AÇORES REFORÇOS DE INVERNO PARA O GOVERNO

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A vida de um treinador de futebol faz-se de resultados, do balanço entre vitórias e derrotas, da capacidade de motivar a equipa, de potenciar novos talentos e até de relançar talentos perdidos e com isso conquistar títulos e motivar os adeptos. Talvez por isso a política e o futebol andem tantas vezes de braço dado. Vejamos. Um Primeiro-ministro , tal como os treinadores, alimenta-se de vitórias, de resultados que satisfaçam os militantes e acalmem as vozes críticas; um Primeiro-ministro, tal como um treinador de futebol, tem que dominar a arte da planificação e ter visão estratégica. Na política, como no futebol, o horizonte é incerto e está em constante reavaliação.
No futebol, os clubes vão ao mercado por alturas do Natal e Ano Novo em busca de reforços pontuais que ajudem a melhorar ou a reforçar o plantel, são os chamados reforços de inverno. Em política isso também acontece, não necessariamente no inverno, mas também os PM ou PGR vão “ao mercado” em busca de reforços para os seus governos. Ou porque há quem queira “rescindir o contrato” ou porque promessas iniciais falharam em cumprir o que delas se esperava. Não abundam Cristianos, Messis e Mbappés na política.
Vem esta análise técnico-tática a propósito das notícias que dão como garantido estar o governo dos Açores a preparar uma ida ao mercado e a equacionar uma redução da equipa na tentativa de a tornar mais ágil e acutilante. De facto, quem segue a atividade governativa com alguma atenção já percebeu que há ali peças que não encaixam no esquema de jogo que José Manuel Bolieiro e os seus dois adjuntos imaginaram no início da época governativa, tal como já se percebeu que o clube da Coligação tem uma estrutura demasiado pesada e tecnocrata. Há que agilizar processos e dotar o governo de mentes capazes de introduzir pensamento estratégico e rendilhado político onde até agora imperam os chamados “carregadores de piano”.
Bolieiro não gostou de ver plasmados na comunicação social os planos urdidos nos bastidores da governação. É natural, mas a verdade é que, até agora, a informação não foi desmentida, apenas adjetivada de especulativa com o enquadramento teórico de que é ao presidente do governo que cabe a responsabilidade de avaliar o desempenho dos seus secretários regionais e, em última instância, decidir se remodela ou não. La Palisse não diria melhor!
Com a aprovação do Plano e Orçamento para 2022, o governo saiu reforçado e deixou o PS a lamber as feridas de 2020 que, aparentemente, ainda não sararam. Esta é a altura certa para remodelar, mais mês menos mês, e preparar o governo para enfrentar a nova, s.l., liderança socialista que, previsivelmente, virá com energia renovada e olhos postos na governação.
E para completar a remodelação não basta mexer nos secretários regionais, importa olhar para algumas direções regionais que, tecnicamente não fazendo parte do governo, são um vetor importante na aplicação das políticas governativas e, neste elenco, já se percebeu que existem diretores regionais que não encaixam na visão de governo anunciada por José Manuel Bolieiro. Uma boa equipa de diretores regionais faz toda a diferença. Uma má equipa também.
(Paulo Simões – Açoriano Oriental de 05/12/2021)
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