AÇORES, AIPA, O LIVRO DOS IMIGRANTES

Cristina Borges, Leoter Viegas, Paulo Mendes, Aníbal Pires e Urbano Bettencourt apresentaram hoje o livro “AIPA – 18 anos ao serviço das comunidades migrantes nos Açores”, que conta com o nosso modesto contributo:
“Os imigrantes são bem-vindos nos Açores. Nem podia ser de outra forma, porque somos também um povo emigrante.
Eles ajudam a construir a sociedade açoriana, com vantagem para todos.
Um cidadão forasteiro que escolhe a nossa terra para aqui desenvolver o seu projeto de vida tem o mesmo valor de quem nasce nestas ilhas e só pode ser acolhido de braços abertos, como mais um de nós.
Pelos dados mais recentes de 2019, residem oficialmente nos Açores cerca de 3.900 cidadãos imigrantes. São apenas 0,66% da população estrangeira em Portugal – na nossa Região os imigrantes representam 1,6% dos residentes, numa proporção só superior aos distritos de Vila Real, Viseu e Guarda – mas, ainda assim, apresentam aqui uma tendência crescente nos últimos anos (eram 2.584 no ano 2000).
São provenientes de 95 diferentes nacionalidades dos cinco continentes, com destaque para Brasil (717), Alemanha (472), China (346), Estados Unidos da América (285), Reino Unido (253), Espanha (226), Cabo Verde (198), Itália (198), França (166), Canadá (103).
Residem maioritariamente em São Miguel (1.684), no Faial (627), na Terceira (616) e no Pico (506), mas estão nos 19 concelhos (1.128 em Ponta Delgada, 627 na Horta, 407 em Angra do Heroísmo, 209 na Praia da Vitória, 208 na Madalena, 206 na Ribeira Grande) e já são parte significativa da nossa população nas ilhas Flores (5,1%), Faial (4,3%), Pico (3,7%), Santa Maria (2,3%) ou Corvo (2,1%).
Contamos com eles. Respeitamos e valorizamos as diferenças, construímos uma sociedade plural, queremos que sejam felizes connosco.
É neste contexto que assume importância crescente a intervenção do Governo dos Açores nas áreas da Imigração e da Interculturalidade. Elas não são – não podem ser e não serão – uma competência menor da Direção Regional das Comunidades.
A preservação e a valorização da identidade cultural dos nossos imigrantes e a sua plena e natural integração na sociedade açoriana são desígnios estratégicos que a todos convocam e a todos beneficiam.
Pela sua missão e pela sua dimensão, assume aqui preponderância singular a Associação dos Imigrantes nos Açores, com um trabalho que nos apraz enaltecer e agradecer, nas pessoas dos seus sucessivos presidentes Paulo Mendes (2003-2017) e Cristina Borges (2017-2021) e do seu cofundador e vice-presidente Leoter Viegas.
Seja nos serviços prestados, com os seus Centros Locais de Apoio aos Migrantes nas ilhas de São Miguel e Terceira, seja nas atividades desenvolvidas, com o emblemático festival “O Mundo Aqui” ou as presenças pedagógicas na comunicação social, a AIPA é um parceiro indispensável do bom acolhimento que convictamente asseguramos aos “novos açorianos”.
Merece, por isso, o devido louvor e a nossa homenagem.
José Andrade
Diretor Regional das Comunidades”
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