Autor: CHRYS CHRYSTELLO

  • Starburst Statement Necklace – Smithsonian Store

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    Wearable art you’ll love for everyday and holiday occasions alike, this artisan Starburst Statement Necklace sparkles with glass seed beads. Surprisingly lightweight and easy to wear, this WOW necklace is an absolute must have.

    Source: Starburst Statement Necklace – Smithsonian Store

  • tudo tem de voltar a ser como dantes BERNARD-HENRY LEVY

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    Furak Alves – Anabela
    2tthSpo nesodirhrscedt

    A ler “Este vírus que nos enlouquece” do filósofo francês Bernard-Henri Lévy.

    SINOPSE
    Em Este Vírus Que Nos Enlouquece, Bernard-Henri Lévy contesta os que querem aproveitar o coronavírus para arrasar o que a civilização ocidental tem de melhor. Contra os que pretendem ver no vírus uma mensagem, contra o alarmismo do apocalipse, contra os obcecados pelo decrescimento e contra outros defensores da penitência, Lévy contesta a ideia de que no recomeço, após a pandemia, “nada deve ser como antes”. Pelo contrário, contra um mundo refém do medo, temos de voltar à confiança do aperto de mão, dos abraços e das viagens. Neste livro, o filósofo denuncia a tentativa visível de utilização da pandemia pelos usurários da morte e pelos tiranos da obediência, cujo objectivo é estrangularem a liberdade dos cidadãos a coberto da urgência sanitária e do delírio higienista.
    Estamos perante o que chama «O Primeiro Medo Mundial» e um vento de loucura assola o planeta: este livro recorre ao pensamento, à história e à filosofia para nos ajudar a encarar com racionalidade uma pandemia que não é a primeira, nem foi a mais mortífera que a humanidade até hoje conheceu.
    Um livro em defesa da vida em toda a sua plenitude, convivial, amorosa, política. Um livro em defesa das portas da liberdade que são aeroportos, viagens, cosmopolitismo e comércio.

  • Angola e o Acordo Ortográfico – DN

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    Como observei no meu artigo anterior, Angola é o segundo maior falante de português em todo o mundo, depois do Brasil, o que lhe atribui responsabilidades acrescidas no que diz respeito às respetivas políticas, não apenas internas mas igualmente externas. Na minha opinião, que é rigorosamente individual e vale o que vale, o país tem negligenciado tais responsabilidades.A persistente ambiguidade e hesitação em tomar uma posição definitiva em relação ao Acordo Ortográfico de 1990, por exemplo, confirma essa atitude. Pela parte que me cabe, tenho muita dificuldade em entender a relutância de alguns setores em ratificar o referido acordo.

    Source: Angola e o Acordo Ortográfico – DN

  • quase 13 mil açorianos em lista de espera

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    12.802 doentes aguardam intervenção cirúrgica
    Mais 587 açorianos engrossam a lista de espera

    No final de Maio de 2020 o Serviço Regional de Saúde (SRS) contava com um total de 12.802 propostas cirúrgicas em Lista de Inscritos para Cirurgia (LIC), correspondendo a um aumento de 0,7% (83 propostas cirúrgicas), face a Abril de 2020.
    Na comparação com o mês de Maio de 2019, verificou-se um crescimento de 4,8%, a que correspondem mais 587 propostas cirúrgicas.
    Segundo o boletim do mês de Maio, agora publicado, na análise por especialidade, verificou-se que Oftalmologia, Ortopedia e Cirurgia Geral, com 2.973, 2.606 e 2.092 propostas cirúrgicas activas em LIC, respectivamente, correspondem às especialidades cirúrgicas com actividade no SRS com maior expressão na LIC.
    Em Maio de 2020 entraram em Lista de Inscritos 338 propostas cirúrgicas, isto é, mais 77,9% (148) do que em Abril de 2020.
    Na comparação com o mês homólogo registou-se uma variação negativa de 66,3%, a que correspondem menos 664 propostas cirúrgicas entradas em LIC.
    Aumenta para 516 dias média de espera por uma cirurgia
    O Tempo Médio de Espera (TME) em LIC traduz a antiguidade em lista de espera, e resulta do somatório do tempo decorrido entre a data em que o utente ficou inscrito em LIC e o último dia do mês a que se refere a análise, sobre o total de utentes inscritos.
    Assim, o Tempo Médio de Espera em Lista de Inscritos no Serviço Regional de Saúde fixou-se, em Maio de 2020, em 516 dias, o que traduz um aumento de 24 dias (4,9%) na comparação com Abril de 2020.
    Na comparação homóloga, a diferença traduz-se num aumento de 33 dias, isto é, 6,8%.
    Menos intervenções do que no ano passado
    No decurso do mês de Maio foram realizados 173 procedimentos cirúrgicos, isto é, um aumento de 119% (94) na produção global do SRS, face à produção do mês anterior.
    Na comparação com Maio de 2019, manteve-se a forte contração da produção, tendo-se verificado uma variação negativa de 79,2%, a que correspondem menos 658 cirurgias realizadas.
    O TME dos operados fixou-se, no final de Maio de 2020, em 76 dias, isto é, mais 58 dias do que em Abril de 2020.
    Na comparação homóloga, o TME dos operados passou de 309 dias, para os já referidos 76 dias, representando isto uma diminuição de 233 dias.
    Verificou-se uma diminuição de 82,3% de utentes operados dentro do TMRG em Abril de 2020, para 80,3% em maio de 2020. Em maio de 2019, 61,1% dos procedimentos cirúrgicos foram realizados dentro do TMRG, comparativamente aos actuais 80,3%.
    Cirurgias urgentes
    No cômputo do SRS foram realizados 245 procedimentos cirúrgicos em regime de urgência no decurso de Maio de 2020, o que traduz uma variação positiva nas comparações com o mês anterior e homóloga, de 15,6% no primeiro caso e de 5,6% no segundo.
    Cirurgias em regime de ambulatório
    Entende-se por cirurgia de ambulatório todo o procedimento cirúrgico programado, habitualmente efectuado em regime de internamento, em que o utente é admitido e tem alta para o seu domicílio no dia da intervenção ou no período máximo de 24 horas.
    A percentagem de operados em regime de ambulatório no SRS assiste a um aumento de 8,6 pp em Maio de 2020, na comparação com o mês anterior, e uma contração 16,5 pp na comparação com igual mês do ano anterior.

    (Diário dos Açores de 11/07/2020)

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  • Há 13 dias que os hospitais não tinham tão poucos doentes com covid internados – DN

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    Este sábado, estão hospitalizados 459 doentes com o novo coronavírus – o menor número desde o dia 28 de junho. São menos 12 hospitalizações do que ontem. Apesar de haver mais duas pessoas em cuidados intensivos.

    Source: Há 13 dias que os hospitais não tinham tão poucos doentes com covid internados – DN

  • George Orwell resumidinho ao máximo

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    10.9. GEORGE ORWELL 1984 CRÓNICA 47 NOVº 2007

    Como muitos o citam sem o lerem extraio um resumo adaptado sincreticamente por mim…

    … a história passa-se no “futuro” ano de 1984 na Inglaterra, Pista de Pouso Número 1, megabloco da Oceânia, a congregação de países dos os oceanos. A transformação da realidade é o tema principal. Disfarçada de democracia, a Oceânia vive um totalitarismo desde que o IngSoc (Partido) chegou ao poder sob o omnipresente Grande Irmão (Big Brother). …o livro conta a história de Winston Smith, membro do partido externo, funcionário do Ministério da Verdade, cuja função é reescrever e alterar dados de acordo com o interesse do Partido. Nada diferente do que faz um qualquer jornalista ou historiador.

    Winston questiona a opressão do Partido. Se alguém pensa diferente, comete crimideia, capturado pela Polícia do Pensamento é vaporizado. Desaparecia, pura e simplesmente como se nunca tivesse existido.

    Winston é o cidadão comum vigiado pelas teletelas e pelas diretrizes do Partido. Todos sabiam que uma atitude suspeita poderia significar o fim, não era sair de um programa de TV com o bolso cheio de dinheiro, mas desaparecer de facto. Os vizinhos e os filhos eram incentivados a denunciar quem cometesse crimideia. Algo estava errado, Winston sentia-o e precisava extravasar. Comprou clandestinamente um bloco e um lápis (venda proibida), atualiza o diário usando o canto “cego” do apartamento, sem ser focado pela teletela. Um membro do Partido (mesmo externo) tinha teletela. A primeira frase que escreve é: Abaixo o Big Brother!

    Antes da Terceira Guerra, Winston desfrutava uma vida normal com os pais, mas tinha dificuldade em lembrar o passado. A propaganda do Partido e duplipensamento tornavam a tarefa quase impossível, o futuro, presente e passado eram controlados pelo Partido. O seu trabalho era transformar a realidade. No MINIVER (Ministério da Verdade), alterava dados de tudo que contradissesse a verdade do Partido e incinerava os originais (Buraco da Memória). O Partido informa: a ração de chocolate aumenta para 20 g. Winston apagava os dados antigos quando a ração era de 30 g. A população agradece ao Grande Irmão o aumento.

    O medo de comentar era um dos trunfos do Partido para o controlo da população. Havia os “Dois minutos de ódio”, em que os membros do partido veem propaganda do Grande Irmão e, direcionam o ódio contra os inimigos. A mulher de Winston separa-se por que o sexo é para procriação, o prazer era crime. Winston anota tudo, isso era proibido e muito perigoso. O que o revoltava era ver Jones, Aaronson e Rutherford, os últimos sobreviventes da Revolução, confessarem assassinatos e sabotagens, serem perdoados mas executados. Sabia que estavam na Eurásia (na época a inimiga), mas de súbito, a Lestásia passara a ser a inimiga. Bastante atual se se comparar o apoio dado a Saddam Hussein, Kadhafi, bin Laden antes de serem os inimigos eternos.

    Revoltado, escreve “liberdade é escrever 2+2=4”, as fábricas têm placas 2+2 são cinco se o partido quiser.

    Winston entrevista pessoas sobre a vida antes da guerra, mas os idosos não se lembram. Vê uma mulher e desconfia que seja espia da Polícia do Pensamento. No dia seguinte, encontra-a no Ministério e recebe um bilhete: “Eu te amo”. Os membros do Partido, dos sexos opostos, não deviam comunicar. Marcaram encontro num lugar secreto, e após beijá-lo, Júlia confessa-se atraída pelo rosto de Winston que ia contra o partido… O desejo dela era corromper o estado por dentro. Apaixonado, recupera peso e saúde.

    O’Brien, membro do Partido Interno, percebe que Winston era diferente e convida-o, para despistar as teletelas, a ir ao seu apartamento ver a edição do dicionário de Novilíngua. O convite era incomum e fez Winston animar-se e leva Júlia ao encontro. Para espanto do casal, O’Brien desliga a teletela do luxuoso apartamento. Alguns membros do Partido Interno tinham permissão para se desconetar. Winston confessa acreditar na Fraternidade. Os planos eram regados a vinho, proibido aos do Partido Externo. Dias depois, Winston recebe a obra e devora-a. Ouve uma mulher cantar música prefabricada em máquinas de fazer versos. Nada distante da música atual. “Nós somos os mortos” filosofa Winston. A ignorância dos menos abastados não era perigo para o Partido. “Nós somos os mortos” repete a voz metálica da teletela escondida atrás de um quadro. Guardas irrompem no quarto e Winston vai preso para o Ministério do Amor. As celas tinham teletelas que vigiavam cada passo. Numa sala, O’Brien torna-se o seu torturador e explica o conceito do duplipensar, o funcionamento do Partido e questiona-o acerca das frases sobre liberdade. Torturado e drogado aceita o mundo de O’Brien e passa ao estágio seguinte aprender, entender e aceitar. Winston confessa que a Eurásia era inimiga e que nunca tinha visto a foto dos revolucionários.

    Mas faltava a reintegração, ritual de passagem a concluir no Quarto 101, um inferno personalizado. Como Winston tem pavor de roedores, os torturadores colocam a máscara no rosto com abertura para uma gaiola de ratos famintos. A única forma de escapar é renegar o perigo maior ao Partido, o amor a outra pessoa acima do Grande Irmão. Winston, libertado, termina os dias sozinho. O seu rosto aparece na teletela confessando vários crimes, sendo libertado com a posição rebaixada para um trabalho ordinário num subcomité.

    Trajetória de milhares de pessoas de regimes totalitários, como o checo Thomaz de “A Insustentável Leveza do Ser” de Milan Kundera[1]. Inspirado na opressão dos regimes totalitários das décadas de 1930 e 1940, o livro de Orwell critica o estalinismo e o nazismo e a nivelação da sociedade, tal como pretendem fazer em Portugal depois do 25 de abril. Uma redução do indivíduo a peça para servir o estado ou o mercado através do controlo total, incluindo o pensamento e a redução do idioma. Tudo isto acontece já e só vai piorar.

    Júlia escapa do Quarto 101. O Partido separou-os e encontram-se ocasionalmente. Já não eram os mesmos. Tinham “crescido”. Winston sorri, completamente adaptado. Finalmente ama o Grande Irmão.”

    O Big Brother está nas nossas vidas e aceitamo-lo sem pruridos. Sabe o que fazemos através dos cartões de crédito e débito, do cartão de cidadão, da passagem pelas portagens da autoestrada, pelo Metro e “Cartão Andante”, pelas câmaras nos centros comerciais. Não se admirem se qualquer dia com a nossa inconformidade e individualismo pudermos ser privados da pseudoliberdade por não termos cumprido as normas de higiene e de saúde que “eles” determinaram obrigatórias. Já não há espaço para seres pensantes e questionadores. Só espero que isto não acelere demasiado para os anos de vida que ainda tenho. Não se preocupem, sou assim e a fobia excessiva que tenho contra as bases de dados, é um sinal evidente da minha hipocondria e da necessidade absoluta que existe de me internarem como um perigo que sou para a sociedade uniforme e cinzenta que me querem impor. Ah! Se eu ao menos tivesse cá a cicuta, repetia-se o destino. Parecia que o mundo real lá fora estava a conspirar, mas a maior parte das pessoas nem se apercebia e vivia tranquila na morrinha da lufa diária pela sobrevivência, que a mais não podiam aspirar. …

    Também isto constava das previsões de George Orwell[2].

    Adquiri pés de galinha, os cabelos e pelos eriçaram-se como se tivesse visto um fantasma, isto, claro está, no caso de existirem. Comecei a olhar por sobre o ombro à cata de alguém que me espiolhe ou esquadrinhe as ideias, tão diversas do pensamento “aprovado e oficial”. Não me apetecia ser vaporizado pois tinha um legado que queria imune à ação de um qualquer ministério da verdade. A privacidade de há 10, 20 anos ou mais, seria impensável hoje. Tudo em nome da defesa dos valores sagrados da civilização ocidental. Da luta contra o terrorismo. Doutra qualquer peleja que os líderes hão de inventar. Como as armas químicas que o velhaco genocida do Saddam Hussein afinal não tinha. O mesmo que os EUA forjaram com Bin Laden. Desde há um século que “inventam” personalidades destas para fazerem o que lhes convém, lembremo-nos do Xá da Pérsia, ou do Panamá e mais as centenas de golpes falhados e os que fizeram ricochete…

    [1] o caso do médico que vira pintor de paredes ao renegar as ordens do partido não é diferente dos que não se adaptam nas profissões no mundo livre

    [2] (n. Eric Arthur Blair, Bengala, 1903-1950

  • previ isto tudo em nov 2007

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    10.9. DO ENSINO AO JORNALISMO, CRIAMOS UMA MASSA CINZENTA DE CARNEIROS AMESTRADOS crónica 47 novembro 2007

    É importante, e (se bem que quase ninguém me leia e ninguém me ouça) há muito que ando a dizer nos labirintos esconsos das crónicas: o ensino em Portugal (como a democracia) segue o rumo globalizado de privatização. No futuro, haverá acesso universal ao ensino, de má qualidade e sem grande futuro. A alternativa será o ensino privado, levando algumas pessoas a engrenagens de dívidas perenes e endividamento, sem hipótese de saírem desse círculo vicioso. Entretanto, as elites com poder de compra irão optar por escolas privadas, donde sairão os futuros dirigentes da nação que optem por não ir estudar (sempre é mais fino) para o estrangeiro.

    Ter-se-á assim um país, e o mundo, a duas velocidades. A das massas, o antigo proletariado, já com melhores condições que no tempo da ditadura, ostentando títulos académicos (doutor, engenheiro, farmacêutico, arquiteto, etc.,) sem que isso represente emprego ou profissão duradoura. A das elites (à semelhança dos tempos da outra senhora) terá o privilégio de nomear os eleitos para todos os níveis de chefia a partir do intermédio. Mas não se iludam, não é só cá, é em todo o mundo ocidental. Agora com a passagem de ano (obrigatória) de todos os alunos, vai Portugal finalmente baixar o coeficiente de iletrados. Ao contrário do que muitos pensam, não vai deixar de os ter, o que vai ter é analfabetos com diplomas. Nada disto é à toa, nem por uma questão de birra. Já acontece nos EUA, na Austrália e no Reino Unido, onde há escolas secundárias (o antigo Liceu) que custam tanto ou mais que universidades privadas…

    Teremos um país dos que têm e dos que não têm. Ninguém se preocupa com desempregados vitalícios que começaram a surgir (no fim da década de 80 na Austrália e agora em Portugal). Ninguém perde o sono ou o apetite, pelos sem-abrigo, que se propagam nas ruas das cidades esvaziadas de Humanidade, autênticos desertos à noite. Isto enquanto o camartelo municipal não chega para demolir as casas que irão ser “gentrificadas” para condóminos de luxo. Os subúrbios do povo e classes menos abastadas passam a áreas VIP. O interior desertificado e abandonado do Portugal pequenino será a coutada de férias de ricos e poderosos.

    Decidi abdicar da habitual dose de livros de ficção. A realidade não para de se exceder e tornar-se mais inverosímil que a fantasia. Neste pequeno jardim à beira-mar plantado, as liberdadezinhas são ameaçadas e cidadania já é sinónimo de coragem. Há uma crise de instituições que ninguém ousa negar. A própria democracia de abril resvalou para a demagogia. Os representantes eleitos estão, sem ideias e sem horizontes, que não sejam os dos benefícios pessoais e dos mais próximos. Esta teia intrincada de corrupção e nepotismo coloca em causa a democracia, e isso nota-se no abstencionismo generalizado.

    Os ataques à liberdade começaram há muito com a autocensura, imposta pelos poderes económicos que dominam os meios de comunicação. Depois, seguindo um processo, a nível mundial, centrado no politicamente correto, assiste-se à criação artificial do ser imperfeito: agora é o fumador, daqui a uns tempos serão os obesos, depois os carnívoros, e por aí adiante….até que todos estejam controlados à distância por um microchip Tudo isso será tão grave como não pagar impostos. As represálias irão fazer-se sentir sobre os que exercem um mero ato de cidadania.

    Os jornalistas não ousam criticar a menos que “mandados”. Já não há espírito de missão nem a profissão pode ser levada a sério. Portugal nunca foi um país de “jornalismo de investigação”, agora ainda menos. A sociedade civil não se pronuncia e os jornalistas raramente o fazem. Os que querem ser esclarecidos contentam-se com o mundo “underground” dos blogues e das “fake news” que muitas vezes nem o são, assim como as teorias da conspiração que os donos disto tudo propagam para desacreditar essas mesmas teorias. O progresso tecnológico galopante, nas últimas décadas, permitiu a todos um acesso alargado à informação, mas as pessoas estão menos informadas. Vive-se a miragem de uma multiplicidade de jornais e de canais, um excesso de “infotainment ou infoentretenimento) retira o tempo e capacidade para discernir. Os telejornais são decalcados uns dos outros, apenas os apresentadores e a ordem das notícias muda.

    Os grandes grupos económicos que dominam os meios de comunicação (e os meios livreiros) promovem um cartel monopolizador da “verdade”, onde a independência e isenção são palavras vãs que se arriscam – em qualquer momento – a serem trucidadas. Os assalariados (leia-se jornalistas) se bem que hipoteticamente livres para escreverem sobre qualquer assunto, de qualquer forma ou feitio, só serão publicados se o conteúdo for conveniente aos interesses dos donos (leia-se patrões). Este tipo de censura é a pior. Cresceu incomensuravelmente nas últimas décadas e já me preocupava em meados de 80 na Austrália. É quase invisível. Mais brutal que o velho sistema do “lápis azul” do SNI que eliminou 64 das 100 páginas do meu primeiro livro de poesia em 1972 (Crónica do Quotidiano Inútil) para ficar elegantemente reduzido a 32.

    Agora, o Quarto Poder, a imprensa escrita e audiovisual, do célebre caso Watergate na década de 1960, deixou de funcionar em prol das liberdades e direitos dos cidadãos. Já não faz denúncias. Habituou-se a manipular, mentir e “orientar” mesmo com notícias falsas (as fake news) guiando os cidadãos no sentido que os patrões indicam. Agora pactua e esconde-se sob a ameaça velada das restritas leis que obrigam um jornalista a fornecer as fontes sob pena de ir para a cadeia ou pagar indemnizações milionárias. Os grandes grupos gabam-se de conseguirem eleger governos e presidentes e quando não o conseguem vale sempre a ajudinha duma batota. E o voto eletrónico pode ser manipulado por quem instala o software… Ninguém sabe quantas guerras e milhares de mortos foram causados por tais eleições. Em simultâneo, os grupos económicos que os apoiavam aumentaram desmesuradamente a influência, poder e lucros. Nem só de petróleo vive a administração dos EUA.

    Aqui vos deixo um alerta para a necessidade de acordarem. Todos. Mesmo os que têm a consciência escondida ou pesada pelas atoardas com que diariamente vos metralham na comunicação social ou que temem que tudo o que escrevo é fruto das teorias de conspiração (não é por minha culpa que a maioria se venha a comprovar verdadeira…). É preciso haver jornalistas dos que nunca se calam nem se vergam ao peso do que é conveniente, sem olhar a atenuantes ou consequências. Têm – agora, mais do que nunca – que ser arautos dos que não têm voz. Cada vez é maior o número dos desprovidos. Têm de ter uma probidade e ética inultrapassável para afrontar tudo e todos, sem encolher os ombros cómodos, tal como os antepassados fizeram. Assim surgiu o deflagrar da 2ª Guerra. Hoje já não há debates, mas fachadas de pretensa discussão, veículos de propaganda governamental da democracia “guiada”. Este cinzentismo acéfalo e monocórdico da comunicação social foi enriquecido pelo aparecimento dessa droga legal chamada “imprensa cor-de-rosa”. É soporífera e causa danos irreversíveis à mente humana. Nenhum governo se atreve a legislá-la, proibi-la ou sancioná-la. Pelo contrário, encontram nela um valioso aliado no obscurantismo que estão empenhados em criar e alastrar, para que o povo pense que está a ser governado enquanto eles se governam. Resta o mundo subterrâneo e alguns blogues para se saber o que é deveras importante.

    Quando os políticos falam não são eles, mas as agências de comunicação e os grandes grupos que os sustentam, isto quando não são os seus associados a criar sítios e tweets de notícias falsas, repetidas por bots e outros algoritmos…. Quer-se, teoricamente, um cidadão culto e educado, para ter a liberdade de fazer as suas opções em liberdade. Mas o que se criou foi um pateta manipulado. Pensa que vive em democracia e é livre, mas não passa de participante involuntário numa fraude democrática. Como se diz em inglês “read my lips”... O que o povo quer é ver revistas com os escândalos dum pseudojetset e da pseudonobreza sem sangue azul, só fama fácil. O que o bom povo quer é mortes, violações, abusos, desgraças, inundações, incêndios, bombas, guerras e as tragédias longínquas, desde que sejam só dos outros. As suas não lhe interessam.

    O povinho (tão bem retratado por Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão (ainda hoje atuais) quer ver as vergonhas dos outros para que não vejam a sua, “é disto que o meu povo gosta” como diria Pedro Homem de Mello, embora se referisse ao folclore… Assim se explica que a maior parte dos bons jornalistas portugueses se encontre desempregada sem ser por opção ou por reforma antecipada. Não eram fabricantes de notícias sensacionalistas para abrir o telejornal, empolando banalidades em transmissões diretas que se arrastam penosamente do nada. Nunca o país viu aumentar tanto e em tão pouco tempo o fosso entre ricos e pobres como nas últimas décadas. As pensões e reformas são das mais baixas da Europa, mas os Executivos portugueses ganham mais do que os milionários congéneres norte-americanos. Ninguém escreve sobre isto? Limitam-se todos a passar secretamente essas notícias em e-mails aos amigos.

    Uma idosa que roubou uma peça avaliada em menos de quatro euros foi levada a tribunal pelo supermercado, e o banqueiro x, y ou z (entre outros ladrõezinhos que existem por aí) nem sequer a tribunal vai? Claro, que o roubo de milhões é investimento falhado e o de uns cêntimos é um crime de lesa-majestade. Gosto de escrever a palavra REVOLTEM-SE, mas pode ser crime de traição ou de apelo ao terrorismo, face às novas leis, pelo que me coíbo de o fazer.

    Faltou frisar que a ideia da nova educação é fazer com que os professores estejam cada vez menos preparados e criem alunos ignorantes. É a teoria do mínimo denominador comum. Não interessa a nenhum governo uma população culta, educada e lida…depois era mais difícil regê-los. Segue-se uma nova versão da máxima salazarista “quanto mais ignorantes mais felizes…” ou como o amigo Daniel de Sá lestamente me avisou, no formato original, a máxima de Salazar era: “Um povo culto é um povo infeliz.” Sejamos felizes, sejamos incultos. A razão de todas as infelicidades reside na Santa Cultura que tanta dor pariu. Depois criam-se artificialmente castas (este país sempre foi um país de castas).

    Primeiro, havia a dicotomia entre professores primários, secundários e os universitários. Vasos não comunicantes e estanques. Para mim o erro foi acabar com a Escola do magistério e criar as ESE… que fabricaram diplomados com ignorância e falta de preparação …até dói. Já basta haver programas que pouco ou nada ensinam (mais curtos, inúteis e fúteis, cheios de imagens para contrabalançar a falta de conteúdo, para contrapor a asserção vigente no meu tempo de que aprendia coisas que para nada serviam). Claro que a falta de preparação dos professores aplicada numa educação de massas, caraterizada pelo mínimo denominador comum, vai perpetuar o ciclo descendente de conhecimentos, e cada vez haverá mais burros nas fileiras. Isso é altamente importante para os políticos no poder. Quanto mais iletrados os professores e alunos, melhor serão conduzidos os milhões de cordeiros do rebanho da nação. A educação é uma fábrica de analfabetos para ensinar mais analfabetos futuros. Nada mais perigoso que uma pessoa que lê e estuda. Até pode pensar por ela…

    Este país tem demasiadas leis e incumprimentos a mais…para quê se ninguém as cumpre? Quando as tentam impor, é sempre de forma arbitrária, bruta e cega de aderência à letra da lei e não ao espírito, ou então limita-se a uma mera caça à multa. Uma coisa é ter regras e normas. Outra é impor leis a uma população impreparada e ignorante pela força bruta.

    Há ainda os lóbis fortíssimos dos médicos, farmacêuticos e advogados em quem ninguém toca e são corresponsáveis pela má saúde do país. O que é preciso é civilizar [leia-se DOMESTICAR] o povo para se poderem impor regras e normas, o resultado está à vista…vive-se numa ditadura republicana, de esgares monárquicos, disfarçada de democracia. Tal como no tempo do Hitler só quando chegar à nossa porta é que nos daremos conta do caminho por onde nos levaram… As democracias só podem funcionar com gente culta e preparada e não com quase dez milhões de analfabetos como em Portugal. Nos outros países (e na Austrália vi isso) fazem-se sacrifícios e o país avança e progride, aqui obrigam-se a sacrifícios e o país fica na mesma. Aqui só se trabalhou para a estatística europeia e não para criar riqueza. É isso que acontece com os empresários portugueses na sua maioria.

    Como escrevia Mendo Henriques em agosto de 2008: “é altura de fazer uma revolução e dar o poder a quem tem cultura e não a quem tem dinheiro”.

    É tudo uma questão de visão, os portugueses têm-na tipo túnel (quando a têm). Outros veem mais longe e preocupam-se com o futuro. Eu aprendi imenso com os chineses. Foi essa a lição mais importante. Nunca me esqueço também do que mais me impressionara na aprendizagem com os aborígenes australianos: como sobreviver milhares de anos com uma cultura oral, sem escrita, sem posse de terras, sem matar a não ser o que é necessário para uma alimentação frugal, para preservar o meio ambiente. Assim foram capazes de manter um segredo durante séculos (como era o crioulo de português que uma tribo manteve durante mais de quatrocentos anos e da qual se falou atrás).O excesso de informação, desinformação e manipulação política acabam por condicionar o rebanho dócil dos que falam muito e se queixam ainda mais, mas pouco ou nada fazem. Sempre prontos a criticarem o governo e os outros sem perceberem que a verdadeira culpa radica neles. O país continua diariamente – há muitos anos – a gastar muito mais do que produz. A hipotecar-se sem construir ou criar algo de produtivo. Esta irresponsabilidade coletiva será paga pelas gerações futuras, hoje demasiado preocupadas na sua ignorância para se aperceberem de que a conta foi passada em seu nome coletivo. Mas ainda não chegámos lá.

    Os portugueses habituaram-se ao goze agora e pague depois, se não morrer antes. Não se importam com os que roubam à sua volta, sejam do governo ou da privada. Até os invejam e gostariam de poder fazer o mesmo. Por outro lado, os que se aproveitam desta e doutras crises, os que beneficiam das benesses do governo, dos subsídios que a Europa paga para outros fins, e os que orbitam nessas esferas continuam a ir aos stands de automóveis de desporto comprar Ferrari, Porsche etc. Não há rutura de abastecimentos, e os supermercados continuam a oferecem milhares de artigos à escolha. A maioria dos habitantes, da Lusitânia sem alma, não quer saber de princípios. Abomina quem os tem. Se bem que poucos existem alguns que os preservam e perseveram. Se não são mais ouvidos, quando têm tempo de antena nas rádios e televisões, é porque os programas só são transmitidos quando todos dormem e sós alcoólicos com insónia estão despertos.

    De qualquer modo o que é que o homem e a mulher comuns podem fazer, além de falar no café e queixarem-se aos amigos e conhecidos? Mesmo que soubessem rabiscar umas ideias e quisessem escrever uns artigos, provavelmente não seriam publicados, a não ser nas redes sociais, desacreditadas. Vive-se numa ditadura dissimulada em que mesmo com 200 mil pessoas em manifestações de rua nada se consegue. O poder não treme nem pestaneja, coça-se como se estivesse a ser atacado por uma ridícula e inofensiva pulga. É essa a opinião dos governantes sobre o povo que manietam. Para quê denunciar escândalos? Raro é o dia em que um ou mais são denunciados nas redes, na internet na rádio e televisão. A justiça, que sempre esteve ao lado dos poderosos, parece estar ao lado dos que mais roubam e lesam o país Viriato e Sertório foram apunhalados pelos seus conselheiros. Aprende-se mesmo pouco em Portugal. Falta agora um novo Viriato a liderar os Lusitanos contra os usurpadores da República..