AÇORES DESINVESTE AINDA MAIS NA CULTURA

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📍📖Património Cultural Imaterial – Uma herança que se sente 📍📖
Escrever sobre património cultural imaterial é um desafio que começa na própria definição do mesmo. Sendo imaterial, será sempre um património que se assume como intangível, logo difícil de captar e prender numas quantas linhas. Nesse sentido, a missão da Direção Regional dos Assuntos Culturais através do Centro do Património Móvel, Imaterial e Arqueológico (CPMIA) revela-se complexa e nada linear, mas também estimulante e digna de uma estratégia própria para a Região.
A DRAC, através da CPMIA, promove, há mais de uma década, diferentes iniciativas de recolha, valorização e divulgação desse património imaterial dos Açores, seja através da sua equipa, diretamente, ou seja, em parceria com Museus e Bibliotecas da Região, que colaboram regularmente na criação de contributos para essas atividades. Falamos de sinalizações, que devem ser entendidas como inventariações sumárias, sem recurso a investigações antropológicas exaustivas, mas que servem para criar uma base de dados do conhecimento existente no arquipélago. E esse conhecimento é vasto, indo da gastronomia à música, e dos diferentes cultos ritualísticos às mais variadas celebrações e cerimónias locais.
O património cultural imaterial é feito de manifestações, saberes e práticas que assentam em tradições. O CPMIA, presentemente, trabalha em várias vertentes, com particular ênfase no levantamento do trabalho e da herança cultural associada à técnica construtiva da Viola da Terra, nas suas diversas vertentes arquipelágicas, bem como nas distintas, mas unidas celebrações do Culto ao Espírito Santo.
São duas manifestações muito diferentes, mas que unificam os Açores e as suas gentes, porquanto se reproduzem através das nove ilhas, de formas únicas e próprias do arquipélago. Esse trabalho prevê que, em tempo oportuno, venham a ser diligenciadas inscrições desses patrimónios no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI).
Para esse efeito, é realizado um trabalho minucioso, junto dos construtores da Viola da Terra e dos responsáveis pelos diversos Impérios do Espírito Santo, por todas as ilhas, procurando recolher o máximo de informação, que permita demonstrar o caráter único e original de um saber-fazer e de uma herança cultural que atravessa gerações e gerações de açorianos. A informação é transformada em fichas técnicas, de apoio, com uma base de investigação na área da antropologia cultural, devidamente complementada por recursos audiovisuais, cumprindo os rigorosos critérios da legislação em vigor.
Importa referir que, em anos recentes, todo esse trabalho foi já desenvolvido e coordenado pela equipa desta direção regional, tendo levado com sucesso à inventariação das Danças, Bailinhos e Comédias do Carnaval da Ilha Terceira. O processo bem concluído, visou promover e valorizar assim essa manifestação cultural singular.
Nos anos vindouros, procurar-se-á dar seguimento a estes processos, no que concerne ao património imaterial, com vista a enriquecer o conhecimento de toda a Região.
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