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Autor: CHRYS CHRYSTELLO
um ilhéu único…visite o JACO
www.youtube.com“malae” is the word in Tetum language that designates all who were not born on the island of Timor. Every weekend, dozens of “malae” lay the Tutuala path, ju…TV de S Miguel e o livro CQI crónica do quotidiano inútil de chrys chrystello
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a CRÓNICA DO QUOTIDIANO INÚTIL EM RECENSÃO POR MELO BENTO
Autores comentados nesta entrevistas: Victor Meireles, João de Melo, Chrys Chrystello (minuto 19), José Miguel Sardica; temas tratados: Produtividade, salário mínimo e candidatura de Zuraida Soares à Ribeira Grande
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v =lwTD3v0Ul9E https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=lwTD3v0Ul9E--
urbano bettencourt Publicado em Azorean Spirit. Sata Magazine, n.º 55, abril-junho 2013
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Partidas e regressos
Pode um livro mudar definitivamente a vida de um homem?
Pergunta insidiosa, daquelas que só fazemos depois de ter encontrado resposta para elas, nunca eu poderia tê-la formulado na manhã baça em que Veerle me deixou no aeroporto de Bruxelas. Nesse momento, tudo parecia simples: eu partia para os Açores para investigar as relações históricas entre a Flandres e o arquipélago. Dois meses eram apenas um risco de asa sobre três ou quatro das ilhas a meio do Atlântico, tempo capaz de iluminar o rasto desses flamengos que um dia trocaram os seus lares pela incerteza de territórios ainda a inventar. Quem eram eles? Que motivos os teriam levado a essa espécie de exílio entre a Europa e a América?
A bordo, uma dezena ou dezena e meia de adolescentes quebrava a sisudez dos passageiros, quase todos com o ar compenetrado daqueles funcionários que a Europa unida envia para Bruxelas em busca de salvação para este mundo e para o outro. Acabado o tempo imposto pelas normas de segurança, alguns dos adolescentes desapertaram os cintos e começaram a circular pelos corredores, em visita de tagarelice aos que tinham decidido continuar sentados. Como se, de repente, um inesperado grupo de pássaros escapados ao bando sobrevoasse «O cambista e a sua mulher», de Massys. Mais tarde, um deles dir-me-ia, num inglês fluente, que eram alunos açorianos em regresso de uma visita de estudo ao Parlamento Europeu. Ainda tentei indagar o que sabia ele desses remotos antepassados de cujo chão estivera tão perto, mas já ele voava para outro assento, onde uma jovem de cabelo ruivo e olhos claros o recebeu com um sorriso desfraldado.
Pude por isso debruçar-me sobre as páginas de Gros temps sur l’archipel, a tradução do romance português que eu comprara anos antes e onde, afinal, tudo tinha começado. O nome de Vitorino Nemésio era-me desconhecido, mas uma leitura à vol d’oiseau do prefácio fizera-me comprar o livro. E sempre que o retomo regresso à página 159, aquela em que se deu o encontro decisivo: «Quant aux nouvelles de Belgique, j’ai été heureuse d’apprendre par toi, cher cousin, qu’on a donc fini par trouver la pierre tombale de ce pauvre Francisco Brum dans le cimetière d’Oogenbon (je ne sais si j´écris ce nom correctement). Même si la dépense est trop élevée pour qu’on puisse faire transférer ses cendres à Faial, c’est du moins une consolation de savoir où eles reposent.» Quem era este Francisco Brum que, perdido o antigo nome Bruyn, regressara à terra dos antepassados para morrer nela e mais uma vez se perder da família e dos amigos? Que mistério o seu, que me fazia repetir-lhe a viagem, mas em sentido inverso?
Não sei quantas vezes se multiplicaram já os dois meses iniciais nos Açores. Continuo a investigar, mas essa é apenas a forma decente de adiar um regresso impossível. Leio agora Mau Tempo no Canal na língua natural do romance, nas suas páginas percorro o mar, o tempo e a destas ilhas, ouço a voz da sua gente. Troquei Veerle por Margarida e os canais de Bruges pelo canal de S. Jorge. E se algum dia começarem a tratar-me por Brum, saberei, então, que perdi uma pátria para ganhar outra.
(Publicado em Azorean Spirit. Sata Magazine, n.º 55, abril-junho 2013)
primeiro livro impresso em Portugal era judaico
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O primeiro livro impresso em Portugal veio do prelo de Samuel Gacon, editor judeu, operador da primeira oficina tipográfica em solo português, situada em Faro. O ano foi 1487, a obra o Pentateuco.
http://tipografos.net/historia/gacon.html
BALIBÓ, o filme (Timor)
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este filme está também em
BALIBÓ – THE MOVIE
fósseis Açores(aves) SÉRGIO ÁVILA
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Para quem esteja interessado no artigo acerca das aves fósseis nos Açores, abaixo deixo o artigo.
INÉDITO DE MARIA JOÃO RUIVO 2013
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Maria João Ruivo
Junho 2012
Quando passeio pela ilha e a vejo em toda a sua beleza pura, não posso deixar de me admirar por ainda me causar espanto, ao fim de tanto tempo. Penso que já foi tão fotografada que corre o risco de se estragar, como uma mulher bonita.
Fomos para as bandas do Faial da Terra. Ali, entre o Mar e a encosta escarpada, vislumbrei o equilíbrio perfeito entre a Terra e o Mar. Vidas paradas… Suspensas…Terra fecunda que se oferece ao Homem numa eterna dádiva. Homens que vivem tão perto do Mar! Tão perto do Céu!
Da Terra ao mar é um passo que condensa tudo: sonho e infinito; busca e incerteza.
Uma luz mística surge ali, por detrás da escarpa, a criar ilusões e a envolver Terra e Mar em raios de fantasia.
A Terra é a âncora, o porto de abrigo, o ancoradouro de sonhos. Dela vimos. A ela regressamos.
O mar é a passagem.
Então pensei que o que a Natureza tem de mais belo é a sua inconsciência. É ser fantástica, mágica e misteriosa sem se aperceber. É maravilhar-nos com a sua beleza, apenas porque está ali, para regalo dos olhos.
Seguindo o curso da ribeira, subimos pela mata até à cascata do Salto do Prego. O caminho pedregoso não é fácil, principalmente porque vamos após uma noite de forte chuvada. A lama não facilita a vida aos caminheiros, mas lá vamos, sem querer dar o braço a torcer ao cansaço.
Fecho os olhos e inspiro aquela mistura perfeita de frescura e de vida que brota da mata de criptomérias, conteiras e incenseiros. De repente lembro-me de que subi aqui a primeira vez há 17 anos, com a família toda, mais o Onésimo e a Leonor, que fazem parte da família. Trazia o Afonso na barriga.
A partir de certa altura, em cada curva do caminho, julgamos já estar muito próximos, porque o barulho da cascata vai-se intensificando, brincando connosco ao esconde-esconde pelo meio das árvores. Subitamente, na pequena descida enlameada, olhamos à nossa esquerda e lá está ela, garbosa! Cascata feita de nuvens, rasgando a rocha num brotar constante. Num gesto abusivo de invasão, a água a medir forças com a Terra. A pureza da água no mito da origem brota do basalto negro e a ele regressa num ciclo de eterno retorno tão anterior a nós e que irá perdurar tão depois de nós…
É frágil a vida. Mas esta água e esta rocha não.
O Céu, que mal se vislumbra nesta luxúria de verdes, mantém-se imperturbável e sereno, pelo tanto que já viu.
Água abençoada, vinda do alto! Imagem duplicada de beleza, emoldurada pela silhueta das árvores que velam em silêncio…
Maria João Ruivo
1932 ANARQUISTAS-DEPORTADOS-PARA-TIMOR-FUNDAM-ALIANCA-LIBERTARIA-EM-DILI/
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http://colectivolibertarioevora.wordpr ess.com/2013/06/12/ memoria-libertaria-anarquistas- deportados-para-timor-fundam-a lianca-libertaria-em-dili/
colectivolibertarioevora.wordpress.com
Leitura matinal na residência e sede da Aliança Libertária em Dili (Timor) -1932
A dado passo, Luísa Tiago de Oliveira, salientou a dimensão que teve durante, sobretudo, a década de 30 do século passado, a deportação de presos de índole social e política para aquelas terras distantes. Disse que, em Timor, chegaram a estar cerca de 500 deportados, a maior parte anarquistas e anarcosindicalistas da CGT, vítimas de repressão que se seguiu à instauração do regime ditatorial pós 1926. 500 deportados em Timor era muita gente, tantos como os brancos que integravam a administração da ilha, o que levantava, só por si, problemas de segurança.
Entre os anarquistas que estiveram em Timor há nomes como Arnaldo Simões Januário, de Coimbra, que depois veio a morrer no Tarrafal ou Manuel Viegas Carrascalão, nascido em S. Brás de Alportel, tipógrafo, secretário-geral das Juventudes Sindicalistas, por várias vezes preso, a última das quais em 1925, sendo condenado a 6 anos de degredo pelo Tribunal Militar e despachado para Timor em 1927, de onde nunca mais voltou. Este Manuel Viegas Carrascalão seria o fundador do clã Carrascalão (de que há ainda vários elementos ligados à actividade política timorense) e criou a fazenda “Algarve”, uma das mais prósperas (na altura) de Timor. Conduziu também a resistência à invasão japonesa nos anos 40.
Segundo Luisa Tiago de Oliveira a forma de encarar os deportados também variou de governador para governador. Muitos foram espalhados pela ilha de forma a não poderem criar laços fortes, numas vezes. Vezes houve, no entanto que os governadores tentaram integrar os deportados, incentivando-os a participarem na actividade económica e social da ilha e a desenvolverem as actividades que eram as suas. Terá havido mesmo uma padaria em Dili criada por anarquistas que fornecia o pão à população branca. Nessa altura, de maior distensão social, foi mesmo constituída uma Aliança Libertária de Timor, com sede e tudo, possuíndo um boletim informativo que teve pelo menos três números (aqui).
Nesta sua passagem por Évora, Luísa Tiago de Oliveira falou-me duma foto desta altura. Encontrei uma semelhante agora no arquivo Mosca (foto no início do texto). Alguns destes anarquistas fixaram-se em Timor Leste (como o Carrascalão). Outros regressaram a Portugal. Outros ainda foram morrer ao Tarrafal, como Simões Januário. Foi, no entanto, uma geração que lutou e foi fortemente reprimida, deportada e, por fim, em muitos casos, barbaramente assasinada. Foram largas dezenas os anarquistas mortos nas prisões, nas fugas, nas greves, nos atentados e nas acções contra o fascismo que se começava a impôr em Portugal e por toda a Europa. Hoje começa a recuperar-se essa memória. De uma geração que lutou até ao fim, mas cujos ecos só hoje começam a fazer-se ouvir junto das gerações mais jovens, mantendo viva a chama do ideal libertário.
e.m.
Marcelina Guterres e Manuel Viegas Carrascalão (aqui)