Views: 0
Carlos Fino
t5 Spemaonsoenrieenstdu ·
EUROPA – QUO VADIS?
Um pequeno texto pessoal de António Gil
Na minha modesta opinião ninguém fará fila para a abandonar, ela ( a ”UE” ) cairá de podre, a partir de seu núcleo central ( a Alemanha e seus estados vassalos).
É de resto uma discussão com pelo menos uma década, nos jornais e nas TVs da Europa Central: a reconstrução da Liga Hanseática e os povos do sul, esses bárbaros, que se desunhem.
Assim sendo e como ao longo de anos fui dizendo aqui, a ideia que temos de um casamento perfeito é só nossa. Tal ideia nunca existiu a norte. Todos os que clamaram contra a ideia do divórcio nunca consideraram este facto básico: pertencer ou não à UE não depende apenas da vontade dos povos do sul.
Como numa relação matrimonial, tudo depende da vontade de permanecermos juntos e os europeístas do sul nunca consideraram a hipótese do divórcio, pensando erroneamente que tudo isso dependia da vontade de cada pais do sul.
Obviamente, não é assim: o norte também pode pedir o divórcio e pelas discussões a que assisti nas TVs nórdicas, essa vontade sempre existiu e foi-se tornando cada vez mais forte.
Leitores e telespectadores do norte da Europa Central paparam sempre a narrativa de um sul preguiçoso e subsídio-dependente e com suas achegas, fizeram-me perceber que a Europa Central não morre de amores pelo clube Med.
Sou casado com uma cidadã holandesa e nas férias passadas na Holanda, percebi ao longo de duas décadas (mais até) a ideia da Europa Unida é estranha aos neerlandeses. Eles olham para o grande vizinho e nem querem saber do resto, excepto se forem ”alternativos” e desejarem estabelecer-se no sul, comprando propriedades agrícolas.
A Europa Unida é uma ideia mais cara a muita gente do sul que aos países da Europa Central. No sul, os países europeus comportam-se muito como cornos: são sempre os últimos a saber que andam a ser enganados.
Mas preferem esse status a enfrentarem a realidade de ”não haver casamento”. E portanto, por aqui, na Espanha, na Itália e na Grécia, muita gente ainda acha que o matrimónio é para defender até ao fim e ai de quem, nestes países, diga o contrário.
Simplesmente não ocorre a quem pensa assim, que o casamento possa acabar pela iniciativa do outro lado. Mas isso é o que há anos eu tenho como mais certo.
No photo description available.