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DEMOCRACIAS ARMADILHADAS, CRÓNICA 179, 12/8/2017
Poderes económicos de um capitalismo desenfreado, rendido ao mercado, dinheiro e interesses que à sua sombra se expandem, mortalmente lesivos dos princípios democráticos. Financiamentos ilegais de campanhas eleitorais, promoção de testas de ferro, candidatos fantoches, quadros dirigentes em esquemas de corrupção, etc. As estruturas partidárias na obsessão pelo poder, alimentam ligações e oligarquias das negociatas, reprimem o contraditório e combatem o debate interno, essência da democracia política. O exemplo da semi-democracia, semi-autonómica, é visível nos Açores onde existe um parlamento regional e teórica liberdade de escolha, mas as decisões relevantes são definidas em Lisboa, ao atropelo e revelia das normas autonómicas, com cumplicidade local. O povo, que até nem é totalmente ignorante, vota com os pés (ie, abstendo-se) ou vota a favor dos que o mantêm subsidiodependente, num ciclo vicioso: vota em mim e recebes apoios, não votas e desenrascas-te sozinho contra a malha burocrática que te vai aniquilar. As vozes independentes, são poucas, raras e silenciadas nos meios de comunicação. Estamos a caminho da autocracia, mas ainda com a manta diáfana da aparência democrática. Infelizmente, o pior ainda está para chegar. O nacionalismo e a xenofobia chegam ao poder com o voto do povo.
OH! WHAT TO DO? CRÓNICA 136 – 3 DEZEMBRO 2013
É legítimo roubar em proveito próprio, da banca que os alimenta e dos interesses que os manipulam como títeres. Civilizações caíram por menos, e quando tombar será todo o mundo ocidental. Novas formas de barbárie e escravatura surgem por entre xenofobia, discriminação e mais aberrações. Tudo isto me lembra (para pior) histórias contadas, na juventude, pelo pai sobre o período que antecedeu a segunda guerra. Este capitalismo selvagem ameaça destruir a raça humana e o planeta. Não há muito, o executivo chefe da Nestlé (podia ter sido da Coca-Cola ou outro), queria privatizar a água de todo o mundo, e o povo comprava o bem mais essencial do séc. XXI, quando há milhões de pessoas sem acesso ou limitado a esse bem. Portugal sempre teve a tendência suicida de copiar o que de mau vem de fora, os ricos e poderosos compram tudo e todos a começar pelos políticos.
…o ressurgimento de nazismo e outros ismos, intolerâncias, egoísmos, um capitalismo selvagem em busca de lucro a qualquer preço, em que os homens e mulheres não são já meros servos da gleba como outrora, mas meros algarismos no deve e no haver das grandes corporações que tudo controlam
Nos EUA 400 bilionários valem 32 triliões de USD$, tanto como 150 milhões de americanos. Nunca se viu tanta desigualdade e corrupção. Haverá, alguma vez, coragem de um ato soberano democrático, recusando a chantagem de austeridade e desobedecendo às regras que bloqueiam tudo menos o neoliberalismo? Não creio. Há gente paga pelos partidos (foi provado depois) para colocar comentários on-line nas redes sociais, a quem critica os governos e suas políticas. Receiam a opinião séria e responsável. É Portugal que está em causa, o futuro como povo independente e soberano, não podemos ficar silentes quando os partidos, as sociedades secretas, e não tão secretas, que os sustentam, liquidam o país.
PAÍS DIVIDIDO E INGOVERNÁVEL, CRÓNICA 151, 11/11/15,
Nunca acreditei na troica e FMI para resolver os problemas de nenhum país, dada a experiência em condenar povos à miséria esclavagista do capitalismo selvagem. A austeridade nunca foi receita para ninguém, mas dá lucros aos agiotas. Ao contrário dos amigos neoliberais sou contra essa austeridade, não contra o rigor, despesismo balofo, ostentação, novo-riquismo. Não acredito nas tretas de direita e esquerda, nem creio em político honesto (é acreditar em prostituta virgem!), nem imagino que o governo faça (não o deixarão os magnatas agiotas) mas teve a vantagem de, por momentos, restituir a ESPERANÇA e para um poeta é essa força que alimenta a vida. Quero os corruptos condenados e presos, e o sistema bancário mundial rapidamente aniquilado. Não me entendam mal, acredito no capitalismo, à moda antiga, que investe os lucros para criar riqueza para todos.
CRISE DE IDEIAS – 2012 – LÍNGUA PORTUGUESA EM TEMPO DE CRISE
Em minha opinião, a crise do país [Portugal ou Brasil] é uma crise de ideias, de líderes, de pensadores e intelectuais, aliada ao capitalismo selvagem, dito neoliberalismo, que desde os anos 90 tomou conta dos meios de produção globais e manipulando os governos do mundo ocidental.