Autor: CHRYS CHRYSTELLO

  • ERA UMA VEZ NA SUÉCIA, MAOISTAS E OUTROS COMUNISTAS

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    ERA UMA VEZ NA SUÉCIA

    “Os ‘gulags?’ Um horror sem dúvida. E estou à vontade para dizer isso. O problema é quando funcionam como um mero disfarce — para inglês ver …– do real condicionamento anti-comunista operado por decénios de propaganda fascista.”

    Mário de Carvalho – escritor

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    Esta contou-ma um velho amigo meu, rapaz da minha idade, hoje desfrutando de uma merecida aura mediocritas, depois de uma vida agitada pelo mundo em pedaços repartida.

    Tinha-se-me varrido do espírito, mas agora aflorou, quiçá despertada pelo alvoroço em torno do Aljube, em que de novo Mao se voltou a confrontar com Estáline, com Portugal ´pelo meio…

    Jovem militante do PC nos seus verdes anos de faculdade,o meu amigo – cuja identidade preservo pelo respeito que se deve à privacidade – perseguido pela PIDE e obrigado a atravessar a fronteira a salto para não ser preso e ter de ir combater nas colónias, numa guerra inglória condenada internacionalmente e que já se anunciava perdida – viu-se de repente emigrado na Europa, reduzido à condição de refugiado das Nações Unidas e tendo de ganhar o pão com o suor do seu rosto.

    Quando já tudo parecia perdido, e as lutas em Portugal remetidas ao silêncio, eis que lhe surge um convite da Suécia: na qualidade de ex-dirigente associativo, alguém tinha indicado o seu nome e as associações estudantis daquele país nórdico convidavam-no a ir falar aos estudantes suecos sobre a luta travada em Portugal contra a ditadura.

    O meu amigo procurou então informar-se de como iam as coisas no país e com um caderno cheio de anotações lá se apresentou na data marcada para o colóquio promovido pelos estudantes na universidade de Lund.

    Tudo decorreu normalmente, até que de repente um grupo de jovens da mesma idade ou mais velhos que ele começaram a hostilizá-lo de tal maneira que se viu obrigado a deixar a sala à pressa para não ser agredido.

    Espantado, sem saber bem do que se tratava e qual o motivo de toda aquela agitação e agressividade, o meu amigo foi então esclarecido pelos colegas suecos: o grupo hostil – explicaram-lhe – era composto por estudantes portugueses iguais a ele, que tinham fugido para a Suécia e ali se encontravam refugiados.

    Mais espantado ainda ficou o meu amigo: então eles eram portugueses como ele, refugiados como ele, longe da pátria pelos mesmos motivos que ele e estavam contra ele? Porquê?

    A razão – veio a saber – era ideológica – como jovens maoistas, eles eram ferozmente anticomunistas ortodoxos, a quem acusavam, entre outros pecados, de pretenderem travar a luta dos trabalhadores portugueses e subordiná-la aos interesses de Moscovo, para já não falarmos dos crimes do Gulag… Isso numa altura em que estava ainda em pleno curso a chamada Revolução Cultural de Mao, com o seu rosário de crimes e arbitrariedades de toda a ordem…

    Gorada a sessão de esclarecimento pela agitação provocada pelos seus próprios compatriotas, quem lhe valeu foram os estudantes sociais-democratas suecos, que ficaram escandalizados com aquela atitude anti-democrática do grupo maoista.

    Afinal, o pequeno escândalo acabaria por suscitar mais interesse pelo que ele tinha a dizer e foi assim que foi entrevistado por um grande jornal e participou depois num programa de rádio de grande audiência, podendo finalmente descrever sem empecilhos o que se passava em Portugal.

    Ao contrário de muitos outros que não tiveram a mesma sorte, o meu amigo nunca chegou a estar no Aljube e a sua foto não vai certamente figurar no museu. Mas o episódio que viveu merece ser recordado, numa altura em que de novo pelas piores razões aquele lugar sinistro do tempo da ditadura voltou à atualidade.

    Um dia destes ainda vou ver se o encontro e se ele me autoriza não só a divulgar o episódio com os pormenores de quem o viveu realmente, mas até, quem sabe, com a sua própria foto e não apenas com a imagem da associação de estudantes onde decorreu o inusitado confronto entre jovens portugueses fugidos da ditadura.

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    • Antonio Simoes da Silva Em 1978 1980 Na Holanda não havia direita portuguesa organizada e a que havia refugiava-se na igreja e em alguma associação portuguesa com pouca representavidade em termos politicos ….
      Recordo-me de que por varias vezes serem os maoistas que apareciaSee more
    • Jose Luis Matos Os direitinhas não falam de Guantánamo, nem das prisões secretas da CIA na europa, dita civilizada… “Miudezas”…
  • Starburst Statement Necklace – Smithsonian Store

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    Source: Starburst Statement Necklace – Smithsonian Store

  • tudo tem de voltar a ser como dantes BERNARD-HENRY LEVY

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    Furak Alves – Anabela
    2tthSpo nesodirhrscedt

    A ler “Este vírus que nos enlouquece” do filósofo francês Bernard-Henri Lévy.

    SINOPSE
    Em Este Vírus Que Nos Enlouquece, Bernard-Henri Lévy contesta os que querem aproveitar o coronavírus para arrasar o que a civilização ocidental tem de melhor. Contra os que pretendem ver no vírus uma mensagem, contra o alarmismo do apocalipse, contra os obcecados pelo decrescimento e contra outros defensores da penitência, Lévy contesta a ideia de que no recomeço, após a pandemia, “nada deve ser como antes”. Pelo contrário, contra um mundo refém do medo, temos de voltar à confiança do aperto de mão, dos abraços e das viagens. Neste livro, o filósofo denuncia a tentativa visível de utilização da pandemia pelos usurários da morte e pelos tiranos da obediência, cujo objectivo é estrangularem a liberdade dos cidadãos a coberto da urgência sanitária e do delírio higienista.
    Estamos perante o que chama «O Primeiro Medo Mundial» e um vento de loucura assola o planeta: este livro recorre ao pensamento, à história e à filosofia para nos ajudar a encarar com racionalidade uma pandemia que não é a primeira, nem foi a mais mortífera que a humanidade até hoje conheceu.
    Um livro em defesa da vida em toda a sua plenitude, convivial, amorosa, política. Um livro em defesa das portas da liberdade que são aeroportos, viagens, cosmopolitismo e comércio.

  • Angola e o Acordo Ortográfico – DN

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    Como observei no meu artigo anterior, Angola é o segundo maior falante de português em todo o mundo, depois do Brasil, o que lhe atribui responsabilidades acrescidas no que diz respeito às respetivas políticas, não apenas internas mas igualmente externas. Na minha opinião, que é rigorosamente individual e vale o que vale, o país tem negligenciado tais responsabilidades.A persistente ambiguidade e hesitação em tomar uma posição definitiva em relação ao Acordo Ortográfico de 1990, por exemplo, confirma essa atitude. Pela parte que me cabe, tenho muita dificuldade em entender a relutância de alguns setores em ratificar o referido acordo.

    Source: Angola e o Acordo Ortográfico – DN

  • quase 13 mil açorianos em lista de espera

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    12.802 doentes aguardam intervenção cirúrgica
    Mais 587 açorianos engrossam a lista de espera

    No final de Maio de 2020 o Serviço Regional de Saúde (SRS) contava com um total de 12.802 propostas cirúrgicas em Lista de Inscritos para Cirurgia (LIC), correspondendo a um aumento de 0,7% (83 propostas cirúrgicas), face a Abril de 2020.
    Na comparação com o mês de Maio de 2019, verificou-se um crescimento de 4,8%, a que correspondem mais 587 propostas cirúrgicas.
    Segundo o boletim do mês de Maio, agora publicado, na análise por especialidade, verificou-se que Oftalmologia, Ortopedia e Cirurgia Geral, com 2.973, 2.606 e 2.092 propostas cirúrgicas activas em LIC, respectivamente, correspondem às especialidades cirúrgicas com actividade no SRS com maior expressão na LIC.
    Em Maio de 2020 entraram em Lista de Inscritos 338 propostas cirúrgicas, isto é, mais 77,9% (148) do que em Abril de 2020.
    Na comparação com o mês homólogo registou-se uma variação negativa de 66,3%, a que correspondem menos 664 propostas cirúrgicas entradas em LIC.
    Aumenta para 516 dias média de espera por uma cirurgia
    O Tempo Médio de Espera (TME) em LIC traduz a antiguidade em lista de espera, e resulta do somatório do tempo decorrido entre a data em que o utente ficou inscrito em LIC e o último dia do mês a que se refere a análise, sobre o total de utentes inscritos.
    Assim, o Tempo Médio de Espera em Lista de Inscritos no Serviço Regional de Saúde fixou-se, em Maio de 2020, em 516 dias, o que traduz um aumento de 24 dias (4,9%) na comparação com Abril de 2020.
    Na comparação homóloga, a diferença traduz-se num aumento de 33 dias, isto é, 6,8%.
    Menos intervenções do que no ano passado
    No decurso do mês de Maio foram realizados 173 procedimentos cirúrgicos, isto é, um aumento de 119% (94) na produção global do SRS, face à produção do mês anterior.
    Na comparação com Maio de 2019, manteve-se a forte contração da produção, tendo-se verificado uma variação negativa de 79,2%, a que correspondem menos 658 cirurgias realizadas.
    O TME dos operados fixou-se, no final de Maio de 2020, em 76 dias, isto é, mais 58 dias do que em Abril de 2020.
    Na comparação homóloga, o TME dos operados passou de 309 dias, para os já referidos 76 dias, representando isto uma diminuição de 233 dias.
    Verificou-se uma diminuição de 82,3% de utentes operados dentro do TMRG em Abril de 2020, para 80,3% em maio de 2020. Em maio de 2019, 61,1% dos procedimentos cirúrgicos foram realizados dentro do TMRG, comparativamente aos actuais 80,3%.
    Cirurgias urgentes
    No cômputo do SRS foram realizados 245 procedimentos cirúrgicos em regime de urgência no decurso de Maio de 2020, o que traduz uma variação positiva nas comparações com o mês anterior e homóloga, de 15,6% no primeiro caso e de 5,6% no segundo.
    Cirurgias em regime de ambulatório
    Entende-se por cirurgia de ambulatório todo o procedimento cirúrgico programado, habitualmente efectuado em regime de internamento, em que o utente é admitido e tem alta para o seu domicílio no dia da intervenção ou no período máximo de 24 horas.
    A percentagem de operados em regime de ambulatório no SRS assiste a um aumento de 8,6 pp em Maio de 2020, na comparação com o mês anterior, e uma contração 16,5 pp na comparação com igual mês do ano anterior.

    (Diário dos Açores de 11/07/2020)

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