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OS NOVOS ARES DA CRIOULIDADE O contador de histórias africanas também existe no Brasil.As Congadas, tão tradicionais entre os afrodescendentes, tem tudo a ver com as memórias destes. O estudo PALAVRAS AO VENTO: OS NOVOS ARES DA CRIOULIDADE DIANTE DO TURBILHÃO DA NEGRITUDE, de Miriam de Andrade Levy, nos leva a fazer paralelos com a cultura brasileira. Um excelente tema para reflexão! Observa Miriam de Andrade Levy que os anos de escravidão, de subserviência, de humilhação impediam que o negro, antilhano ou africano, se erguesse. A única voz contrária a este sentimento de inferioridade era a do contador crioulo. Este, ao transmitir a palavra do griot africano, o contador de estórias tradicional, apresentava uma forma de resistência ao processo de colonização. Na sociedade ocidental, a luz é uma metáfora recorrente para a razão e para o pensamento lógico. Ralph Ludwig observa que esta imagem é instaurada no Iluminismo, que com seu pensamento analítico procura dissipar as trevas da ignorância (1994, p.18). Expressões como “à luz de”, “clareza”, “elucidar”, “esclarecer” demonstram como este ideal é valorizado. O que podemos pensar de uma literatura da noite, uma estética permeada de obscuridade? Assim se designa a literatura contemporânea antilhana, como La Parole de Nuit. Esta remonta às fogueiras tradicionais, diante das quais os homens se reuniam para ouvir a palavra do contador de estórias (o griot). Neste ambiente mítico, a memória dos antepassados é relembrada, as adivinhas e cantos são proferidos e a sabedoria ancestral é transmitida. A noite, mesmo na visão ocidental, constitui o universo do prazer, quando as obrigações cessam e dão lugar ao descanso e ao lazer. Este momento corresponde ao que Mikhaïl Bakhtin descreve como “tempo alegre” para definir as festas medievais, que se opõem ao “tempo do trabalho” (1987, p.191 Nas Antilhas, durante o período colonial, a oposição ficava ainda mais nítida quando “o tempo alegre” se opunha à jornada de trabalho nos engenhos. Aos negros só restava a noite para escutar o griot, longe da fiscalização e das exigências dos senhores. De acordo com Patrick Chamoiseau e Raphaël Confiant, este teria surgido entre os séculos XVII e XVIII, nas seguintes condições:
A casa grande, após o jantar iluminado, apaga-se subitamente. Os cães, feitores e capatazes estão mergulhados no reino dos sonhos. […] Na senzala, um grupo de escravos se reúne embaixo de uma grande árvore. Eles esperam. Aproxima-se outro negro de bengala, com idade avançada, com semblante discreto, tão insignificante, se não mais, que qualquer um deles. Sob suas pálpebras, nenhuma insolência. De dia, ele vive o temor, a revolta engolida. Mas à noite uma força obscura o habita. […] De insignificante ele se ergue como o centro da senzala, o mestre da dinâmica dos contos, adivinhas, provérbios, cantigas que ele transforma em literatura, ou mais exatamente, em oralitura18. Receptáculo, transmissor ou propagador de uma leitura coletiva do mundo, eis o nosso contador crioulo. (1999, pp.72 e 73). texto adaptado de http://www.letras.ufrj.br/pgneolatinas/media/bancoteses/miriamdandradelvymestrado.pdf Margarida Castro 05.02.11 |
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As línguas minoritárias estão a extinguir-se a uma taxa alarmante. Os linguistas acreditam que uma língua indígena desaparece a cada duas semanas. Portanto, o comprometimento com um idioma é uma preocupação séria, diz o Dr. Hugo Canelas Cardoso, pesquisador pós-doutorado no Centro de Investigação em Estudos Luso-Asiáticos do Departamento de Português da Universidade de Macau. Ele esteve recentemente envolvido na descrição e documentação dos crioulos Indo-Portugueses de Diu, como parte do seu doutoramento em Linguística Geral pela Universidade de Amesterdão. Durante uma das suas muitas visitas a Diu, Cardoso chegou a Cochim, onde contactou Rosário. Foi o início de uma amizade que se estendeu para além da linguagem.Fonte: The Hindu – 26/09/2010
http://www.hojelusofonia.com/morreu-o-crioulo-portugues-de-cochim/
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Biografia