Autor: CHRYS CHRYSTELLO

  • VHILS DE VÂNDALO A ARTISTA

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    DEVIDA HOMENAGEM
    Alexandre Farto, também conhecido como Vhils, trabalha em seu mural retratando trabalhadores da saúde do Hospital de São João, no Porto, em homenagem ao seu esforço na frente da luta contra a pandemia Foto: Patricia de Melo Moreira / AFP

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    • Thierry Lambert Bapfakurera Curiosamente antes de ir para Inglaterra o que ele fazia era considerado vandalismo, foi preciso ser reconhecido lá fora para aqui verem que afinal arte não é só fado e Joana Vasconcelos
  • o assalto ao Estado

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    O ASSALTO AO ESTADO

    Daniel Oliveira
    Expresso, 20.06.2020
    Mergulhado no torpor da pandemia, o país desfaz-se. Como todos os que têm acesso privilegiado ao espaço público, recebo apelos diários de denúncia. São tantos que nem sei para onde me virar. Se é assim na minha humilde caixa de correio, não imagino como será nos ministérios. Temos de ser pacientes, são muitos problemas ao mesmo tempo, fui respondendo.

    A paciência acabou esta semana, quando se confirmou que entidades sediadas ou com filiais em paraísos fiscais fora da UE podem concorrer sem qualquer restrição aos apoios extraordinários do Governo. Fogem a pagar os impostos cá, mas têm direito a usar os impostos dos de cá. Com prioridade sobre muitos cidadãos desesperados.

    PCP e PEV propuseram que isto fosse impossível. Em maio, contaram com o apoio do BE, que insistirá no orçamento suplementar, do PAN e de Joacine. E com a oposição de PS, PSD, CDS e a “irreverente” IL, defensora de menos Estado nos impostos e melhor Estado nos subsídios às empresas. O deputado do Chega faltou. Talvez estivesse de serviço, numa das empresas dos irmãos Caia­do Guerreiro, fiscalistas especializados em aproveitar os meandros da lei para pôr dinheiro ao fresco.

    Para que não se pintem retratos catastróficos, esta mesma regra foi imposta pelos governos da Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Itália e Polónia. A decisão, aplaudida por várias ONG que se dedicam à transparência fiscal, ficou-se pelas 12 offshores que estão na lista negra europeia. Não constam os que, dentro da União, se dedicam à mesma atividade: Irlanda, Luxemburgo, Holanda, Malta e Chipre. As empresas que lá pagam impostos não lhes vão pedir apoio por causa da covid. Pedem aqui. Pagam numa loja e levam o produto noutra. No fim, perguntam porque temos os cofres vazios.

    O ministro da Economia disse que, se esta medida fosse aplicada em Portugal, se estariam a criar “constrangimentos” a empresas que “empregam trabalhadores no território nacional”. Nem sei porque raio cobramos impostos às grandes empresas. Os contribuintes deviam subsidiá-las para nos fazerem o favor de contratar alguém.

    Assistimos a um assalto ao Estado. Já foi assim com o lay-off simplificado, instrumento com subsidiação pública a que empresas com maior robustez financeira recorreram mais do que as pequenas. Voltou a ser assim quando o Estado garantiu risco zero aos empréstimos da banca às empresas em apuros e os bancos a cobrarem taxas de juro de mercado.

    Tendo os contribuintes como fiadores, os bancos cobram por riscos que não correm. E é assim ao dar dinheiro do Estado a quem não paga os impostos aqui.

    Na resposta do ministro, fica claro que se a restrição fosse aplicada os apoios deixariam de fora muitas das maiores empresas nacionais, que usam os recursos e infraestruturas públicas que não ajudam a sustentar. E que, não havendo qualquer entrave externo a uma medida que foi adotada por outros países, só não se combate esta forma de fuga ao fisco porque não se quer. As perdas fiscais de milhares de milhões anuais não são uma fatalidade, resultam de cumplicidade. Com assinatura: PS, PSD, CDS e IL. E a conveniente ausência do Chega. Fossem uns tostões para beneficiários do RSI e Ventura gritaria presente. Já para aborrecer quem lhe paga…

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  • DESCONFINAMENTO – TODO O CUIDADO É POUCO!

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    DESCONFINAMENTO – TODO O CUIDADO É POUCO!
    Internamento do Hospital de Santa Maria recebe doentes mais novos e de gravidade elevada. Efeito do desconfinamento-cool.
    CHRISTIANA MARTINS
    «Ao ar livre não há problema, o encontro será na esplanada, na praia e os amigos não estão infetados, neste bairro não se vê ninguém doente. E, de mão em mão, vai passando o telemóvel, o copo, o cigarro, e quase sem reparar, todos enfiam os dedos no saco para buscar mais uma batata frita. Não há risco, afinal, ninguém tem sintomas, todos se conhecem, são saudáveis. Estes são os argumentos dos jovens com comportamentos de risco no quotidiano. Uma população mais nova que preocupa os médicos que veem chegar aos hospitais doentes com idades mais baixas e, nem por isso, com manifestações menos graves de covid-19.
    “Estes jovens associaram a ideia de desconfinamento a que já estava tudo bem e era possível relaxar nos cuidados. Os que nos estão a chegar não se contaminaram em grandes festas; foram infetados no dia a dia. Parecem achar que a doença só é transmitida por quem tem sintomas, o que está profundamente errado. Estou muito preocupada com a abertura dos centros comerciais, cafés e com o fim das aulas”, explica Sandra Braz, coordenadora da Unidade de Internamento de Contingência de Infeção Viral Emergente. Sandra é a responsável pelas enfermarias onde são internados os doentes com covid-19 no maior hospital do país. Um trabalho difícil que partilha com Fábio Cota Medeiros, infecciologista, e envolve outros 50 médicos, além dos enfermeiros e auxiliares. “Só é possível lidar com esta situação em equipa”, sublinha.
    O terceiro piso do edifício principal tem espaço para 63 camas e, na última quinta-feira, 44 estavam ocupadas por doentes entre os 21 e os 99 anos. Havia ainda oito pessoas que aguardavam os resultados dos exames de diagnóstico para saber se seriam, ou não, internadas. No total, 52 potenciais e efetivos doentes: apenas menos nove do que o limite máximo da unidade. Há cinco semanas, 60 camas estavam ocupadas, o máximo até agora. “Todos os dias chega mais um doente”, explica Sandra Braz, numa tarde de intensa movimentação. “Aqui não há rotina”, avisa a profissional de Medicina Interna, que reconhece o enorme desafio trazido pela pandemia. Um desafio que começou a 16 de março e que a médica reconhece ainda não dar sinais de abrandamento. Por ali já passaram 408 doentes. Ontem, do total de internados, 34% tinham menos de 35 anos. Em todo o país, de acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde de quinta-feira, 5425 infetados tinham até 30 anos, mais 1759 do que um mês antes.
    DAS FÉRIAS NA NEVE DE ITÁLIA ÀS ESPLANADAS DE LISBOA
    “Na primeira fase tivemos os doentes que chegaram infetados porque trabalhavam fora do país ou tinham saído de Portugal em férias, na neve em Itália. Tinham entre 30 e 50 anos. E, logo a seguir, os familiares infetados por eles, entre 60 e 70 anos. Casos com gravidade”, recorda Sandra Braz. Depois, descreve, “vieram os infetados dos lares”. Trabalhadores e idosos, “num elevado número de internamentos, mas não especialmente graves”.
    Agora, na terceira fase, chegaram os doentes mais jovens e nem por isso menos complexos. “São os infetados do pós-confinamento, que se contagia­ram porque saíram de casa.” Alguns fazem parte de franjas populacionais mais expostas, trabalhadores da construção civil, cuidadores de idosos a domicílio, imigrantes de países africanos, paquistaneses e brasileiros. Mas também, jovens saudáveis, que não fazem parte de classes sociais desfavorecidas, mas com comportamentos de risco. Alguns têm de ser transferidos para os cuidados intensivos devido ao agravamento do estado clínico.
    “São jovens que organizam jantares em casa e que parecem pensar que por ser em casa não há perigo. Jovens que no trabalho usam máscara e desinfetam as mãos, mas à noite reúnem-se em grupo e não usam proteção. Alguns foram visitar amigos que estavam infetados e não se protegeram. Parecem viver numa adolescência prolongada, em que não cabe a responsabilidade, associada a um sentimento de desafio ao risco e a uma necessidade de pertença ao grupo, em que quem não acompanha a maioria pode ser excluído”, explica Sandra Braz, com base na experiência recolhida junto dos doentes que chegam à unidade.
    Assumindo que os profissionais de saúde ainda não sabem tudo sobre a covid-19, a médica conta que, ao contrário do que se poderia imaginar, muitos dos doentes mais velhos que passam pelos cuidados intensivos saem de lá mais rapidamente do que os mais novos. “Temos jovens que se mantêm em situação muito crítica e durante mais tempo nos cuidados intensivos e, daquilo que conhecemos da infeção, isso ocorre devido à reação do sistema imunitário destes doentes mais novos, que é muito mais intensa do que a dos mais velhos, podendo causar uma reação inflamatória multiorgânica que pode descompensar o organismo e ser muito grave”, explica a médica.
    ACONTECE A TODOS
    Doentes que desenvolvem problemas cardíacos, como Luís, 20 anos, que vive na margem Sul, esteve internado 15 dias no Hospital de Santa Maria e terá de esperar pelo menos seis meses até ter a certeza de que não ficará com sequelas para o resto da vida.
    A recuperar em casa, onde vive com os pais, conta pelo telefone que enfrentar a doença não foi fácil, mesmo para quem praticava regularmente kickboxing e muaythai. “Sempre fui saudável e só quem passa por isto sabe o quanto é mau.” Luís nega qualquer comportamento de risco. Diz que ficava em casa e “só saía à noite para correr e fazer exercício, sempre sozinho”. Mas, então, como se terá infetado? “Talvez porque ao correr e exercitar-me, suava muito e punha a mão na cara, mesmo que antes tivesse colocado as mãos no chão para fazer flexões.” Pois, talvez. Mas não saía mesmo nunca? “Às vezes, à noite, ia às bombas de gasolina tomar café, mas ficava pouco tempo.” Pois, talvez.
    E se, sobre a forma de contágio, não desenvolve a conversa, Luís já não se importa de falar da dureza da experiência. “Dormia mal, estava sempre preocupado, a solidão foi complicada, senti falta da família, dos amigos”, reconhece. E não se despede sem deixar uma mensagem aos jovens como ele: “Eu costumava dizer aos meus amigos que não ia apanhar o vírus e, afinal, aconteceu-me.”»

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  • Estrategizando | Moçambique: um comunicado pertubador da Amnistia Internacional

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    As autoridades moçambicanas mantêm na prisão 16 refugiados e requerentes de asilo africanos, em condições desumanas, há 18 m

    Source: Estrategizando | Moçambique: um comunicado pertubador da Amnistia Internacional

  • hoje é solstício

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    Hoje é o dia mais longo do ano, o Solstício de Verão surge às 22h43, hora portuguesa
    Que este início de um novo ciclo, seja também, um tempo de mudança, de novos sonhos e novas conquistas. Procurem ser felizes e permitam, em cada dia, que a luz brilhe dentro de vos.

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  • da escravidão perpétua CRÓNICA 198, 18.6.2018

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    17.1. DA ESCRAVIDÃO PERPÉTUA, CRÓNICA 198, 18.6.2018

    Por vezes acontecem ideias a meio da noite ou em sonhos de despertares súbitos. Foi o que sucedeu quando totalmente exsudado despertei e entendi a máquina que move os humanos. Lembrei-me de todas as civilizações existentes na História Moderna desde a Grécia a Roma e mais recentes civilizações. Entendi agora pontos mais obscuros da teoria dos multiversos, ou universos paralelos e tudo que há de comum em toda a História da Humanidade.

    Locke é considerado pelos seus críticos como sendo “o último grande filósofo que procura justificar a escravidão absoluta e perpétua”. Ao mesmo tempo que dizia que todos os homens são iguais, Locke defendia a escravidão a exemplo de Aristóteles, que foi o primeiro a fazer um tratado político defendendo a escravidão. Na época, era uma prática comum, e isso classificaria Locke como um homem da época – o que não diminuiria a importância das suas ideias, revolucionárias em relação ao seu tempo.

    A escravidão não é coisa do passado e de países pobres, e nunca foi tão lucrativa. O alerta vem do advogado, autor e ativista Siddharth Kara, um dos principais especialistas do mundo em tráfico de pessoas e escravidão, temas que estuda e leciona na Universidade de Harvard. “Nenhum país é imune e somos todos cúmplices. A escravidão permeia a economia global mais do que em qualquer momento do passado”, diz ele.

    A estimativa é que a indústria da escravidão gere lucros de 150 bilIões de dólares por ano. Há 21 milhões de escravos no mundo, segundo a Organização Internacional do Trabalho. Nos últimos 17 anos, Kara entrevistou mais de 5 mil pessoas que estão ou estiveram nestas condições em mais de 50 países. Mas afinal de que escravidão falamos, pois existem tantas formas e variadas manifestações? Há uma forma generalizada e comum a quase todos: “Nunca ninguém foi verdadeiramente livre” por mais aparência de liberdade que existisse, como foi o caso das gerações que viveram entre 1960 e 2000, considerado, por alguns, o período em que mais liberdadezinhas tiveram os humanos no mundo ocidental.

    Desde sempre sujeita a normas e convenções, com mais ou menos liberdade de opções, a humanidade esteve sempre sujeita aos desígnios da pequena minoria mandante que dita os moldes da escravidão de cada era, desde a fixação do trabalho, à remuneração, recompensas por bom comportamento dos súbditos, à existência ou não de tempos de lazer, desde que a engrenagem produtiva não seja afetada. Ninguém escapa, nem mesmo os que, pretensamente, vivem off-the-grid (fora da rede), pois continuam a necessitar de bens produzidos pelo sistema e o sistema de “barter”, troca direta, nem sempre é possível para aquisição do que precisam para viverem fora da rede. Isto é verdade em todas as ocupações e profissões e os desprovidos são os desempregados, sem-abrigo e outros que fugiram ao ciclo produtivo, com toda a liberdade de fazerem o que quiserem desde que seja gratuito, o que os limita a viverem à sombra da bananeira, nalguma ilha deserta e tropical, rica em produtos para a alimentação, vestuário e outras necessidades primárias. E todos sabemos que isto só é possível em literatura ou em casos, muito isolados. Os senhores do mundo, usam os instrumentos ao seu dispor desde a escravatura materialista das sociedades contemporâneas à religião, à contrainformação, aos espetáculos circenses que reproduzem a velha máxima romana de “política do pão e circo (panem et circenses) ” que vai dos mundiais de futebol, a desportos de massas, anestesiando as massas e dando fuga a sentimentos reprimidos.

    Aborígenes australianos em cativeiro séc. XIX-XX.

    Basta averiguar o mito das férias. Se estiver numa ocupação produtiva remunerada, provavelmente recebe um montante extra para gastar, caso contrário se viver, como eu, na Lomba da Maia, sem dinheiro extra nem carro, terá de ir a pé 4 km até à Praia da Viola e chamará a isso férias, ou aproveitará esse tempo livre para cuidar da casa, pintá-la, renová-la com o seu trabalho gratuito e chama a isso de férias. Se entrou num esquema de crédito ao consumo, nunca mais se libertará do ciclo vicioso de trabalhar para pagar ao banco o que pediu emprestado e os juros exorbitantes da invenção a que chamam dinheiro.

    Em qualquer outra esfera da vida será o mesmo. Endividou-se para estudar, então trabalhe, explorado para reembolsar a banca, a mesma que não vai à falência e sobrevive explorando-o a si e aos dinheiros dos demais. Seria uma vida mais livre e menos escrava antes de se ter inventado o dinheiro? Não temos relatos fidedignos … Se depois desta curta resenha ainda pensa que não é um escravo, pense nos antepassados e imagine como será o futuro dos seus descendentes e verá como é apto o título desta crónica. E se pensa que os mandantes e donos disto tudo são livres desengane-se, sem os escravos perpétuos eles nada são e têm de se certificar constantemente de que há escravos suficientes para manterem o sistema a funcionar. Por mais oleado que o esquema esteja terão sempre de inventar novas normas e retribuições, fake news, para que a roda dentada da engrenagem continue a funcionar. E os poetas, sonhadores, escritores, enganam-se pensando que ao escreverem isto são livres, mas é só na realidade virtual da escrita que atingem esse modicum enganoso de liberdade.

  • Balada No. 4 Op. 52 em F menor” de Chopin

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    Khatia Buniatishvili interpreta “Balada No. 4 Op. 52 em F menor” de Chopin

    Khatia Buniatishvili plays “Ballade No. 4 Op. 52 in F minor” by Chopin