CALHETA PERO DE TEIVE, POR TOMÁS QUENTAL (eu digo abaixo as galerias)

Um qualquer investidor estrangeiro ou um grupo de investidores estrangeiros não podem chegar aos Açores e pensar que descobriram estas ilhas, sentindo que podem fazer o que lhes apetece, porque de algum modo tomam estes penhascos no meio do Atlântico como propriedade sua.

Um qualquer investidor estrangeiro ou um grupo de investidores estrangeiros não podem afrontar e desrespeitar as legítimas autoridades açorianas: autarquias, Governo Regional e Assembleia Legislativa Regional. Nós somos uma Região Autónoma portuguesa com poderes próprios. Será que eles sabem isso?

O investimento estrangeiro no arquipélago é bem-vindo, é necessário e é justamente enquadrado na ordem jurídica e económica portuguesa, dentro da máxima legalidade, para proteção dos investidores como para salvaguarda dos interesses da nossa terra.

Não se pode aceitar, de modo algum, que investidores estrangeiros, seja de que nacionalidade forem, ostentem uma certa arrogância, querendo impor a sua vontade, sem terem em conta os interesses regionais e sem obedecerem às autoridades açorianas, que estão mandatadas para zelarem pelos interesses da população dos Açores.

Se as autoridades açorianas não contrariarem com determinação e firmeza o que parece ser uma forma muito negativa de colonialismo financeiro – que aqui permanecerá enquanto tiver ganhos e nos abandonará quando o negócio já não interessar aos investidores -, estamos muito mal.

Repito, para que não existam dúvidas: o investimento estrangeiro é bem-vindo e necessário, mas quem manda nos Açores são as legítimas autoridades açorianas. Se os investidores estrangeiros querem assim, muito bem! Se não querem assim, os açorianos também não estão interessados no que parece ser um nefasto colonialismo financeiro, que nos prejudica, nos desrespeita e nos oprime. Isso não queremos! E não há que ter receio de o dizer!