a tortura da PIDE PDVE não era pouca

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Para os que acham que na ditadura de Salazar não havia tortura, ou que “era pouca”. (!!)

“É com base nesse documento que Valdemar Cruz descreve as violentíssimas sessões de tortura que visavam adequar, com recurso à pancada, a realidade à estupidez da autoridade policial, inebriada pela sua força e pelo seu poder, desesperada por ver confirmada a sua fantasia, independentemente das consequências para um grupo de inocentes.

Como se sabe, veio a comprovar-se que Baleizão do Passo tinha razão e que tinham sido presas pessoas sem qualquer relação com o atentado. (…) é indubitável que o inquérito em questão deixa claro que para a PVDE não havia qualquer problema em torturar e manter prisioneiros indivíduos inocentes, preferindo, aliás, descredibilizar aqueles que punham em causa essa versão em vez de assumir o erro (p. 125). O facto de o inquérito em questão ter sido arrumado (para só voltar a ser encontrado em 1996) sem que dele tivesse saído qualquer consequência para os investigadores da PVDE que prenderam, torturaram e acusaram inocentes (cf. Pp. 173-5), é revelador da inimputabilidade absoluta da autoridade e da sua violência num regime fascista. Parte do valor desta obra está na forma como o demonstra – algo assinalável, pois, como nos recorda Manuel Loff no prefácio, mantêm-se vivos os esforços por desvalorizar a violência salazarista com o propósito de construir uma imagem branda do período do Estado Novo, como se os episódios de violência, tortura e perseguição tivessem sido a excepção mais do que a regra.”

Em Histórias Secretas do Atentado a Salazar (reedição do livro originalmente publicado em 1999, ao qual se juntam notas explicativas do autor e um útil prefácio do historiador Manuel Loff), Valdema…
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Em Histórias Secretas do Atentado a Salazar (reedição do livro originalmente publicado em 1999, ao qual se juntam notas explicativas do autor e um útil prefácio do historiador Manuel Loff), Valdema…
Em Histórias Secretas do Atentado a Salazar (reedição do livro originalmente publicado em 1999, ao qual se juntam notas explicativas do autor e um útil prefácio do historiador Manuel Loff), Valdema…

Comments
  • Carlos Leitão Carreira Havia pois. À semelhança do que se fazia nas percursoras e atuais CIA, MI5, DGSE, etc. Os métodos são todos idênticos. Nos anos 50, 60, 70, a tortura era metodologia científica, aceite, ensinada e partilhada através de cooperação entre estas polícias. See more
    • Shusan Liurai A PIDE foi uma ótima polícia política (na perseguição aos subversores) e um péssimo serviço de informações pois não conseguiu antecipar os perigos e neutralizá-los. O regime caiu e essa é a prova máxima da sua incompetência extrema, conclusão válida tanto para fascistas como comunistas. Trata-se de uma prova histórica e não de posicionamentos ideológicos. A raison d’État não o permite.
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