigatória em alojamento designado para o efeito, proibição de circular entre ilhas, o desaconselhar o uso de mascaras, um plano de contingência válido no HDES, criação de espaços para sem abrigos e dependentes com acompanhamento medico etc etc.
O Drº Tiago Lopes não pode ser a única cara presente neste período para o bom e para o mau. A população pede explicações e certamente não será ele o responsável pelos planos de cada Hospital, Centro de Saúde, Lar de idosos, unidades de apoio à toxicodependência.
Há ilhas sem casos, e a economia precisa de funcionar. As medidas preconizadas pelo vosso e nosso governo não mitigam mais de 20 % da quebra de produtividade e riqueza, todos sabemos que teremos meses de austeridade.
Assim solicita-se que explique porque
a) Não podem as ilhas que não têm e nunca tiveram casos activos recomeçar a sua vida gradualmente mantendo as deslocações de e para fora da mesma condicionadas.
b) Não podem as ilhas que não tem casos ha mais de 15 dias recomeçar a abrir parte da economia
c) Não pode continuar na ilha de S Miguel as cercas, mas permitir passeios de cães, caminhadas com devida distancia?
d) Abertura na Clinica Bom Jesus ou outro espaço, consultas efectivas para doentes graves, que inspire confiança ao utente e corpo clinico
e) Criar um espaço para doentes Covid -19 não graves, onde se soubesse que estavam confinados e não quebrariam as regras ( como já sugeriram o lar de Belém, um hotel etc).
f) Serviço de Catering no Hospital HDES e mini refeitórios em cada bloco/ enfermaria para refeições de todo corpo clínico
g) Abrir um local para todo o pessoal de serviço ao HDES poder dormir entre turnos.
Exmo. Sr Presidente se continuarmos a aguardar a identificação do paciente zero a cada contaminação, mesmo que a mesma surja apenas numa ilha, o preço a pagar será muito mais caro e não o resumam apenas a termos económicos, coloque na balança os médicos, psicológicos, sociais.
Esperando a sua presença e explicações a toda a população, subscrevo-me
Atenciosamente
Sónia Borges de Sousa