Autor: CHRYS CHRYSTELLO

  • PACHECO PEREIRA O MARTELO DE THOR

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    Frenesi Livros

    «O MARTELO DE THOR

    Eu gosto muito do meu país, mas não tenho muitas ilusões sobre ele. É um país atrasado, pouco desenvolvido, sem massa crítica, pouco culto, sem grande qualificação da mão-de-obra, muito dependente de vagas de superficialidade, onde a maioria das pessoas trabalha duramente para não receber sequer o mínimo vital, sem vida cívica autónoma do Estado, com uma economia débil, desindustrializado, com uma agricultura desigual, pouco cosmopolita, com muitos aproveitadores e alguns bandidos, mas aí como os outros.
    É um país que cada vez menos tem autonomia política, dependente da transferência dos centros de decisão para Bruxelas. Aquilo em que somos melhores não coloca o pão no prato ao fim do dia, como agora se diz. Temos uma língua e uma literatura de valor universal, a melhor obra dos portugueses, mas ninguém come literatura. E temos uma democracia que é um valor que só quem sabe o que é ditadura percebe qual é. É mau? Não é mau, há muito pior, mas é sofrível, e sofrível não permite andar por aí a bater em pandeiretas.
    A pandemia de covid-19 funcionou como um martelo de Thor, mandou-nos uma pancada que ajudou a perceber melhor o que já cá estava antes. Anos de ostracismo dos velhos fez crescer lares por todo o lado, frágeis e sem defesas, em muitas zonas suburbanas, vive-se miseravelmente, trabalhadores estrangeiros como os nepaleses, africanos, ciganos, com formas diferentes de marginalidade e exclusão, vivem em guetos onde pouco mais do que a Igreja penetra, e a disciplina do confinamento foi facilmente substituída por actos como o daqueles imbecis que resolveram fazer uma festa em Lagos e infectar-se colectivamente.
    Quando se vê a geografia dos últimos surtos na região de Lisboa, percebe-se esse mapa social.
    O problema é que, mesmo quando podíamos pensar em aproveitar esta oportunidade para consertar ou melhorar alguma coisa do que está estragado, mais uma vez a ajuda europeia é ao lado, mais preocupada em manter a procura de sectores económicos da Europa do Norte do que em corresponder às nossas necessidades.
    Diz-se que o dinheiro tem como objectivo a “transição digital” e a “economia verde”. A “economia verde” percebe-se, mas servirá apenas uma pequena parte das nossas actividades produtivas. A “transição digital”, para além de um slogan da moda, estou para saber o que é, e o que sei, principalmente na educação, deixa-me de pé atrás. Se se trata de transformar as nossas mercearias em mini-mini-Amazons, muito bem, como é muito bem que tudo o que possa ser tratado digitalmente na nossa pequena economia faça essa transição. Temos aí muito que andar, mas os negócios onde há baixa qualificação da mão-de-obra e péssima gestão não vão mudar pela “transição digital”.
    Muitos dos nossos problemas são de natureza social, dependem de reacções entre pessoas, grupos e da distribuição de poder e, contrariamente ao deslumbramento tecnológico que por aí anda, isso não muda no mundo digital. Pelo contrário, o mundo digital revela uma grande capacidade de reproduzir as exclusões e de as transportar “de fora” para “dentro”.
    As minhas dúvidas no mundo da educação são de outra natureza, e aí são mais graves. A pandemia e as aulas à distância revelaram uma enorme percentagem de estudantes sem acesso à Internet, e sem acesso a computadores, e aí a “transição digital” é um enorme benefício. Mas se se começar a entender que a comunicação digital e o acesso digital se farão pela retirada do ensino da relação com um mundo em que somos analógicos, e pensamos de forma analógica, e os nossos sentidos são analógicos, então, com muitas luzinhas e animações e virtualidades, entramos numa nova forma de escolástica muito pobre. Escrevo isto porque é um processo já em curso, com “gerações mais educadas” bastante incultas e ignorantes.
    Ninguém liga nenhuma ao facto de uma certa forma de ignorância agressiva estar a crescer, e a como isso se está a tornar um grave problema social, e político.
    Numa sociedade como a portuguesa, será um retrocesso civilizacional e um risco para a democracia. A dificuldade de separar a verdade da mentira, o crescimento das teorias conspirativas, as ideias contra a ciência, tudo isto está a ganhar terreno. O populismo moderno dá-lhes uma expressão política eficaz.
    O meu retrato de Portugal é pessimista? Já era assim antes e não está pior. Nunca me iludi por nenhuma das coisas que andaram a deslumbrar-nos nos últimos anos, start-ups, turismo, todas as coisas em que éramos os “melhores do mundo”. Qual a utilidade de o dizer nestes tempos? Talvez se façam duas ou três coisas em que não se possa voltar para trás: um robusto sistema universal e gratuito de saúde, acesso universal à Internet, comboios que sirvam Portugal, o fim do “Jamaica” com casas decentes, etc.. Vão querer fazer cinco mil coisas, mas, se fizerem cinco, já valeu a pena a martelada do Thor.»

    JOSÉ PACHECO PEREIRA

  • Covid-19. Um em três ex-doentes poderá ter danos graves para a vida toda

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    O novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da doença da Covid-19, pode provocar danos irreparáveis nos pulmões. Mas, há mais.

    Source: Covid-19. Um em três ex-doentes poderá ter danos graves para a vida toda

  • campanha de férias VIVER AÇORES

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    • Filipe Tavares
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      Aos que não vislumbram as consequências positivas da campanha “VIVER AÇORES”

      O Governo dos Açores atribui um apoio até 150€ (+ 25€ de majoração), a quem se inscrever na campanha “Viver Açores” e apresentar despesas (de acordo com as regras) em serviços de transporte (avião, barco, aluguer de viatura), restauração, alojamento e outros serviços turísticos (excursões, visitas guiadas, whale watching, entre muitas outras actividades da oferta regional). O reembolso é realizado em 10 dias após a concretização da viagem.

      A campanha “Viver Açores” foi concebida para ter um efeito multiplicador na Economia Regional e engane-se quem pensar que irá conseguir fazer férias com os 150€ atribuídos, pois da forma como foi desenhada, a campanha não paga as férias de ninguém, dá apenas um “empurrãozinho” e terá um efeito muito positivo:

      1º o apoio não se destina apenas a um sector (por exemplo: não é possível usar o apoio somente na viagem de avião).

      2º para beneficiar do apoio, os utilizadores terão de realizar despesas mínimas (por exemplo: 15€ na restauração), quem consumir 14,5€ num almoço não poderá obter reembolso para essa refeição.

      3º ninguém fará férias utilizando somente o valor do apoio, terá forçosamente de gastar entre 3 a 5 vezes mais que o montante que irá receber.

      Ponto de situação
      O Governo alocou uma verba de 1.750.000€ para toda a campanha, estando já inscritas 1700 pessoas, o que totaliza cerca de 255.000€ do “bolo” todo (se considerarmos apenas 150€ por pessoa). Se cada uma dessas pessoas representar uma injeção de 600€ nos diversos negócios do turismo (150€ de apoio + 450€ de capital próprio) significa que as 1700 pessoas irão injetar nas economia regional cerca de 1.020.000€, correspondendo a 255.000€ de apoio e 765.000€ de capital próprio. Se for executada em pleno, a campanha poderá chegar a 11.666 açorianos e residentes no arquipélago.

      A campanha “Viver Açores” é um investimento direto nos açorianos e residentes no arquipélago, que irá dinamizar o turismo interno (necessário) e ter reflexo na receita das empresas da Região.

      Sobre Turismo em tempo de pandemia
      Se queremos contar com alguém, contemos em primeiro lugar com os residentes nos Açores, pois estamos “contagiados” pela solidariedade que temos de ter entre-ilhas, entre açorianos e conhecemos bem a nossa realidade. Mesmo que isso represente apenas 25% da oferta de alojamento disponível.

      Não ver o alcance desta medida só mesmo por falta de vontade ou distração, e para quem não vê, pode sempre continuar à espera de turistas de fora que, apesar de serem importantes, estão distantes e como tal, pouco sensíveis à nossa necessidade. Apoiemos cá dentro, viajemos cá dentro, aproveitemos esta campanha que é investimento nosso e que nos beneficia diretamente.

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    • Campanha ‘Viver os Açores’ conta já com cerca de 1.700 inscrições
      #COVID19 #coronavirus #Açores #GovernodosAçores #RetomaEconomia #TurismoAçores #ViverOsAçores #visitazores
      👉 Faça a sua candidatura: http://viverosacores.azores.gov.pt/
      📍 Consulte a Resolução do Conselho do Governo n.º 168/2020 de 16 de junho de 2020 – https://jo.azores.gov.pt/…/69e36034-f516-49e8-b…/pdfOriginal

  • somos dos AÇORES

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    Luís Filipe Borges
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    “Maybe now I get it. Maybe now, the next time I’m in Provincetown or Fall River and I ask somebody where are they from, I’ll understand what that look in their eyes is. They never say Portugal; they always say Azores. I think I understand a little bit what they’re missing.”

    Anthony Bourdain, depois de visitar os Açores.

    25 de junho de 1956 — 8 de junho de 2018
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    Pedro Paulo Camara
    Pedro Paulo Camara Estranhamente, ou não, sempre que vou viajar e me perguntam de onde sou, respondo sempre Açores. E sim…na maior parte das vezes lá tenho de explicar que é Portugal.
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    · Reply · 25m
    Andreia Luis
    Andreia Luis Exactly. We are all Portuguese but the Azores Are not another country, it’s another place with different clime and views.
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    · Reply · 23m
    Marta Matias Scarlati
    Marta Matias Scarlati com sua licença, vou “roubar”!! 🙂
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    · Reply · 14m
    Filipe Freitas
    Filipe Freitas Inspiring
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    · Reply · 9m

  • O “Castelo” finalmente está mesmo “Branco”

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    Tomás Quental
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    O “Castelo” finalmente está mesmo “Branco”

    Esta torre de pequenas dimensões, parecendo uma construção medieval, sem o ser, sempre despertou muita curiosidade, pelas suas características arquitectónicas únicas, constituindo para todos os efeitos um pequeno monumento, que há muito devia ter sido classificado como de “Interesse Municipal” pela autarquia concelhia de Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel.
    O chamado “Castelo Branco” pertence a herdeiros do visconde do Botelho, engenheiro de construção naval José Honorato Gago da Câmara de Medeiros, descendente pelo lado materno da família Botelho de Gusmão, que detinha e penso que ainda detém nesta zona vastas propriedades agrícolas.
    O “Castelo Branco”, assim chamado porque se assemelha a uma pequena fortificação, localiza-se no perímetro da freguesia de Ponta Garça, no concelho de Vila Franca do Campo. É propriedade privada, como referi, mas pode ser visitado a partir da Estrada Regional entre Vila Franca do Campo e Furnas.
    Este edifício é muito antigo, embora se desconheça com precisão a data da sua construção. Em posição sobranceira num monte, serviu inicialmente para controlar as terras em seu redor pelos respectivos proprietários.
    O gracioso e pitoresco “Castelo Branco” apresentava evidentes sinais de degradação. Finalmente, foi recuperado, apresentando-se bonito e altaneiro. Eu, que defendi várias vezes a recuperação do “Castelo Branco”, que agora, sim, está mesmo branco, felicito os proprietários pela obra de valorização realizada, para o que contribuiu também – estou certo! – o empenho há muito manifestado da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo e da Junta de Freguesia de Ponta Garça. Muito bem!

  • procura parceiro para relação séria e duradoura?

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    Nao procurem mais ta aqui o Homem da vossa vida… 😂😂😂😂

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    Adriano da Silva

    Quem nunca viu o CORONA – VIROS!/., ao vivo, aí está ele!!!…😅😅😅.