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Autor: CHRYS CHRYSTELLO
exames nacionais, o falhanço da educação
As notas dos exames nacionais baixaram.E não foi pouco.Português e Matemática, as disciplinas estruturantes, os pilares do percurso académico, mostraram sinais claros de alarme.Mas… será mesmo surpresa?Quem anda no terreno, quem ensina desde o início, quem conhece o pulsar das salas do 1.º ciclo, já adivinhava.Perguntem aos professores do 1.º ciclo.A resposta está lá.Está no tempo que falta.Na pressão para “dar matéria”.No currículo extenso, cada vez mais desfasado da maturidade e das reais capacidades das crianças.Na ausência de tempo para parar, rever, consolidar.Na obsessão pelo imediato e pelo resultado, esquecendo que sem alicerces bem lançados, nenhum edifício se aguenta.Longe vai o tempo em que havia espaço para ensinar com profundidade, para repetir sem culpa, para respeitar o ritmo de cada criança.Havia mais tempo.Mais sentido pedagógico.E sim, havia também mais educação, mais responsabilidade, mais respeito, dentro e fora da sala de aula.Hoje, muitos dos conteúdos exigidos no 1.º ciclo são desajustados.Muito desajustados!Uma criança de 6 anos, é uma criança de 6 anos e não de 10!Espera-se que crianças de 6, 7 ou 8 anos pensem e resolvam como pequenos adultos.Ao mesmo tempo, banalizam-se os verdadeiros pilares, a leitura fluente, o cálculo mental, a compreensão, o pensamento lógico.A pressa para “chegar ao fim” rouba-nos o essencial, que é ensinar bem.Além disso, a “ausência “ quase total de reprovações no 1.º ano, está na BASE deste grande problema!Entenderam, Senhores?E quando digo reprovar, é mesmo reprovar, não é fazer de conta que se reprova….Em que a criança reprova, mas acompanha a turma, cujos alunos transitaram todos de ano…Pois, só podemos estar a BRINCAR com isto!Depois…Depois, quando os resultados nacionais mostram o reflexo desta lógica apressada e mal planeada, finge-se espanto.Apontam-se dedos a tudo, menos ao que verdadeiramente importa.O 1.º ciclo é o alicerce da escola, minha gente!É aí que se constrói a base de tudo o que virá depois.E uma base instável não aguenta o peso dos anos.Se continuarmos a empurrar para a frente sem olhar para trás, não estaremos só na cauda da Europa.Estaremos a comprometer o futuro de gerações inteiras.É tempo de escutar quem sabe.De dar voz aos professores do 1.º ciclo.De reequilibrar o currículo.De valorizar o tempo de ensinar.Porque sem isso, não há milagre educativo que resista.Nem rankings, nem planos de recuperação, nem exames que salvem o que nunca foi verdadeiramente construído.É que…Quando a base falha, o edifício racha!Bom dia!Em 2021 entrevistei o João Pedro Porto, meu aluno na Domingos Rebelo
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A entrevista “João Pedro Porto a fundo, na raiz do humano” foi publicada na Revista Desassossego: https://revistas.usp.br/desassossego/issue/view/11543Fiquei muito feliz com este reconhecimento!Susana Antunes
Associate Professor of PortugueseUniversity of Wisconsin-MilwaukeeMEO Monte Verde faz história nos Açores com uma edição centrada em tecnologia, cultura e inclusão
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O maior festival de verão dos Açores está de volta para mais uma edição memorável.
Source: MEO Monte Verde faz história nos Açores com uma edição centrada em tecnologia, cultura e inclusão
Escritor cabo-verdiano Daniel Medina recebe Prémio Literário Guerra Junqueira Lusofonia 2023 – Balai
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O escritor cabo-verdiano Daniel Medina recebeu ontem, dia 6, em Lisboa (Portugal) o Prémio Literário Guerra Junqueira Lusofonia 2023, em reconhecimento à sua contribuição significativa para a cultura e literatura de língua portuguesa.
Source: Escritor cabo-verdiano Daniel Medina recebe Prémio Literário Guerra Junqueira Lusofonia 2023 – Balai
Cravinho prometeu, mas não equipou aviões da Força Aérea para apagar fogos. Agora estão inoperacionais – ZAP Notícias
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O Estado tem 10 aeronaves que podiam ser usadas no combate a incêndios… mas faltam kits que o possibilitem. Em 2019, o então ministro da defesa, João Gomes Cravinho, prometeu que os aviões teriam duplo uso. No entanto, o contrato de compra não previa o tal kit para o combate a incêndios. Há, neste momento, falta de meios aéreos para combater os incêndios em Portugal. Curiosamente, a Força Aérea Portuguesa (FAP) tem 10 aeronaves – 3 aviões e 7 helicópteros – que podiam estar a ser usadas para combater incêndios rurais. No entanto, estas aeronaves não estão ser usadas para
Prémio Natália Correia atribuído a escritor João Pedro Porto – jornalacores9.pt
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O escritor açoriano João Pedro Porto foi o vencedor da edição de 2025 do Prémio Literário Natália Correia, uma iniciativa da Câmara Municipal de Ponta Delgada, com a obra “Não-Poema”, foi hoje anunciado. Segundo uma nota de imprensa, o júri entregou ainda menções honrosas a “Este Caminho Nómada”, da autoria de Álvaro Giesta, e “Assim […]
Source: Prémio Natália Correia atribuído a escritor João Pedro Porto – jornalacores9.pt
O PERFECIONISMO CRIADOR DE ANGÚSTIA E INSATISFAÇÃO + EUROPA NA ENCRUZILHADA ENERGÉTICA
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O PERFECIONISMO CRIADOR DE ANGÚSTIA E INSATISFAÇÃO
Um Exame de Consciência para Elites-Governantes e Povo
A sociedade ocidental, doente do progresso, trocou a alma pela máquina, a virtude pelo algoritmo, e a transcendência pelo like. O resultado à vista é uma epidemia de vazios e cada vez mais doenças na sociedade ocidental de maneira a poder-se falar de um sistema que adoece o corpo e a mente dos cidadãos…
A tradição clássica e cristã entendia a perfeição como uma harmonia entre corpo e alma, uma busca ética que elevava o indivíduo e a comunidade. O ser humano era visto como um microcosmo, a ponte entre o finito e o infinito, não como peça substituível num sistema mecanicista e tecnocrático.
Hoje, o perfeccionismo não é virtude, é exigência de funcionalidade. O psicólogo Thomas Curran revela que as tendências perfeccionistas aumentaram 60% desde 1990, não por aspiração interior, mas por pressão social. A sociedade não quer seres humanos completos, quer operários optimizados.
Abandonamos os sábios para fabricar técnicos. Renunciamos à felicidade em troca do gozo, o breve prazer do atrito entre engrenagens…
A Alemanha, símbolo da eficiência europeia, enfrenta uma crise de saúde mental: os custos com terapia psicológica disparam, enquanto outros tratamentos médicos são negligenciados. O Ocidente trata sintomas, não causas, porque não ousa questionar o estilo de vida que os produz.
Factos brutais: 1 em cada 4 europeus sofre de perturbações mentais (OMS) e a depressão será a principal causa de incapacidade até 2030.
Os jovens são os mais afetados: 40% da Geração Z relata ansiedade crónica como constata a American Psychological Association…
O neoliberalismo e o socialismo materialista uniram-se para esvaziar o transcendente. Como resultado surgiu uma cultura do egoísmo consagrado: tínhamos antes a devoção a valores superiores (Deus, virtude, comunidade); temos agora a auto-obsessão de cada um se torna na melhor versão de si mesmo, ao serviço do sistema….
O saber e o poder concentram-se nas mãos de poucos: bancos, tecnocratas, gigantes digitais. Esta elite não quer cidadãos, quer consumidores obedientes.
A religião era um freio ético ao poder. Agora o poder encontra-se sem quem o controle e o mercado é quem mais ordena e dita a moral…
Se queremos sobreviver como civilização, precisamos de: rejeitar o perfeccionismo tóxico (que exige perfeição, mas nega a profundidade); de restaurar o diálogo entre corpo e alma (a ciência sem espiritualidade é mutilada e mutila sem dor pelas populações); de desafiar a tirania do mercado sobre a consciência pois o humano não é um recurso…
A alta finança encontra-se em luta contra a baixa finança e contra as empresas locais que sistematicamente destroem. As cúpulas ideológicas e económicas querem ditar sozinhas a vontade das pessoas e o futuro dos povos. Disto não se fala porque são os factores que se encontram por trás dos diferentes regimes como a história nos tem ensinado!…
A Europa está em falência cultural porque trocaram Deus pelo PIB, a alma por algoritmos, e a comunidade por solidão digital. Se não reagirmos, seremos escravos de um sistema que nos odeia…
António da Cunha Duarte Justo
Texto completo em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=10189
EUROPA NA ENCRUZILHADA ENERGÉTICA
A verdadeira Luta não é entre Ocidente e Oriente, mas entre Oligarcas e Povos
A recente decisão da União Europeia de importar petróleo e gás obtidos através de fracturação hidráulica dos Estados Unidos, que corresponde a uma prática amplamente criticada pelos seus impactos ambientais, coloca em evidência uma contradição gritante. Se, por um lado, Bruxelas proclama a urgência da transição ecológica, por outro, cede à pressão económica e geopolítica, comprando energia que descredibiliza os seus próprios princípios. Será este um erro tático para evitar uma guerra alfandegária com os EUA? Ou um sinal de que a política energética europeia está refém de ideologias e incoerências? …
O caso da Alemanha é paradigmático: ao abandonar a energia nuclear e, em seguida, o carvão, sem ter fontes renováveis suficientemente consolidadas, deixou-se refém do gás e do petróleo estrangeiros…
A dependência energética europeia não só enfraquece a sua autonomia estratégica como mina a credibilidade do discurso ecológico… A transição energética, tal como está a ser conduzida, é mais ideológica do que pragmática…
A narrativa apocalíptica sobre as alterações climáticas, amplificada diariamente pelos media, transformou-se numa ferramenta de doutrinação quase diária. Em vez de um debate racional sobre custos, prazos e viabilidade técnica, assistimos a uma polarização que coloca os Verdes como “profetas do fim dos tempos”, enquanto qualquer visão crítica é taxada de negacionismo…
Se continuarmos neste caminho, o continente arrisca-se a tornar-se um museu industrial, enquanto China, EUA e outros players globais prosperam sem as mesmas amarras ideológicas…
O acordo tarifário com os EUA pode ser um ponto de viragem, não por ser justo, mas por obrigar a Europa a encarar uma verdade incómoda: não podemos ditar as regras do jogo global sozinhos e infelizmente todo o mundo tem ajudado os EUA a ditá-las… A sua abordagem não só fragiliza a economia alemã que tradicionalmente tem sido o motor da EU, como coloca também em risco a coesão do bloco. Se a Alemanha cair, não haverá quem ampare a derrocada…
Todo o bloqueio económico não passa de uma guerra dos mais fortes contra os mais fracos em favor dos mais fortes. A verdadeira luta não é entre Ocidente e Oriente, mas entre oligarcas e povos. Se queremos sobreviver nesta era de blocos (passagem do bloco hegemónico dos EUA para uma multiplicidade de blocos), a Europa deve abandonar o belicismo económico e o ambientalismo radical, abraçando uma via pragmática que equilibre ecologia (sobriedade), bem-estar, soberania e humanidade…
Ou a Europa reconhece que a transição energética exige tempo, investimento real e cooperação global, sem demonizar indústrias e cidadãos, ou acabará como um continente enfraquecido, dividido entre o sonho verde e a dura realidade do poder alheio.
A prosperidade requer indústria, e a indústria precisa de energia. O caminho de promoção da indústria de armamento, que a UE e a Alemanha estão a seguir para tapar o buraco provocado pela emigração de outras indústrias, poderá preencher, por algum tempo, a lacuna pretendida, mas não é séria nem sustentável e põe em risco o futuro.
O filósofo espanhol Ortega y Gasset tinha toda a razão ao escrever que, “a vida é uma série de choques com o futuro; não é uma soma do que fomos, mas do que desejamos ser”…
António da Cunha Duarte Justo
Texto completo em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=10186
CAVADOR DE SI MESMO
O homem passa a vida a cavar a sua campa,
cova forrada de conceitos, teias de aranha
e ali deposita, em ânsia cega e vã,
a própria alma, antes que o corpo desça à terra.
Ah, quantas vezes, perdido em carreiros da mente,
se esquece da luz, do vento, da folha que dança,
e trilha veredas estreitas, labirinto de espinhos,
sem ver que a vida, em surdina, lhe beija a face!
Cego ao sol que desfia ouro nos trigais,
surdo ao rio que canta histórias às margens,
enterra-se em palavras vazias, números frios,
enquanto o mundo, em flor, lhe escapa das mãos.
Oh, cavador, ergue os olhos do chão!
Não te contentes com a sombra que fabricas.
Antes que a morte te cubra com seu manto,
rasga a prisão das ideias mortas,
e deixa que a alma respire
o ar puro do sonho que não tem muros.
Não vês que Deus, quando sonhou o mundo,
não o fez por dever ou cálculo,
mas por puro arrebatamento
e em teu peito, esse mesmo sonho ainda pulsa,
ainda te chama, ainda te espera
para além de todos os mapas da razão.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=10195