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O centralismo político-administrativo está vivo
Os presidentes dos Governos Regionais dos Açores e da Madeira participaram há poucos dias numa reunião do Conselho de Ministros, em Lisboa, no que foi considerado um acontecimento histórico, por ser a primeira vez que tal se verificou.
Miguel Albuquerque, da Madeira, e José Manuel Bolieiro, dos Açores, entraram sorridentes, mas saíram com cara de enterro, como as imagens divulgadas bem documentam e mostram, sem margem para dúvidas.
Os dois governantes regionais traziam justificadas expectativas e foram deixados com uma mão vazia e outra cheia de nada. Eles diziam que o primeiro-ministro era um amigo das Autonomias político-administrativas insulares, mas, afinal, saiu-lhes uma “encomenda”…Habituem-se!
No caso dos Açores, existem dois problemas importantes para resolver, entre outros, obviamente, e que são da responsabilidade do Governo nacional. Um é a necessária substituição do cabo submarino entre o arquipélago e o Continente. Está praticamente fora de validade e pode comprometer as comunicações. O outro problema é a construção de um novo estabelecimento prisional na ilha de São Miguel, já que o actual tem mais de 150 anos e encontra-se muito degradado.
Boleiro – coitado! – bem que procurou disfarçar a desilusão com a reunião no Conselho de Ministros, proferindo no fim palavras bonitas, mas o rosto carregado dele valeu por mil palavras…
O antigo primeiro-ministro socialista António Costa não foi bom para os Açores e o social-democrata Luís Montenegro vai no mesmo caminho. O centralismo político-administrativo não morreu com a democracia e tem sido muito nocivo tanto para os Açores e a Madeira como para as regiões do Continente. Os governos nacionais tendem a privilegiar as grandes áreas metropolitanas, esquecendo muitas vezes o interior do Continente e os dois arquipélagos.
Valter Franco
Meu caro, não foi a primeira vez.
Vez houve que foi muito mais.
Reunião de todos os membros do Governo dos Açores com todos os membros do Governo da República.…
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Tomás Quental
Valter Franco O José Manuel Bolieiro é que disse que o encontro tinha cariz “histórico” e que, assim, se iniciava um novo relacionamento entre os Governos Regionais e o Governo da República. Frisou até que se passava de uma “Autonomia tutelada” para um…
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