Autor: CHRYS CHRYSTELLO

  • escultor mariense – homenagem a Couto Viana

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    a AICL divulga escultor mariense:

    ‎:)

    Escultor mariense radicado em Lisboa inaugura mais uma obra

    O escultor mariense Carlos Matos inaugurou, recentemente, no norte do país, mais uma obra da sua autoria.
    Desta feita, um busto de António Manuel Couto Viana, a homenagear este dramaturgo, poeta e ensaísta desaparecido em 8 de Junho de 2010. A sua inauguração teve lugar na cidade de Viana do Castelo, na terra natal do escritor.
    Carlos Matos nasceu no dia 24 de dezembro de 1955 na ilha de Santa Maria. Em 1962 vai para Lisboa, onde tem lugar todo o seu processo escolar, até concluir a licenciatura em Artes Plásticas – ESCULTURA – pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa ( E.S.B.A.L. ) e durante o qual lhe é atribuído um prémio na cadeira de Modelo Vivo – 1978 . (
    Ao longo da sua interessante e reconhecida carreira, Carlos Matos colaborou com diversos teatros, onde se salientam o teatro de S. Luiz em Lisboa, o Teatro São Carlos, participa no espectáculo “As Bacantes” – Fundação Calouste Gulbenkian – Encenação de Fernanda Lapa – Adereços, participa no espectáculo “O Leão no Inverno” – encenação de Carlos Avilez – Teatro Experimental de Cascais – Adereços, em 2002 Participa no espectáculo “a Viagem de Pedro o Afortunado” – Esculturas de Cena – Encenação de Fernanda Lapa – Teatro Nacional D. Maria II bem como diversos Teatros de Revista.
    Carlos Matos honra deste modo a memória do seu pai, o Sr. Fernando Matos, personalidade sobejamente conhecida em Santa Maria, onde foi funcionário do aeroporto (ANA) desde os últimos anos da década de 40 e onde permaneceu até à década de 60. O Sr. Fernando Matos foi o autor dos cenários e dos figurinos da revista “Estás-te Consolando”, dos retratos a carvão que até há pouco tempo estiveram expostos na parede do “lounge” do cinema do aeroporto “Atlântida Cine”, da decoração do bar do Clube Asas do Atlântico (em estilo “americano” – tecto, sofás, mesas, candeeiros, painel de parede preto com parras douradas – e que se manteve desde os anos 60 até há poucos anos atrás), dos puxadores com o logotipo do CAA que ainda hoje existem na porta principal do Clube Asas do Atlântico (cujas matrizes ainda se encontram guardadas pelo seu filho Carlos Matos), e pelos elementos marinhos feitos em arame zincado pintado de preto e branco que faziam a decoração da parede da sala interior da antiga Pousada da Praia Formosa. Estes são alguns dos trabalhos que se destacaram em Santa Maria. Em Lisboa também desenvolveu a sua arte onde teve um atelier em conjunto com o artista Sam.
    Uma vez mais podemos constatar que “filho de peixe, sabe nadar” e que Santa Maria tem tesouros que ela própria desconhece.

    Outros trabalhos e prémios do escultor mariense Carlos Matos:
    Em 1978 foi-lhe atribuída uma Menção Honrosa, no concurso de Medalha da CASA DA MOEDA. Ao longo sa sua carreira conquistou diversos prémios e a partir daí não têm parado os sucessos. Destes, destacam-se inúmeras participações em exposições (1ª. Bienal de Vila Nova de Cerveira, “Novos Escultores”- Sociedade Nacional de Belas Artes, “Artes Plásticas” Teatro Ibérico – Lisboa, Homenagem ao Prof. Reynaldo dos Santos – Vila Franca de Xira, Homenagem dos Artistas Portugueses a Almada Negreiros – Lisboa, Colectiva de Pintura e Escultura – Mercado Ferreira Borges – Porto, Exposição de Artes Plásticas de Sesimbra, V Bienal de Artes Plásticas – Festa do Avante,
    “Mulher é o Tema” Museu Municipal de Loures, Escultura Portuguesa Contemporânea – Vila Franca de Xira, Exposição de Medalhas do 25 de Abril – Loures, Exposição “Jovens Escultores” – Fátima (recebe Menção Honrosa por este trabalho), ”Colectiva de Pintura – Escultura 13+6” – Galeria da Cervejaria Trindade, ”Colectiva de Escultura – Pintura” – Galeria Santa Justa, ”VII Bienal de Artes Plásticas – Festa do Avante”, ”Colectiva de Escultura e Desenho” – Convento do Beato – Lisboa, ”1ª Exposição de Medalhística da Amadora” – Amadora, ”Pintura Escultura e Fotografia de Artistas Açorianos residentes no Continente” – Câmara Municipal da Amadora, ”Exposição Colectiva “Arte contra o Racismo” – Casa da Imprensa, .”Colectiva de Escultura e Desenho” – Convento do Beato – Lisboa, ”1ª Exposição de Medalhística da Amadora” – Amadora, ”Pintura Escultura e Fotografia de Artistas Açorianos residentes no Continente” – Câmara Municipal da Amadora, ”Exposição Colectiva “Arte contra o Racismo” – Casa da Imprensa).
    Destaca-se, em 1996 , quando prepara Exposição Individual “Escultura e Desenho de Carlos Matos” – Casa dos Açores – Lisboa.
    Seguem-se outras exposições tais como a exposição de Artes Plásticas “Grupo Oriente” – Olivais Sul – Lisboa, II Exposição “Grupo Oriente” – Olivais Sul – Lisboa, I Bienal de Medalha do Concelho do Seixal, .Exposição Colectiva “Pintura Escultura e Cerâmica” – Galeria Quadrante – Odivelas, Exposição Colectiva “Pintura Escultura 2000” – Escola Vasco da Gama, ”6ª Exposição Internacional de Artes Plásticas de Vendas Novas”, participa na Exposição “O Figura – Homenagem a Cruzeiro Seixas – Câmara Municipal da Amadora, participa na Exposição “Laranjeira Santos – Vida e obra em Exposição” Câmara Municipal da Amadora.
    No seu trabalho diversificado entre o Teatro, o Teatro de Revista (adereços e cenografia e elementos escultóricos), a medalhística e outras áreas da escultura, é convidado e participa como membro do júri em eventos como as Marchas Populares de Setúbal (cenografia).
    De Carlos Matos é também a autoria das seguintes obras:
    .A convite do Artista Plástico Juan Soutullo, foram-lhe encomendadas várias esculturas e a medalha comemorativa da inauguração do 1º Museu de Cera em Portugal – Fátima.
    .Executa logotipo para “Estalagem D. Gonçalo” – Fátima.
    .Executa peça escultórica para exposição “Depois do Modernismo”- Sociedade Nacional de Belas Artes de Lisboa.
    . Em 1987 eecebe encomenda de “Relevo” para o Museu de Cera de Fátima.
    . Executa peças de Escultura para a Igreja de S. José – Olivais Sul –( Imagens de S. José e Cristo
    . Em 1989 é convidado a executar a Medalha Comemorativa do 15º Aniversário do 25 de Abril.
    . Em 1998 executa “Monumento à Solidariedade” – Fundação C.E.B.I. – Alverca do Ribatejo.
    . Executa Esculturas ( Cristo e Nª Sra. da Misericórdia ) – Santuário de Nª Sra. da Misericórdia – Coimbra
    . Em 2010 são-lhe solicitados os Retratos (escultura) de António Manuel Couto Viana e Maria Manuela Couto Viana – Homenagem a Couto Viana – Viana do Castelo
    Em 1991 é convidado a dar um Curso de Modelação na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (E.S.B.A.L.)
    Carlos Matos conta com diversos prémios para além dos já mencionados, tais como:
    1985 – Foi-lhe atribuído o 1º prémio de Medalha na “Homenagem dos Artistas Portugueses a Almada Negreiros”
    1986 – Recebe Menção Honrosa no concurso de Medalha “TOTOBOLA”
    1991 – Recebe o 2º prémio no Concurso de Medalha do “Totoloto”
    1992 – Participa e recebe Menção Honrosa na Exposição “Jovens Escultores” – Fátima

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  • BAILADO DA GARÇA ZECA MEDEIROS

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    AÇORES 🙂

    https://www.youtube.com/watch?v=39s7gm9FP8w
    Bailado da Garça

    www.youtube.com

    Bailado da Garça do programa “Deixem Passar a Música” – Toadas do Vento Ilhéu Realização: José Medeiros Ano: 1986 Direção Musical: Luís Gil Bettencourt Grav…
  • ONÉSIMO, PROGRESSO E RELIGIÃO POR DANIEL DE SÁ

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    Minha gente

    A propósito do livro do Onésimo “Utopias em Dói Menor”, eu tinha-lhe prometido dar o meu ponto de vista a respeito de uma ideia feita de que a Europa protestante se desenvolveu mais do que a católica. Mas, como talvez interesse a mais alguém, envio-o por este meio. O Onésimo, tal como eu, não defende aquela visão viciada pela simples constatação de que, nos países de maioria protestante, o progresso foi maior do que nos de maioria católica, o que se deveria à repressão católica, sobretudo por intermédio da Inquisição, contra as ideias novas que iam surgindo. Ora esta repressão acontece no campo do pensamento religioso – principalmente teológico e moral – raramente interferindo com o pensamento científico. O caso de Galileu é uma questão excepcional, e motivado principalmente pela inveja dos seus rivais ou invejosos colegas cientistas. Sem eles, seus delatores, Galileu dificilmente teria chegado ao tribunal da Inquisição.
    Ora, sendo a repressão do Santo Ofício uma tentativa de vasculhar as ideias teológicas e morais, e de condená-las quando lhe parecessem merecedoras de tal, é muito difícil provar que isso tenha tido implicações no avanço científico. Alguns dos nomes que o Onésimo cita entre os cientistas de maior vulto em Portugal na época da expansão marítima, estão por exemplo Pedro Nunes, Garcia de Orta e D. João de Castro, que fizeram as suas investigações em plena época da Inquisição, se bem que os primeiros tenham sido perseguidos depois de mortos! E foram descendentes seus que sofreram os rigores estúpidos da Inquisição. A perseguição religiosa, sobretudo à conta de reis que não queriam ver em perigo a unidade nacional (como os “santos” Reis Católicos” de Espanha ou os “beatos” D. Manuel e D. João III), foi prejudicial nesse caso. O Onésimo fala de havermos perdido Espinosa, e eu acrescento agora, em Espanha, o caso de Miguel Servet. Este é mesmo um exemplo perfeito de que, a havê-lo, não teria sido só catolicismo o responsável por um hipotético menor desenvolvimento nos países onde era dominante. E isto porque, tendo de fugir de Espanha, Servet desenvolveu no estrangeiro o seu pensamento teológico e estudou a circulação do sangue nos pulmões. E como acabou ele? Condenado à morte na Suíça por insistência de Calvino! Porque, se a Igreja Católica, por intermédio da Inquisição de raízes mais políticas (ou pelo menos tanto quanto) que religiosas, condenava “hereges”, os protestantes não o fizeram menos nem com menor crueza, sendo que normalmente até fingiam menos o julgamento do que a Inquisição.
    Além disso, a Igreja Católica não conseguia impor-se tanto quanto se imagina em questões morais. Lembre-se que os católicos não eram grandes cumpridores das orientações religiosas, tendo em reis, cardeais, bispos e padres exemplos de deboche moral e de ilimitadas ambições materiais. Aliás, a confissão foi sempre mal entendida pela maioria esmagadora dos católicos, que viam naquele sacramento uma maneira de serem perdoados os seus pecado quando quisessem, e, em último caso, na hora da morte, desconhecedores de que assim caíam nos chamados pecados contra o Espírito Santo, pelo que o sentido religioso do pecado por ambição material era pouco tido em conta. Já os protestantes, mormente os luteranos, que negavam o valor a confissão, viam no julgamento divino uma apreciação da totalidade da vida humana, pelo que, para eles, o pecado teria uma implicação que de certo modo se projectava mais na eternidade do que segundo a noção (errada, repito) dos católicos.

  • ONÉSIMO VISTO POR V RUI DORES

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    sexta, 14

  • PRÉMIO PESSOA 2012 RICHARD ZENITH

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    IN DIÁLOGOS LUSÓFONOS

    Biblioteca Nacional Portugal

    Prémio Pessoa 2012: Richard Zenith

    MOSTRA | 14 janeiro – 28 fevereiro | Sala de Referência | Entrada livre

    zenithRichard Zenith, Prémio Pessoa 2012, nasceu em Washington DC, em 1956.
    Na ata da reunião do júri que lhe atribuiu o prémio, salienta-se o facto do autor – leitor BNP n.º 14475 – ter “posto o conhecimento acumulado ao longo de décadas ao serviço disciplinado e metódico de uma paixão”. “Com lucidez, Richard Zenith é, não apenas um editor da obra pessoana, um explicador da heteronímia, mas também o grande tradutor da sua poética para a língua inglesa”.
    É editor literário de diversas obras pessoanas, de que destacamos:Livro do Desassossego (Lisboa: Assírio & Alvim, 1998; São Paulo: Companhia das Letras, 1999); A Educação do Estóico: O único manuscrito do Barão de Teive (Lisboa: Assírio & Alvim, 1999; São Paulo: A Girafa Ed., 2006); Heróstrato e a busca da imortalidade(Lisboa: Assírio & Alvim, 2000); Poesia de Alberto Caeiro (Lisboa: Assírio & Alvim, 2001; São Paulo: Companhia das Letras, 2001), organizada juntamente com Fernando Cabral Martins; Escritos autobiográficos, automáticos e de reflexão pessoal (Lisboa: Assírio & Alvim, 2003; São Paulo: A Girafa Ed., 2006); Aforismos e afins (Lisboa: Assírio & Alvim, 2003; São Paulo: zenith_pessoaCompanhia das Letras, 2006), Obra essencial(Lisboa: Círculo de Leitores: Assírio & Alvim, 2006-2007, em sete volumes; e Teoria da heteronímia (Lisboa: Assírio & Alvim, 2012), organizada juntamente com Fernando Cabral Martins.
    Tem uma vasta obra como tradutor, tendo dado a conhecer aos leitores de língua inglesa muitos autores de língua portuguesa. Mencionemos: The Feeling of Immortality, ensaios de Antero de Quental (Dublin: Mermaid Turbulence, 1998); An Explanation of the Birds, de António Lobo Antunes (New York: Grove Press, 1991, 1995; London: Secker & Warburg, 1992); Act of the Damned, de António Lobo Antunes (London: Secker & Warburg, 1993; New York: Grove Press, 1995); The Natural Order of Things, de António Lobo Antunes (New York: Grove, 2000); The Inquisitors’ Manual, de António Lobo Antunes (New York: Grove, 2003); The Loves of João Vêncio, de Luandino Vieira (New York: Harcourt Brace, 1991; 113 Galician-Portuguese Troubadour Poems, edição bilingue, com notas e introdução (Manchester: Carcanet, 1995; Meditation on Ruins, poesia de Nuno Júdice, com introdução (Praha: London: Archangel Books, zenith_melo_neto1997); Log Book: Selected Poems, de Sophia de Mello Breyner (Manchester: Carcanet, 1997); The Book of Disquiet, de Fernando Pessoa (UK: Peguin, 2001; USA: Penguin 2003); The Selected Prose of Fernando Pessoa, com notas e introdução (New York: Grove Press, 2001);Fernando Pessoa & Co.: Selected Poems, com introdução (New York: Grove Press, 1998; The Education of the Stoic, de Fernando Pessoa (Barão de Teive), com posfácio (Boston: Exact Change Press, 2005);Education by Stone: Selected Poems of João Cabral de Melo Neto, com posfácio (New York: Archipelago Books, 2005); A Little Larger Than Entire Univers: Selected Poems of Fernando Pessoa, com introdução. USA; UK: Penguin, 2006); Blank Gaze, de José Luís Peixoto (London: Bloomsbury 2007); Message, de Fernando Pessoa, com prefácio (Lisboa: Oficina do Livro, 2008); Sonnets and Other Poems, de Luís de Camões, com prefácio (Univ. of Mass. Press, 2007); e The feeling of a Westerner, de Cesário Verde (University of Massachusetts at Dartmouth, 2012).
    É ainda autor de diversas obras e artigos sobre literatura portuguesa e brasileira, desde as cantigas galego-portuguesas até Pessoa ou João Cabral de Melo Neto. Refira-se a Fotobiografia de Fernando Pessoa (Lisboa: Círculo de Leitores, 2007; São Paulo: Companhia das Letras, 2011), em coautoria com zenith_pessoa2Joaquim Vieira; a organização de Fernando Pessoa: o editor, o escritor e os seus leitores (Lisboa: Fundação Gulbenkian, 2012); e o seu livro de contos Terceiras Pessoas (Famalicão: Quasi, 2003).
    Foi curador de duas exposições: Casa-Poema, na Casa Fernando Pessoa (Lisboa, set.-dez. 2009) e Fernando Pessoa: Plural como o Universo (Museu da Língua Portuguesa, São Paulo, ago. 2010-jan. 2011; Centro Cultural dos Correios, Rio de Janeiro, mar.-jun. 2011; Fundação Gulbenkian, Lisboa, fev.-abr. 2012). Esta exposição contou com milhares de visitantes.
    Richard Zenith tinha já sido distinguido com os seguintes prémios: PEN Award for Poetry in Translation (1999) por Fernando Pessoa & C: Selected Poems, Calouste Gulbenkian Translation Prize (2002) porThe Book of Disquiet e Harold Morton Translation Prize da Academy of American Poets (2006) por Education by Stone: Selected Poems of João Cabral de Melo.

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  • os retornados

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    in diálogos lusófonos

    Apontamentos sobre os “Retornados”, os portugueses que saíram de África quando da descolonização e vieram para Portugal em 1075

     Ainda hoje não se sabe ao certo qual o número dos portugueses que, desfeito o império colonial na sequência de 25 de Abril de 1974, saíram de África. Algumas estatísticas referem oitocentos mil, outras um milhão. Vieram – o eco do seu êxodo condoeu então o mundo – de Angola, Moçambique, Guiné, S. Tomé e Príncipe, Cabo Verde, golfados em caudais intermináveis de espanto e desolação.

    Disse o humanista Agostinho da Silva em 1975 sobre os Retornados que vieram para Portugal, embora muitos tenham ido para outras latitudes, como o Brasil, Canadá.
    A emigração, a guerra e o exílio despovoaram Portugal. Aldeias inteiras apenas albergavam velhos e crianças, povoações havia que não tinham sequer um habitante. Era um país de deserções e decrepitudes a viver das remessas dos emigrantes e dos militares – e da passagem dos turistas.

           Os chamado “Retornados” repetiram aqui o que há decénios faziam lá. ”Portugal foi reconstruído pela energia dos retornados”, exclamará Agostinho da Silva. “Eles lançaram mão a tudo, usaram com as pessoas de cá os mesmos métodos que usaram com as de lá. Não trouxeram divisas, como os emigrantes, mas construíram coisas”
    (in Artigo de Fernando DacostaIn o “PÚBLICO” de 26, Abril,1995
    http://www.espoliadosultramar.com/n4.html)

    http://www.slideshare.net/tedesign2011/os-retornados-esto-a-mudar-portugal

    http://books.google.pt/books/about/Os_retornados_est%C3%A3o_a_mudar_Portugal.html?id=jBBFAQAAIAAJ&redir_esc=y

    Fernando Dacosta – em entrevista a Página da Educação
    http://www.apagina.pt/?aba=7&cat=108&doc=8602&mid=2


    Fernando Dacosta nasceu a 12 de Dezembro de 1945, em Luanda. Passou a infância e a adolescência no Alto Douro, frequentando o Liceu de Lamego. Fixado em Lisboa (depois de uma breve passagem por Coimbra), estuda Filologia Românica, inicia-se no jornalismo, em 1967, e (depois do 25 de Abril) na literatura. Passou por diversos órgãos de informação, como Europa-Press, Flama, Comércio do Funchal, Vida Mundial, DL, DN, A Luta, JL, o Jornal, o Público . Actualmente pertence aos quadros da Visão. Foi director dos Cadernos de Reportagem e co-editor da Relógio d’Água. Na RTP1 teve uma rubrica sobre livros entre 1991-92.

    Foi galardoado com 10 prémios: G.P. de Teatro RTP, da Associação Portuguesa de Críticos, da Casa da Imprensa (por Um jeep em segunda mão, 1978), G.P. de Reportagem (À Descoberta de Portugal, 1982), Jornalista do Ano Nova Gente (1982), G.P. de Reportagem do Clube Português de Imprensa (Os Retornados estão a mudar Portugal, 1984), G.P. de Litertura Círculo de Leitores (O Viúvo, 1986), P. Fernando Pessoa do jornalismo e P. Gazeta do Clube dos Jornalistas (Moçambique, Todo o Sofrimento do Mundo, 1991), P. Gazeta do Clube dos Jornalistas (O Despertar dos Idosos, 1994).

    Tem mais de vinte livros publicados em diferentes géneros – reportagem, teatro, romance, narrativa e conto. O seu último, Nascido no Estado Novo, acaba de ser lançado.

    Paixão de Marrocos é uma edição trilingue, uma das quais em árabe. É, no entanto, um livro que fala muito de Portugal…
    Marrocos explica Portugal. Quando se dá o 25 de Abril percebi que estávamos a assistir ao fecho do ciclo imperial que nos marcou durante cinco séculos, para o bem e para o mal, ao nível do imaginário individual e colectivo. Ora tudo começou por Marrocos, conquistas, esclavagismos, colonialismos, retornos…

    O seu interesse por África é muito forte nas suas obras. Os Retornados, Moçambique, Todo o Sofrimento do Mundo….
    Pois é. A narrativa que escrevi sobre Moçambique fi-la quando o novo país comemorou 15 anos de independência. Nessa altura não se sabia nada do que estava a passar-se lá. O Maputo era uma espécie de ilha porque ninguém saía da cidade para o resto doterritório. Eu fui com o repórter fotográfico Luis de Vasconcelos. Andámos pelo interior, pelas zonas onde estavam os desalojados, os fugitivos da guerra, e descobrimos um universo de horror. As Nações Unidas tinham, aliás, declarado Moçambique como a zona de maior sofrimento humano do mundo. Chegaram a essa conclusão fazendo o somatório dos sofrimentos humanos, como a fome, as violações, as doenças, a guerra. Isso, que era completamente desconhecido, mesmo em Maputo, teve um grande impacto. Foi antes de se ter assinado o tratado de paz que, para surpresa da maior parte das pessoas, deu resultado, permitindo que o país começasse a organizar-se. O contrário verificava-se, entretanto, em Angola que sofria uma das guerras mais devastadoras de toda a sua história, em 1992. Hoje, Luanda é uma cidade em ruínas.
    Em 1974 ela estava no auge, era uma capital em vários aspectos muito mais desenvolvida do que Lisboa, ombreando com várias cidades europeias. Os chefes da guerrilha, que tinham fugido muito cedo para o mato – como o Agostinho Neto ou o Samora Machel – quando voltaram a Luanda e a Lourenço Marques ficaram estupefactos com o seu desenvolvimento. Não eram mais as urbes um pouco toscas e primitivas que conheceram 20 anos antes. Em relação à política que Portugal seguia, então, em África há a destacar a interenção de um homem que teve um papel fundamental: o Marechal Costa Gomes. Revelou-se um dirigente sumamente inteligente e maleável que se foi adaptando às circunstâncias, estando quase sempre na mó de cima. Era um militar, um político, um diplomata muito competente, muito lúcido que tentou inflectir, por dentro do regime, as coisas. A história de que os salazaristas não passavam todos de saloios e arrogantes é um disparate. O próprio Salazar era um homem cultíssimo, tinha era uma cultura clássica, e de uma grande intuição. O cardeal Cerejeira, por exemplo, gostava de Herberto Herder e de Camus.

    A figura de Salazar tem sido para si uma atracção especial…
    O meu interesse por Salazar resulta do interesse que sinto pelas figuras que exprimem a natureza humana em situação limite, o poder limite no caso dele. O chamado Estado Novo foi uma época com características muito próprias que devem ser conhecidas. Como já passaram 30 anos sobre o seu desaparecimento, já não há o perigo de Salazar ressuscitar nem do seu regime voltar ao poder. Por isso achei que devia fixá-los. Até porque, e como dizia a Natália Correia, “ser-se revolucionário hoje é preservar a memória”. É o que tento fazer dentro do meu estilo e das minhas características. Vivi a circunstância de conhecer a ditadura, de conhecer Salazar, de conhecer o 25 de Abril, de conhecer a democracia, de ter essas experiências todas o que me foi muito enriquecedor . Por outro lado, comecei a notar que a maior parte dos historiadores portugueses, com raras excepções, cometiam um erro crasso: faziam a história do Estado Novo baseados nos jornais. Ora os jornais do Estado Novo traduziam um país amputado, limitado, muito redutor. A história do Estado Novo tem que ser feita sobretudo, com testemunhos dos que o protagonizaram, enquanto estão vivos.Tornava-se-me, assim, urgente ouvir essas pessoas. Foi o que fiz, pessoalmente, isoladamente durante trinta anos. E que devia ter sido feito por algumas dessas inúmeras fundações que há para aí e que só servem para lavar dinheiro e fugir aos impostos. Que, apesar de se dizerem culturais, não fazem nada culturalmente. Nunca ninguém teve a ideia de ouvir pessoas como o barbeiro do Salazar, que é um homem fabuloso, ou a sua governanta, que só morreu em 1986, e que me contou coisas extraordinárias. Ela foi a “primeira-dama” que mais poder teve neste país, pois Salazar foi o português que mais poder deteve, durante mais tempo em Portugal.

    O Fernando Dacosta faz uma síntese bastante eficaz no cruzamento do jornalismo com a literatura. Eu acho que isso explica as dez edições de Máscaras de Salazar
    Para mim o jornalismo é apenas uma disciplina da literatura, como é o romance, como é a história. Durante séculos os jornais foram, aliás, povoados por grandes escritores. O Fialho, que hoje é um nome cimeiro da literatura portuguesa, não publicou um livro em vida, apenas publicou crónicas em jornais que depois foram reunidas em livros e o tornaram num autor notável. O Raúl Brandão, que para mim é também um dos grandes escritores do século XX, publicava tudo primeiro em jornais. Essa divisão de que há uma escrita de segunda para os jornais e uma escrita de primeira para os livros é artificial, inculcada para tentar controlar o jornalista. Para mim é completamente indiferente saber se as crónicas de Fernão Lopes, por exemplo, ou se as crónicas da história trágico-marítima são literatura ou jornalismo. Não é fácil, porém, vencer as mentalidades que separam as coisas… no campo da literatura o José Cardoso Pires fazia a experiência ao contrário, escrevia romances que eram reportagens, como. A Balada da Praia dos Cães. O jornalismo é importante porque permite contactar o ser humano em situações extremas, boas e más, as que dão notícia e matéria de reflexão.

    O Baptista-Bastos fala de si dizendo “Grande jornalista, porventura o maior repórter da sua geração; trouxe, para a letra de imprensa, a sensibilidade, o colorido, o lado humano, secreto, porventura quase insondável dos factos quotidianos.”
    É a generosidade dele… quando estou a escrever não estou a pensar se estou a escrever para páginas de jornal ou para páginas de livro. O que me determina é o tema que abordo

    Você é uma das poucas pessoas que tem analisado muito bem o que é isto de ser português, “povo pobre mas não miserável, velho mas não decadente, apaixonado mas não violento, a sua vocação de cigarra vai fazê-lo apetecido ao mundo” Acredita neste relançamento de Portugal?
    O último encontro que tive com Jorge de Sena foi muito interessante: ele vinha do Norte da Europa, com escala em Lisboa. Eu e mais alguns amigos fomos ao aeroporto para o saudar. Ele abraçou-nos e disse: “felizmente que entro na civilização!”. Espantado, respondi-lhe: “Então você entra nesta piolheira, vindo do Norte da Europa, e diz que isto é que é a civilização… ?” Rápido, respondeu-me: “Ora, lá só sabem trabalhar, ver televisão e beber cerveja. Desconfie sempre dos povos que não gostam de vinho.” A primeira coisa com que nos deveríamos preocupar era conhecer o povo em que estamos e a que pertencemos, para não importar fórmulas estranhas. A maior parte dos políticos e dos intelectuais portugueses não o conhecem, são uns deslumbrados, uns pacóvios com o estrangeiro. Ora nós temos uma cultura, uma identidade, uma afectuosidade muito próprias. A Agustina Bessa-Luís diz que temos a cultura da afectuosidade como outros povos têm a cultura das ciências, das matemáticas, das filosofias. Isso, que agora não vale nada, talvez no futuro possa merecer importância.
    A questão de Portugal poder ter um papel importante, ou não, depende da posição que cada um tiver em relação a ele. Dois homens extremamente catastrofistas, um de direita, outro de esquerda, o Franco Nogueira e o Miguel Torga, morreram convencidos que Portugal não iria sobreviver. O primeiro dizia que Portugal não iria sobreviver sem as ex-colónias, o segundo que Portugal não iria sobreviver ante o embate económico e cultural da Europa. Jamais esquecerei, aliás, a última vez que estive com o Miguel Torga: fui visitá-lo com a Natália Correia, a sua casa, foi na fase final da sua vida, estava deitado qual Camões depois de Alcácer Quibir. Há essas duas visões catastrofistas, mas eu não compartilho delas

    Conviveu com os grandes nomes da nossa cultura
    Tive a sorte de me ter dado com os grandes vultos deste país. Havia nessa altura uma coisa extraordinária em Lisboa, que eram as tertúlias que eles frequentavam, animavam. Tratava-se de gente de uma simplicidade extraordinária, sobretudo com os jovens… eu entrava na Brasileira e eles falavam-me como se fosse um igual a eles, com toda a paciência… conhecia já o Aquilino Ribeiro que tinha sido amigo do meu avô, andaram os dois fugidos à polícia.O Jorge de Sena, que era um homem muito irónico, dizia com muita graça que as únicas universidades interessantes do país eram os cafés. Era neles que se aprendia, porque nas outras, nas verdadeiras, só se perdia tempo. E citava o exemplo do Fernando Pessoa que, matriculado em Letras, só lá esteve uma semana. O contacto que tive com essa gente é um tema do meu novo livro que se chama precisamenteNascido no Estado Novo.

    Entrevista conduzida por Luís Souta com Andreia Lobo

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    Disse Agostinho da Silva:
    A emigração, a guerra e o exílio tinham despovoado Portugal. Aldeias inteiras apenas albergavam velhos e crianças, povoações havia que não tinham sequer um habitante. Era um país de deserções e decrepitudes a viver das remessas dos emigrantes e dos militares – e da passagem dos turistas.

           Então repetiram aqui o que há decénios faziam lá”Portugal foi reconstruído pela energia dos retornados”, exclamará Agostinho da Silva. “Eles lançaram mão a tudo, usaram com as pessoas de cá os mesmos métodos que usaram com as de lá. Não trouxeram divisas, como os emigrantes, mas construíram coisas”.
    (http://www.espoliadosultramar.com/n4.html)

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    "Se as coisas são inatingíveis... ora!/Não é motivo para não querê-las.../
    Que tristes os caminhos se não fora/A mágica presença das estrelas!" Mário Quintana
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  • A CORTINA DOS DIAS DE ALFREDO CUNHA

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    A CORTINA DOS DIAS – LIVRO DE ALFREDO CUNHA, fotógrafo

    "A Cortina dos Dias"
    A Cortina dos Dias / Obscured by Shadows
    Edição/reimpressão: 2012
    Páginas: 280
    Editor: Porto Editora
    ISBN: 978-972-0-06257-4
    Idioma: Português
    O fotógrafo Alfredo Cunha lança um livro antológico que cobre 4 décadas de intensa actividade, “A cortina dos dias”, um resumo, nas palavras do autor, de “uma vida fantástica, com acontecimento sucessivos”.
    Em “A Cortina dos dias” está o 25 de Abril, a descolonização, a miséria social, as convulsões políticas, as revoltas a Leste, a guerra no Iraque, os órfãos na Roménia, a devoção católica, a Índia, a explosão da China e muito Portugal, do interior mais remoto ao bairro social carregado degraffiti.
    Um livro de reportagens
    “Isto é um livro de reportagens, é um livro de fotojornalismo, mas não tem é a estética normal do fotojornalismo, aqui existe uma cumplicidade com as pessoas, uma integração do fotógrafo no meio e não há uma utilização das pessoas quase como adereço que é a grande crítica que eu faço hoje ao fotojornalismo”, afirma.
    Ao folhear-se “A cortina dos dias” sobressaem as imagens fortes dos rostos populares, mas quando interrogado sobre se pode ser considerado, em Portugal, o “melhor fotógrafo do povo”, Alfredo Cunha diz que não e fala de Eduardo Gageiro, de Gérard Castello Lopes, de outros fotógrafos.
    Através da sua objetiva, intencional e plástica, revelam-se as luzes e sombras de um mundo e de um país em mudança, que nos levam a redescobrir quem somos e a trilhar novos caminhos
    Fonte: Porto24
    http://coisasdecomunicacao.blogspot.pt/2012/12/a-cortina-dos-dias-livro-de-alfredo.html
  • ser escritor no Faial

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  • JUDEUS NOS AÇORES

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    Terceira – a chegada dos Judeus
    by Francisco Miguel Nogueira on Wednesday, 23 May 2012 at 20:01 ·

    Há exatos 511 anos, a 22 de Maio de 1501, os primeiros judeus expulsos de Portugal Continental aportaram aos Açores, pela Ilha Terceira, oferecidos como escravos a Vasco Anes Corte-Real, primogénito de João Vaz Corte-Real, que soube aproveitar as capacidades judaicas e integrá-los na sociedade.

    Em 1492, os judeus foram expulsos de Espanha pelos Reis Católicos, pois não quiserem converter-se ao catolicismo, a grande bandeira destes reis, que tinham conseguido conquistar Granada neste ano, e expulsar os muçulmanos do seu último reduto na Península Ibérica. Cerca de 60 000 judeus emigraram para Portugal, onde D. João II, O Príncipe Perfeito, abriu-lhes as portas, obrigando-os a pagar 8 cruzados por pessoa e concedendo-lhes, em troca, licença de trânsito por oito meses. Aqueles que não tinham este dinheiro viram os seus bens confiscados para a Coroa e foram-lhes também retirados os filhos menores. Estes foram posteriormente batizados e entregues à guarda de Álvaro de Caminha, que partiu com eles para o povoamento da ilha de São Tomé, onde a maioria não resistiu às condições do clima. D. João II queria, assim, forçar a fixação de operários especializados em Portugal.

    Com a morte de D. João II, sucedeu-lhe no trono o seu primo e cunhado D. Manuel I, que, embora fosse bastante tolerante com os Judeus, publicou, em 5 de Dezembro de 1496, um édito, em Muge, próximo de Lisboa, para a expulsão da comunidade judaica de Portugal, porque pretendia casar-se com a Infanta D. Isabel de Espanha, filha dos Reis Católicos e estes impuseram esta condição para haver boda. D. Manuel I apercebeu-se que a saída dos judeus do País levaria, também, à fuga de capitais do Reino, pois a comunidade judaica era formada por um escol de mercadores, banqueiros, médicos, economistas, ourives, entre outras atividades. Era portanto gente endinheirada. D. Manuel ofereceu barcos para quem quisesse sair do Reino, o que foi feito por poucas famílias abastadas, mas o Rei rapidamente mudou de estratégia.

    Para D. Manuel I, a saída de tanta riqueza não podia acontecer, sobretudo num momento em que a aposta nos Descobrimentos era cada vez maior, e o capital judaico era muito necessário. Assim sendo, D. Manuel I decretou a conversão forçada de judeus, e até de muçulmanos, ao Cristianismo no prazo de dez meses. Nasceu, assim, o conceito de cristão-novo (vs os cristãos anteriores, chamados a partir de então de cristãos-velhos).

    Em 1499, os cristãos-novos foram proibidos de sair de Portugal, mas tinham acesso a cargos políticos, administrativos e eclesiásticos. Além disso, D. Manuel I deixou-os praticar a sua religião de forma secreta, tendo uma política de grande benevolência para com os antigos judeus. Contudo, a diferenciação entre cristãos-novos e velhos era muito grande e estes últimos, impuseram várias perseguições e até massacres, obrigando muitos dos cristãos-novos a sair do país. Estes sentiam-se portugueses de segunda.

    Em 22 de Maio de 1501, aportaram à Terceira, vários náufragos cristãos-novos que fugiam à perseguição no Continente. Estes se encontravam numa caravela que se dirigia para África, levando um grande número de judeus. O mar bravio destruiu-lhes o barco e obrigou-os a pedir ajuda na Terceira, provavelmente através do atual Porto Judeu. Vasco Anes Corte-Real, o Capitão Donatário de Angra, avisou D. Manuel I do sucedido e o Rei ofereceu-lhe os judeus como escravos. Assim nasceu a primeira colónica judaica na Terceira e nos Açores.

    Vasco Anes Corte-Real rapidamente compreendeu as capacidades judaicas e o benefício que a Ilha podia receber com tal presença, assim os judeus foram bem acolhidos e tratados como iguais, longe do fanatismo que singrava a capital do Reino. A população cedo começou a entrar em contato com os rituais judaicos, que lhes eram permitidos praticar. Em 1558, a comunidade cristã-nova nos Açores já era grande e estes pagaram 150 000 cruzeiros à regente D. Catarina, avó de D. Sebastião, para prover as armadas da Índia. Em troca, D. Catarina prorrogou o adiamento da pena de confisco de bens aos cristãos-novos por dez anos, deixando-os envolver-se na vida do arquipélago.

    Em 1501, num momento de terror para os Judeus no Continente português, foram bem recebidos na Terceira, onde puderam implantar-se e formar as suas comunidades. Com o passar dos anos, as suas crenças misturaram-se com os costumes locais, fazendo da Terceira um bom exemplo da mistura de religiões, com características muito próprias.

    Num momento de crise, é bom olharmos para estes exemplos e percebermos a importância da tolerância e do apoio às minorias. É necessário respeitar os outros e não utilizar as desculpas dos problemas e da crise para desrespeitar a Liberdade e a individualidade de cada ser. Não devemos ser falsos hipócritas, fingindo ser o que não somos, devemos assumir a nossa personalidade com defeitos e virtudes e respeitar as diferenças.

    A Liberdade de cada um termina quando interfere na do outro…seja ele quem for.

     

    Francisco Miguel Nogueira

     

    -- 
    Chrys Chrystello, An Aussie in the Azores (Um Australiano nos Açores)
    
  • sobrenomes/apelidos galegos

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    sobrenomes galego-portugueses

    IN http://falaresdanossalingua.blogspot.pt/2011/11/sobrenomes-galego-portugueses.html

    além da toponímia comum, Galiza e Portugal partilham um sem número de sobrenomes de família. evidentemente, muitos são comuns também ao Brasil, que, aliás, partilha muitos outros sobrenomes de origem galega que não existem ou são muito pouco frequentes em Portugal.
    aqui vão alguns, já mais de 390, que tentarei ir atualizando:
    Abade – também grafado Abad
    Abelaira
    Abelheira – também grafado Abelleira.
    Abelho – também grafado Abello
    Aboim – também grafado Aboín e Abuín
    Abrantes
    Abreu
    Afonso
    Agra
    Agrelo
    Aguiar
    Aldão – também grafado Aldao
    Alfaiate
    Álvares – também grafado Álvarez
    Alvarinho – também grafado Alvariño
    Alves
    Amado
    Amaral
    Amarante
    Amorim – também grafado Amorín
    Andrade
    Antunes – também grafado Antúnez
    Araújo – também grafado Araúxo
    Areal
    Arroteia – também grafado Arrotea
    Avelar
    Azeredo – também grafado Aceredo
    Azevedo – também grafado Acevedo
    Bacelar – também grafado Vacelar
    Baía – também grafado Bahia
    Balsa
    Balseiro
    Baltar
    Barata
    Barbeito
    Barbeitos
    Barbosa
    Barral
    Barreira
    Barreiro
    Barreiros
    Barreto
    Barros
    Barroso
    Bastos
    Batalha – também grafado Batalla
    Belo – tem as variantes Bello e Velo
    Beloso – ver Veloso
    Bértolo
    Bezerra – também grafado Becerra
    Bicho
    Bispo
    Bogas
    Bouças – também grafado Bouzas
    Bouçós – também grafado Bouzós
    Braga
    Bugalho
    Bulhosa – também grafado Boulhosa, Bullosa e Boullosa
    Caamanho – também grafado Caamaño
    Cabanelas
    Cabeça – também grafado Cabeza
    Cabral
    Cadaval – também grafado Cadabal
    Cadilhe – também grafado Cadille; tem a variante Cadilha/Cadilla
    Caeiro
    Cal
    Caldas
    Caminha – também grafado Camiña
    Camões – também grafado Camoens
    Campelos
    Campos
    Cancela
    Câncio – também grafado Cancio
    Candal
    Canelas
    Canossa – também grafado Canosa
    Capelo
    Caramelo
    Cardoso – também grafado Cardozo
    Caridade – também grafado Caridad
    Carnoto
    Carpinteiro
    Carreira
    Carvalheda – também grafado Carballeda
    Carvalheira – também grafado Carballeira
    Carvalhinho – também grafado Carballiño
    Carvalho – também grafado Carballo
    Casais
    Casal
    Casaleiro
    Cascudo (Gz. e Br.)
    Caseiro
    Casqueiro
    Castanheira – também grafado Castañeira
    Castanho – também grafado Castaño
    Castelão – também grafado Castelao
    Casteleiro
    Castelo
    Castro
    Catoira (Gz. e Br.)
    Cavaco – também grafado Cabaco
    Cavaleiro
    Celeiro
    Centieiro – também grafado Sentieiro
    Cerejo – também grafado Cereijo
    Cernadas
    Cerqueira
    Cesteiro
    Chaves – também grafado Chávez
    Cid
    Coira
    Conde
    Cordeiro
    Correia – também grafado Correa
    Cortinhas
    Costa, da – também grafado Dacosta
    Cota – também grafado Cotta
    Cotelo
    Cotrim – também grafado Cutrín
    Couceiro
    Coutinho – também grafado Coutiño
    Couto
    Crespo
    Cruz
    Cunha, da – também grafado Cuña e Dacuña
    Curto
    Devesa
    Direito
    Domingues – também grafado Domínguez
    Dourado
    Durão – também grafado Durán
    Eanes – também grafado Ianes
    Eiras
    Eiriz
    Enes – também grafado Ennes
    Ermida
    Esteves – também grafado Estevez
    Farinha – também grafado Fariña
    Feijó – tem as variantes gráficas Feijóo, Feixó e Feixóo
    Félix
    Fernandes – também grafado Fernández
    Ferreira
    Ferreiro
    Ferro
    Feteira
    Fidalgo
    Figueiras
    Filgueiras
    Folgado
    Folha – também grafado Folla
    Fonseca
    Fontão – também grafado Fontán e Fontao
    Fonte, da
    Fontela – tem a variante Fontenla
    Fontes
    Fontoura
    Frade
    Fraga
    Fragata
    França – também grafado Franza
    Franco
    Freire – também grafado Freyre
    Freiria
    Freitas
    Freixo
    Fresco
    Fróis – também grafado Froiz
    Gago
    Gaio – também grafado Gayo
    Gaioso – também grafado Gayoso
    Galego
    Gândara – também grafado Gándara
    Gandarela
    Garrido
    Gato
    Geada
    Gil
    Gomes – também grafado Gómez
    Gonçalves – também grafado Gonzálvez
    Gondar
    Gradim – também grafado Gradín
    Grande
    Granha (Gz. e Br.)
    Guerreiro
    Guilherme – também grafado Guillerme
    Guimarães – também grafado Guimaraens. tem as variantes Guimaráns e Guimarás
    Guimil
    Henriques – também grafado Henríquez
    Igrejas – também grafado Igrexas
    Janeiro
    Junqueira – também grafado Xunqueira
    Justo
    Ladeiro
    Lage – também grafado Laxe
    Lago
    Lagoa
    Lains
    Lamas
    Lameiras
    Landeira
    Landim – também grafado Landín. Landim é variante de Nandim
    Laranjeira – também grafado Laranxeira
    Laranjeiro – também grafado Laranxeiro
    Leitão – também grafado Leitao
    Leite – também grafado Leyte
    Lema (Gz. e Br.)
    Lemos
    Lindim – também grafado Lindín
    Linhares – também grafado Liñares
    Lira (Gz. e Br.)
    Lobato
    Lomba
    Lopes – também grafado López
    Lourenço – também grafado Lourenzo
    Louro
    Lousada
    Machado
    Maciel
    Madeira
    Madureira
    Magarinhos – também grafado Magariños
    Maio
    Malaquias
    Maleiro
    Malheiro – também grafado Malleiro
    Maneiro (Gz. e Br.)
    Mano – também grafado Manno
    Manso
    Marinho – também grafado Mariño
    Mariz
    Martelo
    Martinho – também grafado Martiño
    Martins – também grafado Martíns
    Mato
    Matos – também grafado Mattos
    Matoso – também grafado Mattoso
    Medeiros
    Meira
    Meleiro
    Mendes – também grafado Méndez
    Mestre
    Miguéis – tem as variantes Miguéns e Miguez
    Milheiro
    Miragaia – também grafado Miragaya
    Miranda
    Moinhos – também grafado Muiños
    Monteiro
    Montenegro
    Morais- também grafado Moraes
    Moreira
    Mota, da
    Mourinho – também grafado Mouriño
    Mouzinho
    Naia, da
    Namorado
    Nandim – também grafado Nandín
    Neira
    Neto
    Nogueira
    Nogueiro
    Novo
    Nóvoa
    Oleiro
    Oliveira – também grafado Olveira e Ulveira
    Ortigueira
    Osório
    Outeiro
    Pacheco
    Pais – também grafado Páis, Páes e Páez
    Palmeiro
    Parada
    Paredes
    Pato – também grafado Patto
    Paz
    Pedreira (Gz. e Br.)
    Pedrosa
    Pego
    Peixoto
    Peleteiro
    Pena
    Penha – também grafado Peña
    Penteado
    Pereira
    Peres – também grafado Pérez
    Pico, do –
    Pinheiro – também grafado Piñeiro
    Pita
    Poças – também grafado Pozas
    Pombo
    Pontes
    Portas
    Portela
    Porto
    Pousada
    Prado
    Pratas
    Prego
    Preto
    Puga
    Queirós – também grafado Queiroz
    Quinta, da – também grafado Daquinta
    Quintas
    Quintela
    Rabelo
    Rainho – também grafado Raiño
    Rama
    Ramalheira – também grafado Ramalleira
    Ramalho – também grafado Ramallo
    Ramos
    Raposo
    Redondo
    Regadas
    Rego
    Regueiro
    Rei – também grafado Rey
    Represas
    Ribas
    Ribeiro – também grafado Riveiro
    Rigueiro
    Rio
    Rios – também grafado Ríos
    Roçadas – também grafado Rozadas
    Rocha, da – também grafado Darrocha e Darocha
    Rodeiro
    Rodrigues – também grafado Rodríguez
    Roma
    Romariz
    Sá – também grafado Saa
    Saavedra
    Sabugueiro
    Salgado
    Salgueiro
    Salvado
    Sampaio – também grafado Sampayo
    Sande
    Santana
    Santiago
    Santos
    Sapateiro – também grafado Zapateiro
    Saraiva
    Sardinha – também grafado Sardiña
    Sarmento – tem a variante Sarmiento
    Seabra
    Seixas – também grafado Seijas
    Senra
    Sentieiro – ver Centieiro
    Seoane
    Sequeiros
    Serém – também grafado Serén
    Silva
    Silveira
    Sinde
    Sobral
    Sobreira
    Sobrinho – também grafado Sobriño
    Soeiro – também grafado Sueiro
    Soutelo
    Souto
    Soutomaior – também grafado Soutomayor e Sottomayor
    Sumavielle
    Tabuada – também grafado Taboada
    Tábuas – também grafado Táboas
    Tato
    Teixeira
    Telmo
    Tenreiro
    Testas
    Tojeiro
    Tomé
    Torrado
    Trigo
    Trigueiros
    Valadares – também grafado Valladares
    Vale – também grafado Val
    Vaqueiro – tem a variante Baqueiro
    Varela
    Várzea – também grafado Barcia
    Vassalo – também grafado Vassallo
    Vasques – também grafado Vázquez
    Vaz – também grafado Baz
    Veiga
    Velho – também grafado Vello
    Veloso – também grafado Beloso
    Verde
    Veríssimo – também grafado Verissimo
    Viana
    Viçoso – também grafado Vizoso
    Vidal
    Vieira
    Vilaça – também grafado Villaza
    Vilar
    Vilares – também grafado Villares
    Vilarinho – também grafado Vilariño
    Vilas
    Vilaverde – também grafado Villaverde
    Vinagre
    ora digam lá se não somos o mesmo povo…
    nota: as grafias alternativas justificam-se por influências ortográficas diferentes, mas não traduzem diferença de pronúncia. por exemplo: Barcia e Várzea, Batalha e Batalla, França e Franza, Mouriño e Mourinho, Vázquez e Vasques, Viçoso e Vizoso, Xunqueira e Junqueira.