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Transporte marítimo de passageiros e viaturas, entre Vila do Porto e Ponta Delgada, continua a marcar passo.
Dizem-nos que só depois de 2025, quando os barcos…
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“A utilização de dois navios alugados está fora de hipótese”
Como referi na questão anterior, estamos a preparar o caderno de encargos, liderado pelo Diretor de Manutenção, Eng.º Paulo Parece, com a colaboração de especialistas nesta área, sendo nossa expetativa lançar o concurso em setembro e adjudicar os trabalhos até ao final deste ano.
Este é um processo em que importa definir muito bem a memória descritiva do que é pretendido, pois esta fase é crucial para o sucesso do projeto.
Só depois da chegada destes novos barcos é que vão abrir a operação S. Miguel-Santa Maria, ou poderá iniciar-se antes da chegada das novas embarcações?
É usual dizer-se que devemos aprender com os nossos erros, mas que é bem melhor aprender com os erros dos outros.
A opção pela utilização de recursos externos foi demasiada onerosa, apresentando um rácio custo/benefício muito negativo.
Na minha opinião, a utilização de dois navios alugados está fora de hipótese. Vamos aguardar pelas conclusões do estudo relativo ao transporte de passageiros e mercadorias nos Açores, sendo que a Atlânticoline irá sempre ao encontro daquela que for a melhor solução para a mobilidade dos açorianos, procurando o equilíbrio entre a excelência e a sustentabilidade do serviço público.
O ano de 2021, com a descida de 50% no valor das tarifas aéreas, marcou um novo modelo de transporte, sendo que os passageiros optaram por este meio para as deslocações mais longas e não podemos ter tudo ao mesmo tempo; alerto para um comportamento que temos verificado nas viagens mais longas no grupo central: muitos açorianos mandam a viatura por navio e optam por viajar de avião.
Qual é o barco que vai fazer a operação no Grupo Oriental e há data prevista?
Neste momento a prioridade é dotar a Região com dois novos navios, visando criar condições para que a operação entre São Miguel e Santa Maria seja retomada, embora em moldes diferentes do que acontecia até 2019. Relembro que, pelos prazos normalmente envolvidos na construção de navios, apenas em 2025 será possível receber os novos navios.
Que características deverão ter os novos barcos? Houve quem dissesse que barcos elétricos não são apropriados para os nossos mares…
Na vida existem duas fases, ou fazes ou não fazes.
Sempre estive do lado dos que fazem.
Ao longo dos tempos, tenho assistido a comentadores cuja opinião respeito, mas que sempre estiveram no papel confortável de comentar.
Nas funções em que estive nos últimos 30 anos sempre decidi em função da informação de que dispunha e isso não mudará.
Como tudo na vida, existem desafios a ultrapassar, mas temos a obrigação de deixar um mundo melhor para os nossos filhos e isso norteia muito as minhas decisões aos diversos níveis.
A descarbonização é irrevogável e a Atlânticoline fará a sua parte.
Tudo o que é novo gera discussão e isso é salutar. Discutiremos as melhores opções, mas não abdicaremos dos nossos propósitos.
Receia que, na operação de Verão, possam surgir avarias, como acontece presentemente, e isto possa condicionar toda a operação?
A Diretora Comercial e Comunicação, Dra. Marla Pinheiro, referiu inúmeras vezes no verão de 2022 que eu era uma pessoa com sorte, pois nunca tinha assistido a uma operação como a de 2022, sem avarias nos navios (tivemos apenas na lancha Ariel, cujo impacto é muito menor) e com condições meteorológicas favoráveis durante todo o verão.
Esta avaria do navio “Gilberto Mariano” veio trazer-nos à realidade e colocar à prova toda a estrutura da empresa.
Admito que foram cinco dias muito complicados, mas foi recompensador assistir ao excelente trabalho das diversas áreas envolvidas na gestão de crise que tivemos de efetuar, cujos elementos trabalharam sem parar por mais de 72 horas.
Felizmente, contamos com uma área de manutenção competente e com bastante experiência, efetuando uma manutenção preventiva que tem limitado este tipo de situações.
Porém, estamos a falar de máquinas, que podem sempre avariar; cabe-nos prever o mais possível e, sempre que ocorre uma avaria, diligenciarmos todos os esforços para repará-la no menor espaço de tempo e foi isso que fizemos neste caso.
Há possibilidades de melhorar a deslocação de doentes para o Faial?
Esta é uma área onde temos todos de efetuar um esforço para melhorar, pois estamos a falar de pessoas que se encontram num momento complicado.
Mesmo nos casos em que estamos a falar de uma simples consulta, temos de ter presente que a pessoa tem de sair da sua ilha e muitas das vezes não sabe se regressa na altura que tinha previsto.
De salientar que os nossos Colaboradores fazem um trabalho excecional que não é devidamente reconhecido.
No início deste desafio, admito que vi situações que se me contassem eu não acreditava.
Já tivemos uma reunião com os responsáveis do Hospital da Horta e dos Centros de Saúde do Faial, Pico e São Jorge que foi bastante frutuosa.
A articulação entre as diversas entidades está a melhorar e temos de contar com o transporte de doentes que é efetuado pelos Bombeiros e, como tal, dependendo de uma terceira entidade.
Existem desafios que estão a ser ultrapassados, já percorremos uma grande parte do caminho e importa manter uma postura de não acomodação com as situações existentes.
Por vezes temos de aguardar pela chegada dos doentes (o que gera reclamações por parte dos passageiros no navio) mas, tal como os meus antecessores, é algo de que não abdicamos, pois podemos salvar uma vida e todos os Colaboradores da Atlânticoline têm perfeita noção dessa responsabilidade.
Fala-se muito em obras mal feitas nos portos do Triângulo. Admite que deveria haver alterações para melhorar a operação da Atlânticoline nesses portos ou tudo decorre sem problemas de maior?
A Atlânticoline não constrói estruturas portuárias, limitando-se a operar dentro das condições existentes e aproveitando as competências dos seus recursos humanos, nomeadamente os Mestres dos navios, os quais lideram uma tripulação que 365 dias por ano assegura o transporte de passageiros e viaturas nas melhores condições possíveis e de acordo com os horários fixados.
Temos tido alguns problemas com o facto dos navios de carga operarem muitas vezes em dia diferente do previsto no porto comercial de Cais do Pico, obrigando a alterar a escala para o porto da Madalena, com todos os inconvenientes que tal alteração acarreta, principalmente para os não residentes.
jornaldiariodosacores.pt *
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- Aureliano CabralE se a opção for os velhos barcos de madeira ? São só 4 a 5 horas de viagem. Viaturas quantas? Pensem se não é isso que está nas mentes dos mandantes que temos.
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- 1 h
- Aureliano CabralAdmira-me também a passividade dos Micaelenses que ficam / estão desligados do restante arquipélago. E a utilização SMG-TER tem elevada utilização no período de festas da Terceira. Do inverso não tenho informação.
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- 1 h
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