BELMONTE AÇORES uma parceria nascida nos colóquios

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Intervenção do Diretor Regional das Comunidades na Sessão Solene do Município de Belmonte, de homenagem a Pedro Álvares Cabral 🇧🇷
Belmonte, 26 de abril de 2022
“Senhora Ministra da Coesão Territorial, que se digna presidir a esta sessão, queira aceitar os reiterados cumprimentos do Governo dos Açores ao novo Governo de Portugal
Senhor Embaixador do Brasil, o diplomata culturalmente mais próximo do coração açoriano no outro lado do Atlântico que nos une
Senhor Presidente da Câmara Municipal de Belmonte, nosso dinâmico e diligente anfitrião. Parabéns pelo dia de hoje e pela história de sempre. Também daqui, Portugal deu novos mundos ao mundo!
Demais autoridades presentes
Senhoras e senhores
Há uma curiosa cumplicidade triangular entre Belmonte, Açores e Brasil.
Daí a subida honra de representar o Senhor Presidente do Governo da Região Autónoma dos Açores, Dr. José Manuel Bolieiro, nesta sessão solene do Dia de Belmonte, correspondendo, aliás, a um significativo convite do Senhor Presidente da Câmara, Dr. António Dias Rocha, que muito agradecemos e não podíamos declinar.
Vejamos, primeiro, a relação desde sempre existente, e agora reforçada, entre Belmonte e os Açores.
O nosso primeiro capitão-donatário Frei Gonçalo Velho Cabral iniciou o povoamento das ilhas açorianas, a mando do Infante Dom Henrique, por volta de 1430.
Quase seis séculos depois, e há seis meses apenas, já no âmbito do processo de geminação dos municípios de Ponta Delgada e Belmonte, o Presidente António Dias Rocha, num gesto de profundo significado simbólico, procedeu à deposição do pó do Panteão dos Cabrais junto à estátua de Gonçalo Velho, na Praça de Gonçalo Velho, a mais emblemática da maior cidade açoriana.
Culminava assim a reaproximação iniciada pelo então presidente municipal José Manuel Bolieiro quando da celebração do protocolo de cooperação entre a antiga Sinagoga de Ponta Delgada e o atual Museu Judaico de Belmonte.
Por via de Gonçalo Velho Cabral, Belmonte tem a sua impressão digital inscrita na própria certidão de nascimento do Arquipélago dos Açores.
Mas iríamos ambos ainda mais longe com o seu sobrinho-neto e filho maior desta histórica vila, Pedro Álvares Cabral.
Por carta régia de D. Manuel I, o rei que instituiu o concelho de Ponta Delgada em 1499, Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil em 1500, celebrando uma primeira missa no novo território português a 26 de abril – faz hoje, exatamente, 522 anos.
Ora, o Brasil foi o primeiro destino emigratório dos açorianos e os brasileiros são a maior comunidade imigrada nos Açores.
Estamos nestas ilhas há quase 600 anos e há mais de 400 anos que delas saímos, sem nunca as deixarmos, criando novos Açores no outro lado do Atlântico.
Primeiro, partimos para o Maranhão, em 1619.
Depois, fomos povoar o Sul do Brasil a mando da coroa portuguesa – Santa Catarina em 1748, Rio Grande do Sul em 1752.
Já no século XX, estabelecemo-nos também no Rio de Janeiro, em São Paulo e na Baía, onde existem agora as outras três das seis Casas dos Açores que representam a herança cultural açoriana na grande nação brasileira.
Mas, se sempre fomos um cais de partida, também já somos um porto de abrigo.
Residem hoje oficialmente nos Açores mais de 4.000 cidadãos estrangeiros provenientes de mais de 90 nacionalidades diferentes.
Destes, mais de 800 são naturais do Brasil. Sem contar, naturalmente, com tantos outros brasileiros que entretanto adquiriram nacionalidade portuguesa.
Estão em todos os 19 concelhos das nossas 9 ilhas e ajudam-nos a desenvolver os Açores com a cumplicidade histórica e cultural de um povo irmão.
Devemos essa nossa especial relação com o Brasil a Pedro Álvares Cabral e, portanto, à sua vila natal de Belmonte, que hoje, como sempre, tão bem nos acolhe.
Por isso, em nome do Senhor Presidente do Governo dos Açores, termino como comecei: saudando o Senhor Embaixador do Brasil e o Senhor Presidente de Belmonte para, nas suas pessoas, agradecer e enaltecer o passado que nos une e o futuro que nos desafia.
Bem hajam!”
José Andrade
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Sobre CHRYS CHRYSTELLO

Chrys Chrystello jornalista, tradutor e presidente da direção da AICL
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