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A incineradora é mais necessária do que o navio?
O Governo Regional dos Açores decidiu – e muito bem! – anular o concurso para a concepção e construção de um navio de transporte de passageiros e viaturas entre as ilhas do arquipélago, para direcionar o investimento previsto de 48 milhões de euros para a Saúde, o Emprego e a Economia. Em tempo de crise, impõem-se, de facto, prioridades!
No entanto, quase em simultâneo, a AMISM, através da MUSAMI, lançou o “Concurso Público Internacional Para a Empreitada de Concepção, Construção e Fornecimento de uma Central de Valorização Energética de Resíduos na Ilha de São Miguel”, mais conhecida por incineradora, com o “Valor do preço base do procedimento: 58000000.00 EUR”, segundo o Diário da República.
Não faço comentários, porque não sou especialista nem em navios nem em incineradoras. Estranho, no entanto, que o Governo Regional tem tomado a opção de anular o concurso para um navio e a MUSAMI tenha lançado, quase ao mesmo tempo, o concurso para a incineradora, na sequência de anteriores concursos, anulados pelos tribunais administrativos, por ilegalidades.
Neste tempo de dificuldades, que se vão prolongar, a incineradora é mais importante e necessária do que o navio? Responda quem souber.
Quanto às siglas AMISM e MUSAMI, uma e outra horríveis de se pronunciar e ouvir, significam respectivamente, para quem não saiba, Associação de Municípios da Ilha de São Miguel (Ponta Delgada, Ribeira Grande, Lagoa, Vila Franca do Campo, Povoação e Nordeste) e Operações Municipais de Ambiente, com o formato legal de “SA”, para poder ter mais liberdade de actuação.