Aquivos por Autor: CHRYS CHRYSTELLO

Sobre CHRYS CHRYSTELLO

Chrys Chrystello jornalista, tradutor e presidente da direção da AICL

ANTONIO BULCAO CARTA AO PAI NATAL

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Carta ao Pai Natal
Querido Pai Natal: escrevi algumas cartas ao São Nicolau e uma ou duas a V. Exa, até descobrir que nenhum de vocês existe.
Mas a vida complicou-se de tal maneira que decidi, aos 66 anos, voltar à sua presença. Estas são linhas de um velho desesperado, ao qual faltou tanta esperança que volta a acreditar em si, nas suas renas, na coca-cola, em presentes impossíveis. Já vou para a cama a rezar para ter pesadelos, imagine só isto, os pesadelos que tenho são bem melhores do que acontece na vida real, na Ucrânia, em Gaza, na Síria, por todo o lado.
O que desejo para este Natal é muito pouco.
Primeiro, volte a encher-me a casa. Sei que isso passa por dezenas de ressurreições, mas para si nada é impossível. Quero outra vez avós, pai e mãe, tios e tias-avós. Tudo sentado à mesa outra vez. Sem eles, o peru perdeu o gosto, o trigo não grela no altar, os reis magos estão parados nos caminhos de farelo do presépio e o próprio Menino quer fugir da gruta. Dê-me outra vez os meus mortos, para eu voltar à vida.
Depois, por favor interne o Donald Trump e o Putin. Estão a ficar demasiado perigosos.
Pois não quer ver que o Trump, para além de todas as outras tropelias, anda a bombardear na Síria e a afundar barcos na Venezuela e queria o Nobel da Paz? Para ter uma ideia do estado de anomalia psíquica a que chegou o homem mais poderoso do planeta, substituiu as fotografias de antigos presidentes, como o Biden e o Obama, insultando os pobres. Mais que os visados, são insultados os milhões que neles votaram, para verem agora os seus nomes adulterados para Biden dorminhoco e Barack Hussein ou coisa que o valha…
O Putin quer é mais territórios. E já chama porquinhos aos líderes europeus. Quem me diz que este homem não quer acabar com o Mundo? Uma coisa do género “vou morrer um dia destes, mas com a consolação de que não fica cá ninguém, para me odiar”?
Por cá no nosso cantinho, temos quase mais candidatos a presidente da República que eleitores. Debates diários, comentadores a darem notas aos intervenientes, gente a debitar baboseiras a toda a hora, em todas as estações. Se for possível, faça o Ventura desistir por vergonha de si próprio e o almirante ir para casa jogar batalha naval.
Mas isto tudo são extras. O que é mesmo importante é meter-me no sótão outra vez, à procura dos caixotes onde guardámos as bolas e enfeites para a árvore de natal, ter de remendar os fios das luzinhas que os ratos roeram, e descer as escadas com aquilo tudo às costas para mergulhar numa algazarra que só ouvida.
Se não puder ser nada destas coisas, peço desculpa e despeço-me. Vá fazer felizes aqueles que ainda em si acreditam.
Boas Festas a todos os que lerem esta carta, que a publico porque sei que o Pai Natal lê o Diário Insular.
(publicada hoje no Diário Insular)

Do lixo à liderança global: jovem timorense coloca Timor-Leste no topo da Inteligência Artificial – DILIGENTE

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Ajito Nelson Lúcio da Costa colocou Timor-Leste no mapa global da inovação ao conquistar o primeiro lugar num concurso internacional de Inteligência Artificial, com um projeto focado na monitorização ambiental e na gestão de resíduos sólidos. Um jovem timorense destacou-se […]

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EMIGRAR PARA O HAWAII

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diaspora_lusa

Entre o final do século XIX e o início do século XX, cerca de 14 mil açorianos partiram para o Havai, a mais de 12 mil quilómetros de distância, para trabalhar sobretudo nas plantações de cana-de-açúcar.

Uma emigração marcada por longas viagens marítimas, famílias inteiras e uma profunda capacidade de resistência.

Hoje, mais de 100 anos depois, o Havai conta com uma das maiores comunidades açorianas dos Estados Unidos, com mais de 90 mil luso-descendentes, maioritariamente originários da ilha de São Miguel.

Para preservar essa herança e reforçar a ligação histórica e estratégica entre os Açores e o Havai, foi formalizada a criação da Casa dos Açores do Havai, um projeto com apoio institucional do Governo Regional dos Açores e das autoridades havaianas.

A comunidade açoriana local está já a preparar a construção do Centro Cultural Açoriano, com abertura prevista para 2026, um espaço dedicado à memória, à cultura e às gerações futuras.

Uma história de emigração, pertença e continuidade que atravessa oceanos.

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O cromossoma Y humano, responsável por determinar o sexo masculino, está desaparecendo lentamente.

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O cromossoma Y humano, responsável por determinar o sexo masculino, está desaparecendo lentamente.

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Especialistas afirmam que isso poderia, no futuro distante, levar até mesmo à extinção da humanidade — a menos que um novo gene responsável pela determinação do sexo evolua para substituí-lo.

Apesar do cenário preocupante, há motivos para otimismo. Alguns roedores já perderam completamente o cromossoma Y e encontraram outras formas de continuar se reproduzindo.

No ser humano, o cromossoma Y abriga o gene SRY, que dá início ao desenvolvimento masculino nos embriões. No entanto, ao longo de milhões de anos, esse cromossoma vem perdendo genes gradualmente. Mantido esse ritmo, os cerca de 55 genes que ainda restam no Y poderiam desaparecer em aproximadamente 11 milhões de anos.

Espécies como os ratos-toupeira do Leste Europeu e os ratos-espinhosos do Japão já não possuem mais o cromossoma Y e, mesmo assim, continuam se reproduzindo normalmente. No caso dos ratos-espinhosos, cientistas identificaram um novo gene determinante do sexo próximo ao gene SOX9, no cromossoma 3, que aparentemente substituiu a função do SRY.

Essa descoberta traz esperança de que os humanos também possam evoluir um novo mecanismo para determinar o sexo. No entanto, esse processo evolutivo não é isento de riscos. Se diferentes populações humanas desenvolverem sistemas distintos de determinação sexual, isso poderia causar isolamento reprodutivo e até o surgimento de novas espécies humanas.

Daqui a 11 milhões de anos, visitantes da Terra talvez não encontrem mais seres humanos — ou descubram um planeta habitado por várias espécies humanas, cada uma com sua própria forma única de definir o sexo biológico.