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“A verdade é um conceito um bocado totalitário. Eu acredito nas versões”*
“Eu nunca confiei muito na verdade. Acho que a verdade é um conceito um bocado totalitário. Eu acredito nas versões. O que a democracia tem de bom é que te dá versões, não te dá a verdade única. Eu venho de um passado, em Angola, no qual existia uma verdade: a verdade do partido, que não podia ser contestada. Isso sempre me incomodou. Gosto mais da ideia de aproximação a uma verdade através de diferentes versões”.
Agualusa na senda de Nietzsche, para quem a “verdade” não era mais do que um ponto de vista; Umberto Eco, por seu turno, preferia as mentiras (ou versões da verdade, segundo Agualusa). Franco Nogueira, um dos testas de ferro de Salazar, em pleno Estado Novo, referia-se à verdade como sendo a que convinha à nação. O MPLA fez o mesmo, na Angola pós-colonial.
José Eduardo Agualusa em entrevista a José Mário Silva, “É a palavra que cria a realidade”, a propósito do seu último livro, “Os vivos e os outros”, que se passa na Ilha de Moçambique (“Expresso”, E, 3-10-2020, pp. E62-E63).

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