açores, autonomia e pobreza

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Reflexão urgente
Clamam por mais Autonomia político-administrativa para os Açores. Por vezes, isso é dito porque não há mais nada para dizer.
Muito foi feito em 45 anos de regime autonómico regional, agora celebrados. Mas também é verdade que muito mais podia ter sido concretizado, em benefício das populações das nove ilhas.
O que ficou por realizar não foi por falta de poderes regionais. É apenas uma desculpa, por vezes apresentada. Foi, sim, por falta de vontade, por incompetência e por deficiente planeamento dos sucessivos Governos Regionais, que muitas vezes investiram onde era menos necessário e prioritário.
Basta ver os debates em curso para as eleições autárquicas para se ter uma noção dos múltiplos e graves problemas que existem nos Açores, alguns dos quais ainda vêm de antes da implantação da democracia em Portugal, em 1974.
Mais de quatro décadas de governação própria açoriana não foram suficientes para resolver esses problemas? Entre esses problemas,
destaco a pobreza nas nossas ilhas. Temos políticos que dizem que a pobreza não é assim tão grande, mas é, infelizmente. Os debates para as eleições autárquicas têm evidenciado bem essa pobreza, que nos envergonha a todos e nos responsabiliza a todos.
O que falhou em 45 anos de Autonomia político-administrativa regional? É essa reflexão que é urgente fazer, antes de clamarem por mais poderes autonómicos.
A Autonomia político-administrativa regional, consagrada muito justamente na Constituição da República Portuguesa, em resposta a um ideal secular do povo açoriano, pode ser sempre melhorada, mas tal só fará sentido se for para resolver efectivamente os problemas existentes, para que todos os açorianos se sintam realizados e felizes.
Eu preferiria uma Autonomia com menos política e mais humanismo, com menos “tachos” e mais competência, com menos palavras e mais actos. E enquanto existir pobreza nos Açores a Autonomia é um ideal por concretizar!
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