açores maio 2020 causa mortis

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citarei agora Zack Magiezi:

“Causa mortis: traumatismo craniano. Fruto de mergulho profundo em pessoas rasas.”

 

 

Estamos a falar evidentemente do bom povo português. A “raça abjeta” congenitamente incapaz de que falava (esse eterno frustrado) Oliveira Martins e que aqui poderia ter escrito:

Um povo cretinizado, obtuso, que se arrasta subjugado, sem lamúrias, a não ser à mesa do café enquanto vê o futebol pois a crise não lhe permite ter TV Sport em casa, sem um lamento, sem um gesto de rebeldia, tão pouco de raiva, nem que seja surda e muito menos de revolta. Um povo que se deixa levar, indiferente e passivo, por políticos sem escrúpulos, mentirosos congenitamente compulsivos, e por múmias silentes, em estado adiantado de decomposição mental, rodeadas de pompa e circunstância e dezenas de servis conselheiros pagos a preço de outro para bajularem. Afinal, a solução dos seus problemas poderia ser bem simples, a desobediência civil que deitaria abaixo esses castelos de cartas nas nuvens . Os pobres (de espírito) alinhavam sempre com os que pareciam ter o poder e assim os legitimavam. Sempre comeram e calaram, gratos pelas migalhas, ou moedas que os senhores feudais jogavam pelas seteiras do castelo quando a turba suplicava por tais migalhas para enganar a fome. Este povo inventou a padeira de Aljubarrota, a Maria da Fonte, a Velha da Ladeira (guerras liberais, São Miguel, Açores) e outras figuras lendárias para escamotear o facto de se tratar de uma populaça perenemente amodorrada e crassa, capaz de aceitar todos os sacrifícios. Basta atentar na lenda das tripas na defesa de Portucale. Povo de chapéu na mão, espinha dobrada até beijar o chão dos senhores feudais, que sempre o espoliaram, antes de recuarem, gratos e venerandos pelas migalhas, bendizendo a generosidade dos seus donos.

Eu vivi nesse país, nesse “sítio” de que falava Eça, nessa “piolheira” a que el-rei Dom Carlos se referia (um país de bananas governado por sacanas), também fui governado por gente como o douto Conde de Abranhos “Eu, que sou o governo, fraco, mas hábil, dou aparentemente a soberania ao povo. Mas como a falta de educação o mantém na imbecilidade e o adormecimento da consciência o amolece na indiferença, faço-o exercer essa soberania em meu proveito …” Ontem como hoje. O verdadeiro esplendor de Portugal.