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Autor: CHRYS CHRYSTELLO
ÁFRICA, A HISTÓRIA E OS ESCRAVOS
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A historiografia salazarista que imaginava uns africanos amorfos à espera de serem descobertos foi infelizmente substituída por uma narrativa equivalente de africanos amorfos à espera de serem vitimizados pelo bicho papão europeu. Havia impérios coloniais africanos antes, e depois, da chegada dos europeus; havia tráfico de escravos negros em larga escala para o Norte de África, para o Médio Oriente, para o Índico, antes de os europeus desenvolverem o seu infame comércio para as Américas… Já é tempo de o discurso popular sobre a História começar a analisar as relações de poder entre todos os atores, em vez de continuar com uma perspetiva infantilizante e eurocêntrica de maus contra bons. Gostaria que os programas de História falassem também sobre os impérios africanos, em vez de transmitirem uma imagem do “bom selvagem” de espírito simples e coração puro eterna vítima do mauzão europeu.
O tráfico de escravos de que os portugueses foram atores importantes aconteceu numa época em que boa parte do mundo via a escravatura como algo de normal, por terrível que essa ideia pareça agora. Os impérios coloniais africanos escravizavam os povos derrotados (e também os vendiam no litoral aos europeus), os norte-africanos escravizavam os europeus, as rotas do tráfico negreiro para países árabes duravam há séculos, até nos quilombos do Brasil havia escravatura… Tudo isso fazia parte de um sistema de valores primitivo que justificava a escravidão. Nalguns lugares do mundo os restos desse sistema de valores ainda sobrevivem. Mas, infelizmente, não se vê muito ativismo da seita dos “Politicamente Corretos” contra esse flagelo atual.Joao Paulo Esperanca added a new photo to the album documentos (História, etc…).«A alusão de Marcelo Rebelo de Sousa a iniciativas do marquês de Pombal para abolir a escravatura indignou certos sectores da nossa esquerda, em particular os mais ligados às Ciências Sociais e Humanas. Quatro dias após essa alusão, o antropólogo Miguel Vale de Almeida escreveu um texto sugerindo a Marcelo que pedisse desculpa pelo papel de Portugal “no sistema escravocrata e nas suas formas substitutas”. Várias pessoas vieram publicamente secundar e reforçar a sua sugestão. Em minha opinião Portugal deve torcer o nariz a estas propostas, por várias razões:
1. A sugestão de Vale de Almeida parte do pressuposto de que o tráfico transatlântico de escravos e a correspondente escravidão colonial são assunto europeu (e americano), não africano. No seu texto não se menciona a participação africana no processo; só se referem “o Estado português e parte das suas elites comerciais” como “actores centrais no comércio de escravos”. Ora, importa perceber que, excepção feita a episódios de captura nas primeiras viagens de descobrimento, o tráfico foi uma prática que surgiu e se manteve por vontade convergente de traficantes portugueses (e de outras nações ocidentais) e chefias africanas. A ideia de que apenas uma das partes daquela odiosa transacção – a ocidental – seria responsável pelo que ali acontecia é ideia herdada de filósofos e abolicionistas de finais do séc. XVIII, mas é errada e, paradoxalmente, menoriza os próprios africanos que são apresentados como ingénuos, fracos, inferiores ou incapazes, quando provavelmente foram pessoas tão ou mais racionais e argutas do que os brancos que as procuravam para negociar.
A verdade é que, à época, e mesmo que o quisessem, os ocidentais não tinham geralmente meios para forçar os habitantes de África a participar num comércio contra vontade ou contranatura. De um ponto de vista histórico não há, portanto, razão para que Portugal peça unilateralmente desculpa por uma relação que, não obstante a sua desumanidade, foi mutuamente assumida. Aliás, a História não é juiz nem tribunal. Mas, se acaso o fosse, ainda assim haveria pouca matéria para julgar, pois as práticas que agora execramos e punimos não eram entendidas como crime na altura.
2. A criminalização da escravidão e do tráfico de pessoas foi uma das grandes conquistas políticas, jurídicas e morais dos últimos 200 anos, algo que ficámos a dever a quem por isso se bateu. Mas antes de finais de Setecentos nenhuma dessas coisas era crime em nenhuma parte do mundo. Podemos achar chocante que assim fosse mas é essa a verdade histórica. Homens justos e bem formados, de todas as cores e latitudes, considerariam a escravatura infeliz e lamentável, mas ela era admitida, se não incentivada, pelo costume, pela religião, pela política e pela lei.
Dirão: mas a escravatura era considerada crime pelos próprios escravos. Seria? Onde estão os documentos que consistentemente o provem? Eu não os conheço. Conheço, sim, muitos factos que indicam o contrário. Na verdade, raramente sabemos o que os escravos pensavam. Mas sabemos como agiam. Quem estudar a história da escravatura encontrará escravos e libertos que tinham os seus próprios escravos; escravos que uma vez libertados iam traficar escravos na costa de África; escravos que fugiam ou se revoltavam e que, uma vez livres, possuíam escravos nos territórios que dominavam. Não parece, portanto, que, até finais do século XVIII, os escravos considerassem a escravatura como um crime e que agissem em conformidade.
É, por isso, errado julgar as pessoas de outro tempo à luz dos nossos sentimentos e conceitos. E se não podemos aplicar a classificação de crime a práticas que, à época, não eram classificadas como tal, também não podemos onerar e responsabilizar os actuais descendentes de putativos criminosos que, na verdade, ainda o não eram. A História não é uma plasticina que possamos moldar à medida das nossas conveniências ou convicções. Mas se, por absurdo, decidíssemos criminalizar determinadas práticas retroactivamente, quais e como escolheríamos?
3. Entendamo-nos bem: a escravatura dos africanos foi uma forma particularmente violenta, cruel e injusta de exploração humana. Um drama de grandes proporções e implicações. Basta ter visto filmes como Amistad ou 12 Anos Escravo para ficar a perceber todo o horror da coisa. Lamentavelmente, na triste contabilização dos horrores do passado, o tráfico transatlântico não é caso único nem na dimensão, nem nas consequências, nem mesmo na duração. Já lembrei, a propósito deste tema, que os ataques dos nómadas da estepe eurasiática às civilizações agrárias da periferia duraram, com intervalos, cerca de dois mil anos e provocaram muitos milhões de vítimas. Servirão eles para que a Rússia, o Irão ou a China exijam da actual Mongólia um pedido de desculpas? É absurdo. Como seria absurdo se o Médio Oriente em peso exigisse ao Uzbequistão que pedisse desculpa pelas campanhas de Tamerlão, causadoras da morte de 17 milhões de pessoas.
Exemplos destes não faltam, infelizmente, porque a história humana é feita de muita atrocidade. O ideal seria que pudéssemos corrigir males passados, ou melhor ainda, que nunca tivessem acontecido. Mas não temos esse poder e se o tivéssemos se calhar não saberíamos usá-lo. Já seria muito bom que os Estados reparassem as barbaridades e injustiças actuais, as que estão ao alcance da sua mão. Ir para além disso, culpabilizar um povo por acontecimentos ocorridos há centenas de anos é um princípio de responsabilização retroactiva que não tem sentido. Ou melhor: tem um sentido mas não o que parece inocentemente ter. Isso porém será tema para outro artigo. Nele mostrarei de onde vêm e para onde querem ir estas exigências de pedidos de desculpa pela escravatura, e insistirei para que Portugal não vá por aí.»
http://www.dn.pt/…/pedir-desculpa-pela-escravatura-tres-raz…
A legenda da fotografia é: «English: Photograph of an enslaved boy in Zanzibar. National Maritime Museum, in Greenwich, London, England, from the Michael Graham-Stewart collection. Description from source: This extraordinary lantern slide is inscribed: ‘An Arab master’s punishment for a slight offence. The log weighed 32 pounds, and the boy could only move by carrying it on his head. An actual photograph taken by one of our missionaries.’. From at least the 1860s onwards, photography was a powerful weapon in the abolitionist arsenal. Photographic images of slavery provided vivid and irrefutable evidence of the ongoing cruelty of the East African and Indian Ocean trades. They were often used as the basis for engravings reproduced in popular journals such as ‘The Graphic’ and ‘The Illustrated London News’.
Date circa 1890»medicamento barato contra covid
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Anunciado medicamento eficaz contra Covid. É barato e está no mercado
REINO UNIDO TEM ESTADO A ACUMULAR STOCKS DESDE QUE COMEÇOU O ESTUDO E VAI AGORA INCLUIR MEDICAMENTO NO TRATAMENTO PARA A COVID-19. DEXAMETASONA REDUZ EM UM TERÇO O RISCO DE MORTE PARA OS DOENTES QUE ESTÃO LIGADOS A VENTILADORES.
16/06/20 16:32 ‧ HÁ 12 MINS POR NOTÍCIAS AO MINUTO 📷MUNDO DEXAMETASONA.Um grupo de investigadores da Universidade de Oxford publicou esta terça-feira um trabalho científico que mostra as primeira evidências de que a dexametasona, um esteróide com um baixo custo, reduz a probabilidade de morte dos pacientes hospitalizados com Covid-19.De acordo com a BBC, o medicamento, que já existe no mercado, é anunciado pela Universidade de Oxford como um grande avanço no combate à pandemia do novo coronavírus.A dexametasona, de acordo com os investigadores, reduz o risco de morte para os doentes que estão ligados a ventiladores em um terço e em um quinto para os pacientes que estão apenas a receber oxigénio.O estudo, que está incluído num grande ensaio mundial para avaliar os efeitos de tratamentos para outras patologias no novo coronavírus, envolveu 175 hospitais do serviço nacional de saúde do Reino Unido e perto de 11.500 pacientes.O ministro da Saúde, Matt Hancock, anunciou esta terça-feira que o medicamento começará a ser usado no tratamento do novo coronavírus, depois de terem sido conhecidos os resultados do estudo. O governante explicou, ainda, que o país tem “acumulado stocks” de dexametasona desde março, estando agora na posse de cerca de 200 mil doses, que “estão prontas para serem administradas”. “Estamos a trabalhar com a NHS [sistema nacional de saúde] para que o tratamento padrão para a Covid-19 inclua a dexametasona a partir desta tarde”, disse.jovens e tecnologia
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china e india 20 soldados mortos
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According to breaking reports, the incident of violent clashes between Indian and Chinese army in Ladakh killed 20 Indian soldiers on Monday night. Earlier there was a report that three Indian soldiers including a colonel rank officer was killed. However, fresh report inform that 2o Indian soldiers….TIBETANJOURNAL.COMAccording to breaking reports, the incident of violent clashes between Indian and Chinese army in Ladakh killed 20 Indian soldiers on Monday night. Earlier there was a report that three Indian soldiers including a colonel rank officer was killed. However, fresh report inform that 2o Indian soldiers….Pedro Barroso – Lua – YouTube
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VILA FRANCAfakenews de que nos Açores está a Atlântida ou uma civilização fenícia” FAKE NEWS SOBRE FAKE NEWS
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Na semana passada, a sessão de sexta-feira foi dedicada a “Os Naufrágios nos Açores”, para a qual foi convidado o arqueólogo náutico e subaquático Alexandre Monteiro, que trabalhou na área da Arqueologia Subaquática dos Açores mais de dez anos, nomeadamente na Ilha Terceira. O ‘Correi…CONFRONTOS NO PARLAMENTO EM TIMOR
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Troca de agressões no parlamento timorense após discussão sobre uso de português
Díli, 17 jun 2020 (Lusa) – Duas deputadas timorenses envolveram-se hoje em confrontos físicos e verbais durante uma discussão sobre o uso do português num debate na comissão de Finanças Públicas, na sala do plenário do Parlamento Nacional.
A discussão começou quando Olinda Guterres, do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO), criticou a deputada do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) Fernanda Lay por falar em português numa interpelação durante o debate, na presença da vice-ministra da Solidariedade Social e Inclusão, Signi Chandrawati Verdeal, entre outros.
“A senhora Fernanda Lay fez a sua intervenção em português e eu fiz um ponto de ordem porque as pessoas não compreendem português e a pedir para falar em tétum”, disse Olinda Guterres à Lusa.
“Pedi para falar em tétum porque o orçamento é importante e as pessoas têm que perceber”, afirmou a deputada do KHUNTO.
Fernanda Lay criticou os comentários de Olinda Guterres, que acusou de ter feito “comentários racistas” e de a ter chamado “china pirata”.
“Eu falei em português e ela disse para não falar porque ela não entende. E eu mostrei-lhe a Constituição. Mas ela começou aos berros e chamou-me china pirata. Onde é que já se viu comentários racistas no parlamento”, questionou Lay.
“Se ela não compreende, nós temos aulas gratuitas aqui no Parlamento”, acrescentou.
As deputadas acabaram por se envolver em agressões físicas, tendo que ser separadas por outros deputados.
A presidente da comissão C, Maria Angélica dos Reis, acabou por interromper a audição, que decorria no plenário, tendo sido retomada pouco tempo depois com apelos à calma.
Os incidentes ocorreram durante um debate das comissões especializadas C, D e F sobre um pedido do Governo para um levantamento adicional do Fundo Petrolífero (FP) e de alterações à lei do Fundo Covid-19, para dar mais amplitude às despesas que pode abranger.
A tensão já se tinha sentido na terça-feira com Olinda Guterres – que fez várias intervenções aos gritos – a ter de ser agarrada por colegas da bancada, para impedir que agredisse uma outra deputada do CNRT Vírgina Ana Belo, de acordo com testemunhas ouvidas pela Lusa.ASP // EJ
Lusa/Fim-0:23TERMINA AMANHÃ CORISCOS MAL-AMANHADOS NA RTP A
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A viagem termina 5ª feira, à hora do costume. A declaração de amor à nossa terra tem um 10º capítulo como despedida
MAL-AMANHADOS, ep.10: “Ontem, Hoje & Amanhã”Um episódio final feito de inéditos de todos os outros, uma viagem acelerada pelas 9 ilhas, com novos protagonistas, bloopers e gaffes, música, histórias do Espírito Santo, o lançamento da “Grotta” no território mais ocidental da Europa, o encontro com o professor que marcou a adolescência, reflexões sobre a viagem que pudemos fazer todos juntos em tempo de pandemia, e o sonho duma nova viagem a germinar: açorianos pelo mundo, da Bermuda à Costa Oeste dos Estados Unidos, do Canadá a Florianópolis.
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