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Recebi, recentemente, na minha caixa de correio, uma pequena brochura da Pordata – Fundação Francisco Manuel dos Santos, que tem por título “Retrato dos Açores”. Trata-se de um resumo estatístico de alguns indicadores económicos e sociais da Região. Sobre o “O Retrato dos Açores” escolhi analisar duas questões, uma relativa à “educação” e, a outra relacionada com a “participação eleitoral”.
Sobre a educação pouco há adiantar, o retrato confirma, aquilo que se sabe, a situação não é, apenas grave, é, também, deplorável. A título de exemplo, a taxa de abandono escolar precoce de educação e formação nos Açores é de 27%, comparando-a com a taxa de 11%, que se regista a nível nacional, não é necessário fazer contas para concluir, que é mais do dobro. Sublinho, “dobro”.
A educação é o grande nivelador de sociedades desiguais, na medida em que, o conhecimento potencia a criação de riqueza. A riqueza desprovida de conhecimento é fraca, razão pela qual os ricos mandam os filhos estudar nas melhores universidades.
As desigualdades são fruto de escolhas políticas inadequadas. Para quem não é capaz de reconhecer os erros das escolhas que faz, torna-se, obvio, que nunca serão corrigidos, por mais críticas/sugestões, que sejam feitas.
O investimento na educação nos Açores, para além de ser insignificante, continua a estar orientado para as infraestruturas. Deste modo, seria um absurdo esperar, que os resultados alcançados fossem diferentes.
É um erro pensar, que é possível garantir um futuro melhor às pessoas, por outra via. Recordo, o ditado chinês, que diz: “não dês o peixe, ensina a pescar”. Saber “pescar”, significa estar capacitado para gerar mais riqueza. Sem criar mais riqueza é improvável, que os Açores consigam reduzir o seu nível de dependência.
Quanto à “participação eleitoral” o nível da abstenção nos Açores é a mais elevada do país, as causas são conhecidas, aquilo que está a faltar, é vontade política para combater o desinteresse dos eleitores.
Quando não existe vontade política, as leis em vigor, permanecerão em vigor, porque estão em linha com os interesses dos partidos políticos. Está mais do que provado, que “as leis não se afirmam por serem justas, mas por serem leis”.
As eleições são regionais e, os partidos concorrentes são, exclusivamente, nacionais, se é, ou não um paradoxo, pouco importa, a utilidade da Assembleia Legislativa dos Açores, é igual a zero, tendo em conta, que serve, apenas, para dar ao regime a aparência de democrático.
Na falta de outros poderes, duvido, que algum governo consiga deixar de obedecer às ordens dos órgãos de soberania, o Estado não é unitário?
Em democracia, “o voto é a arma do povo”, se não for utilizada pela maioria dos eleitores, não adianta esperar que ocorram mudanças. Os políticos conquistam o poder através do voto, que tanto serve para eleger, como para punir. Penso, que a “arma do voto” na componente punição, tem andado esquecida.
O voto não distingue classes sociais, todos os votos têm o mesmo valor. Não votar, não é apenas incumprir com um dever cívico, é, também, um sinal de “cobardia política”.
Em defesa da liberdade, recomendo, que vote.

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- Há cerca de cinco anos numa, conferencia/plenário algo assim de deputados e candidatos a deputados do P.S., convidaram-me para dizer de minha justiça sobre o sector das pescas e terminei dizendo aos senhores deputados e candidatos a deputados do P.S. as seguintes palavras, FORMAÇÃO FORMAÇÃO FORMAÇÃO!!! Passados 5 anos a PORDATA diz o que diz. Em relação à abstenção, a conversa com o pessoal das pescas tem sido simples, “Vocês reclamam o quê? Se na altura em que podem ser ouvidos não vão votar, depois não têm que reclamar!”
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- 22 h