ANCESTRALIDADES ARQUEOLÓGICAS DOS AÇORES

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Mario Jorge Costa shared Félix Rodrigues’s post.
Yesterday at 3:03pm ·
Espero que se faça Luz nos próximos tempos.

A estrutura da Ribeira dos Bispos foi visitada recentemente por um grupo? Clã? Tribo? Que nada disseram sobre o que é esta estrutura arcaica !
Nem podiam… visitaram-na num Sábado (nem duas horas lá estiveram) foi no dia 9 de Dezembro e no Correio dos Açores do dia 14 de Dezembro de 2017 as analises a fazer isotópica, carbono 14, termoluminescência e outras nunca podiam ficar prontas em 5 dias! E que não era nada “aquilo” mesmo seja (aquilo) mas esperava “deles” que fossem mais precisos que tivessem certezas absolutas.
Os Açores precisam de cientistas sérios, impolutos e honestos
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Félix Rodrigues
Yesterday at 1:10pm ·
Partilha-se o meu artigo de opinião publicado no jornal Atlântico Expresso com o título “A estrutura recém-descoberta em Nossa Senhora dos Remédios-Povoação”.
A fotografia é da autoria de Ricardo Moreira e não foi usada no artigo, É usada apenas aqui de forma não pública para ilustrar o artigo.

Foi recentemente tornada pública, num vídeo da autoria de Pedro Damião Ponte e com a participação do senhor Mario Jorge Costa e Junta de Freguesia de Nossa Senhora dos Remédios-Povoação, a existência de uma estrutura, estranha, insólita e incomum.
Trata-se de uma estrutura completamente escavada no interior de uma grande rocha, inequivocamente feita pelo homem desde raiz e não de uma gruta artificializada como tem sido referido nalgumas interpretações que começam a surgir.
Foi aventada a hipótese, pelo senhor Mário Jorge Costa de se tratar de algo púnico (fenício) e funerário situado tipologicamente entre um columbário ou uma necrópole. Nada a contradizer, o que quer significar que não tenho qualquer argumento ou hipótese para contrapor. É uma hipótese que assenta na tipologia e paralelismos com outras, e que é difícil dizer, à partida, que não pode ser levantada.
Entre o ser e o parecer vai uma enorme distância, talvez da mesma natureza que a distância entre a hipótese e a conclusão. Em ciência, há sempre uma hipótese que tende a traçar uma linha entre o ponto de partida e a chegada. Se a hipótese de partida for “não faço a mínima ideia do que isso pode ser”, não há qualquer estratégia de investigação a traçar, porque não há qualquer rumo para a investigação, todavia, uma hipótese de partida poderá ter como resultado, nada daquilo que se pensou inicialmente, e, voltamos ao início. Isso é o básico do método científico.
As coisas intrigantes põem-nos a pensar, e como tal, já incorporam em si, por essa sua perplexidade, valor patrimonial, independentemente do que sejam.
Há gente que se diz sentir envergonhada de se colocar a hipótese de algumas coisas dos Açores puderem ser pré-portuguesas. Trata-se de certeza de vergonha alheia, ou de um ato de sentir vergonha pelo próximo. Ora, quando já há três datações inequívocas nos Açores que demonstram essa realidade, a vergonha alheia só pode surgir como resultado de iliteracia científica. Significa isso que é muito difícil perceber quem é que deve ter vergonha de quem.
Há meia dúzia de anos, poderíamos dizer, como se disse, que hipóteses extraordinárias exigem provas extraordinárias. Pelos vistos as provas nunca são extraordinárias para as pessoas que o afirmaram. Extraordinário mesmo, seria encontrar um esqueleto de quem construiu ou ajudou a construir uma dessas coisas, ressuscitá-lo e obrigá-lo a confessar. Que eu saiba, a ciência ainda não chegou a esse ponto.
Das duas, uma: Ou há um conjunto de loucos da Universidade dos Açores, da Universidade de Lisboa, da Associação Portuguesa de Arqueologia, da Universidade Católica, da Universidade de Lisboa, de Universidades Espanholas, de Universidades Australianas, de Universidades Americanas, etc, que se juntaram em grupos distintos para construírem uma narrativa comum, contrária à de um grupo, neste momento minoritário, que a única coisa que diz é que não há nada. Esse princípio da não existência do nada pressupõe, que na ausência de tudo, nada se pode fazer, assim, essa hipótese não dá trabalho nenhum, e implica, que não é necessário investigar nada. Mas essa opinião, que não é hipótese, porque uma hipótese exige trabalho, não convenceria por exemplo um físico a desistir, porque o efeito de Casimir da mecânica quântica veio provar que o vácuo pode conter energia. Ora, no caso da construção agora descoberta em São Miguel, o nada que se invoca, é o nada histórico, daí que é muito pertinente investigar esse nada histórico porque ele contém muito esforço e muita coerência. Passar essa linha do nada, poder-se-ia pensar ser difícil, mas já foi ultrapassado, por isso, o nada histórico já pode ter significado, mas não será certamente explicado pela história. Recusar uma hipótese que ultrapasse essa linha, já não exige um esforço extraordinário, o esforço extraordinário passou a estar no lado da justificativa histórica.
Não interessa do meu ponto de vista o que pensamos que as coisas são, mas sim, o que elas são na realidade: explicadas na história ou num período fora dela.
Pelo que me foi dado perceber, os únicos factos que me parecem encaixar na explicação da estrutura da construção encontrada no Concelho da Povoação, pela sua tipologia, e apenas por isso, neste momento, não assentam na narrativa histórica tradicional.

Sobre CHRYS CHRYSTELLO

Chrys Chrystello jornalista, tradutor e presidente da direção da AICL
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