CAROLINA CORDEIRO sessão de homenagem, no 38º colóquio da AICL

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Este foi o meu discurso, na minha

Este foi o meu discurso, na minha sessão de homenagem, no 38º colóquio da AICL, com algumas alterações pois as piadas, aqui, não iriam fazer sentido.
“Boa tarde a todos.
Há quase dez anos, passei a fazer parte dos colóquios.
Fi-lo, nesse então, porque, primeiro, seria uma oportunidade de falar, de discutir e de aprender sobre a minha língua e os mundos que a minha língua criou, oportunidade única para quem ensina a língua de Camões, de Pessoa, de Antero, de Natália, dos Pedros Maia e Câmara e de tantos e tantos outros que ainda hoje me ensinam sobre qual matéria me criou e me desenvolvo.
Segundo, pertencer aos colóquios é conhecer oceanos de tópicos e de feitios e isso, para quem vem de uma terra-pasto da ilha verde, é um prémio.
Por, com, nos colóquios inspirei-me, escrevi, criei, publiquei; fiz reservas, check-ins, tours; fui guia, técnica de imagem, assistente operacional, relações-públicas, banqueira, vendedora, fotógrafa; fui o sorriso aberto, o braço para descer e as pernas para subir, o abraço de agradecimento e a lágrima de emoção, a ponte entre alguns lapsos. Fui, também, a boca árida e a cara de poucos amigos, na altura certa. Fui como cada um de nós é, em circunstâncias diversas: um membro de uma família que nem sempre está de acordo, mas que sabe que, duas vezes por ano, há que ser uma “coloquiana”: um ser prenhe de sonhos, vencedor de obstáculos e fiel a si mesmo.
Logo no meu primeiro colóquio, lembro-me da homenagem contra o esquecimento, de homenagear talentos em vida. Que orgulho fazer parte de um grupo que assim pensa. Neste 38, que é marcadamente de homenagens. Na realidade, sinto que não tenho vida nem obra para esta homenagem. O que fiz, fi-lo por achar que era o que havia a fazer. Não foi feito para receber nada em troca.
Não obstante, agradeço-a, de coração, mas, o Madruga, a Helena e a João merecem-na muito mais do que eu.
São os três merecedores, indubitavelmente, cada um deles, de um colóquio individual em sua honra, como qualquer outro homenageado, por esta família. O Madruga pela sua história de vida ligada à produção de livros; a Ni, pela compilação de autores; e, a Maria João por ser mentora das palavras, mesmo antes de ser professora.
Regressando a esse primeiro colóquio, nesse, eu só ouvi. Aprendi para fazer. Já nos seguintes, atrevi-me. Correram bem, apesar de ter falado de Daniel de Sá, com a D. Alice na plateia; e de Fernando Aires, com a filha, na plateia e, agora, no meu círculo de amigos. Foram experiências que me marcam e que me sustentam quando penso em aventuras semelhantes.
Para finalizar, os colóquios, mais que conteúdo, são alma. Assim, agradeço ao Prof. Urbano, pela sua voz melódica; ao Luciano, o seu constante carinho; ao Rolf os seus quadros pintados de realidade; ao Alexandre Banhos, os seus simpáticos elogios; ao Prof. Eduíno, os seus braços sempre abertos a quem pouco sabe; ao Eduardo Pinto, a tua quietude de sentir; à Ni, a tua ética de trabalho; ao Sérgio Prosdócimo, a tua alma gentil; ao Salcedo, a sua voz responsável; e, ao Madrugada, a tua força de vontade. Quero ser como vocês quando for grande.
Por fim, um agradecimento sem medida a toda a AICL por me darem momentos únicos com os Prof. Bechara e Malaca Casteleiro e com o muito humilde Norberto Ávila.
A todos vocês, o meu obrigada!
Até qualquer dia!
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Pedro Paulo Camara

És merecedora desta homenagem, como serás, ainda, de muitas outras. Queiram os homens ser conscientes. Queiram estar atentos. A ausência da ilha fez-me perder o momento, mas alegra-me saber que muitos outros virão. Parabéns, querida amiga!

com algumas altrações pois as piadas, aqui, não iriam fazer sentido.

“Boa tarde a todos.
Há quase dez anos, passei a fazer parte dos colóquios.
Fi-lo, nesse então, porque, primeiro, seria uma oportunidade de falar, de discutir e de aprender sobre a minha língua e os mundos que a minha língua criou, oportunidade única para quem ensina a língua de Camões, de Pessoa, de Antero, de Natália, dos Pedros Maia e Câmara e de tantos e tantos outros que ainda hoje me ensinam sobre qual matéria me criou e me desenvolvo.
Segundo, pertencer aos colóquios é conhecer oceanos de tópicos e de feitios e isso, para quem vem de uma terra-pasto da ilha verde, é um prémio.
Por, com, nos colóquios inspirei-me, escrevi, criei, publiquei; fiz reservas, check-ins, tours; fui guia, técnica de imagem, assistente operacional, relações-públicas, banqueira, vendedora, fotógrafa; fui o sorriso aberto, o braço para descer e as pernas para subir, o abraço de agradecimento e a lágrima de emoção, a ponte entre alguns lapsos. Fui, também, a boca árida e a cara de poucos amigos, na altura certa. Fui como cada um de nós é, em circunstâncias diversas: um membro de uma família que nem sempre está de acordo, mas que sabe que, duas vezes por ano, há que ser uma “coloquiana”: um ser prenhe de sonhos, vencedor de obstáculos e fiel a si mesmo.
Logo no meu primeiro colóquio, lembro-me da homenagem contra o esquecimento, de homenagear talentos em vida. Que orgulho fazer parte de um grupo que assim pensa. Neste 38, que é marcadamente de homenagens. Na realidade, sinto que não tenho vida nem obra para esta homenagem. O que fiz, fi-lo por achar que era o que havia a fazer. Não foi feito para receber nada em troca.
Não obstante, agradeço-a, de coração, mas, o Madruga, a Helena e a João merecem-na muito mais do que eu.
São os três merecedores, indubitavelmente, cada um deles, de um colóquio individual em sua honra, como qualquer outro homenageado, por esta família. O Madruga pela sua história de vida ligada à produção de livros; a Ni, pela compilação de autores; e, a Maria João por ser mentora das palavras, mesmo antes de ser professora.
Regressando a esse primeiro colóquio, nesse, eu só ouvi. Aprendi para fazer. Já nos seguintes, atrevi-me. Correram bem, apesar de ter falado de Daniel de Sá, com a D. Alice na plateia; e de Fernando Aires, com a filha, na plateia e, agora, no meu círculo de amigos. Foram experiências que me marcam e que me sustentam quando penso em aventuras semelhantes.
Para finalizar, os colóquios, mais que conteúdo, são alma. Assim, agradeço ao Prof. Urbano, pela sua voz melódica; ao Luciano, o seu constante carinho; ao Rolf os seus quadros pintados de realidade; ao Alexandre Banhos, os seus simpáticos elogios; ao Prof. Eduíno, os seus braços sempre abertos a quem pouco sabe; ao Eduardo Pinto, a tua quietude de sentir; à Ni, a tua ética de trabalho; ao Sérgio Prosdócimo, a tua alma gentil; ao Salcedo, a sua voz responsável; e, ao Madrugada, a tua força de vontade. Quero ser como vocês quando for grande.
Por fim, um agradecimento sem medida a toda a AICL por me darem momentos únicos com os Prof. Bechara e Malaca Casteleiro e com o muito humilde Norberto Ávila.
A todos vocês, o meu obrigada!
Até qualquer dia!
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Pedro Paulo Camara

És merecedora desta homenagem, como serás, ainda, de muitas outras. Queiram os homens ser conscientes. Queiram estar atentos. A ausência da ilha fez-me perder o momento, mas alegra-me saber que muitos outros virão. Parabéns, querida amiga!

Sobre CHRYS CHRYSTELLO

Chrys Chrystello jornalista, tradutor e presidente da direção da AICL
Esta entrada foi publicada em 39º XXXIX Colóquio da lusofonia. ligação permanente.