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HDES responde ao Sindicato dos Médicos
“Não é verdade que exista ambiente de insatisfação”
O Conselho de Administração do Hospital do Divino Espírito Santo, de Ponta Delgada, (HDES) afirma que “não é verdade que exista um «ambiente geral de insatisfação» no seio do HDES (instituição com mais de 2000 trabalhadores), ou «ausência de diálogo do CA com o corpo clínico» – que é, de resto, pedra de toque desta direção”.
Numa nota enviada ao nosso jornal, a propósito do comunicado do Sindicato Independente dos Médicos que ontem noticiámos, a administração do HDES sublinha que parte do seu plano “é conhecido, assim como a sua estratégia de ação. Muitos dos graves problemas que o HDES enfrenta são crónicos, e este CA tem o propósito de os resolver, a todos”.
Em termos de corpo médico, o balanço do CA do HDES, deste que tomou posse, é “claramente positivo, mesmo por comparação com os anos anteriores. E o número de médicos especialistas na Região continua a não poder ser resolvido com uma varinha mágica, sendo no entanto nosso propósito tudo fazer para o aumentar”.
“A estratégia regional neste momento, na qual o HDES se incorpora, é a de melhorar a quantidade da prestação de serviços aos utentes açorianos no mais curto espaço de tempo. As listas de espera em cirurgia são uma prioridade, por qualquer perspetiva que se tenha, e têm de ser resolvidas com alguma celeridade”, afirma a nota hospitalar.
“Por isso, a produtividade, tal como é encarada por este CA, privilegia mais resolver o problema do que esperar que ele possa ser resolvido organicamente. Porque há limitações. Por isso lançamos o desafio aos profissionais da casa no sentido de ser aumentada a produção, e assim estender os limites que existem naturalmente. Com base nesse ponto de partida, e face aos objetivos globais para a Saúde nos Açores, estamos a desenvolver uma série de protocolos com entidades nacionais de elevada reputação, que nos permitam ajudar na recuperação de Tempos Máximos de Espera Garantidos. Os primeiros sinais já se fizeram sentir, com algumas cirurgias de cirurgia plástica, e consultas na área da Oftalmologia e Otorrino, iniciando-se na próxima semana cirurgias extra em Otorrinolaringologia, a que se seguirão as de Oftalmologia, através do protocolo já em vigor com a Fundação AMA”, lê-se ainda na nota do HDES.
Segundo a administração do hospital, “a questão é que para esta estratégia funcionar, e possamos ter resultados com impacto ao nível da qualidade de vida da população, é necessário que estejamos todos unidos nesse desígnio que é, pensamos nós, um desígnio de todos os açorianos”.
“A posição sindical poderá entender que esta estratégia não visa contemplar os seus associados. Aceitamos. Não visa. O objetivo desta estratégia é resolver, da melhor forma, problemas de elevado impacto na saúde dos açorianos, no mais curto espaço de tempo possível. Sabemos que faz parte da luta sindical o acirrar de animosidades, ampliando pequenos detalhes, mas estamos certos que os representantes sindicais dos médicos compreendem a importância de participar no desígnio superior, que deve unir todos os profissionais desta casa, de reduzir morbilidade e mortalidade”, afirma o CA do HDES.
E acrescenta: “O Conselho de Administração não recusa, jamais, qualquer pedido de reunião de qualquer entidade, e estamos disponíveis, como sempre estivemos, para reunir com uma delegação de qualquer sindicato, nomeadamente do SIM, como várias entidades sindicais o poderão confirmar, a fim de convergir na resolução de inquietações dos seus associados, sempre balizado pelas opções estratégicas do Governo Regional dos Açores, perante o qual o HDES responde em nome de todos os seus utentes”.
“As acusações sugeridas de “falta de diálogo” não poderão ser aceites por este CA, que nunca se negou reunir com nenhum profissional desta casa, em representação ou não institucional”, lê-se ainda na referida nota.
“Ao contrário do que é descrito, nunca foram colocados entraves ao evento. Pelo contrário, tudo foi feito para que se concretizasse, seguindo as normas em vigor. No HDES vigora uma apertada política de segurança de prevenção da Covid e o nosso hospital já aprendeu muito em termos de Covid, sofreu cruelmente no ano passado, e os resultados atuais são prova da sua justeza. O que foi apresentado foi o plano que está em vigor no HDES – não foi adaptado, nem visou o que quer que fosse, se não a garantia da saúde em todo o perímetro do hospital. Considerar de “pidesco” o pedido da lista de participantes e seus contactos, que é norma corrente em todo o mundo como método de combate da Covid (se houver 1 caso entre os membros da reunião, será a primeira solicitação das autoridades de saúde), considerar a implementação de medidas básicas (e comuns) como «um triste exemplo da postura autoritária do atual CA», não foi feliz”, afirma o HDES.
“Quando, ademais, é proferido por uma entidade que representa os médicos, e que este ano reuniu em congresso, em sistema misto, com um número residual de associados presentes em sala, estando os restantes presentes virtualmente. Ora, nas diversas trocas de e-mail com o SIM, a propósito desta reunião, tal foi bem explicitado, e repetimos, de forma em tudo semelhante à de situações similares. O mesmo se passa em relação às visitas, a doentes, onde existe um Regulamento público e transparente, de regras claras. Permita-nos recordar que, assente nesse regulamento, reiniciamos as visitas no HDES ainda antes de hospitais nacionais, como o Hospital de Braga”, conclui a nota.
(Diário dos Açores de 16/07/2021)
May be an image of outdoors and text that says "Hospital do Divino Espírito Santo"
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