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Pedro Domecq quando subia ao planalto pelas curvas e contra curvas da estrada decifrava no horizonte as “fumarolas” que subiam do rio a meia encosta. A estrada como que se sentava nas nuvens.
Ao longe, as árvores desfolhadas que se alimentavam da terra vermelha que lhe carregava a seiva que as faria renascer na primavera.
Aquele ribeiro que corria uma vezes selvagem, outras seco.
Aquela fraga que no Prado da Vila servia de pouso a memórias que se foram transformando em saudade incontida .
Ali, a dois passos o carvalho ancestral onde se faziam as merendas da segada. Quando se alinda e fica amputado dos membros já sem memória, súplica entre lágrimas de seiva que não o matem.
Ai as fragas, ai as pedras dos caminhos, ai as silvas que nos tingiam as mãos cor de amora.
Ai os velhinhos da minha Terra que seguravam os dias e as noites em eternas e sábias conversas.
O alto da minha aldeia está cheio de memórias vivas no silêncio da eternidade.