13 de agosto de 2021 Afeganistão: a guerra sem fim vai perdurar Não podemos continuar este ciclo de enviar soldados para o Afeganistão na esperança de se criarem condições ideais para a retirada. É hora de acabar com a guerra eterna
Joe Biden, 14 de Abril de 2021 A retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão é um dos grandes desafios de Joe Biden. Vinte anos depois da chegada ao território, na sequência dos atentados do 11 de Setembro, e após mais de dois mil soldados mortos, os EUA preparam-se para abandonar este teatro de guerra. Todo este processo está longe de ser uma vitória por parte dos norte-americanos, que ao longo das duas décadas contaram com o apoio de vários países europeus na gestão do conflito. A coligação está a ser posta à prova com as recentes conquistas de importantes cidades por parte dos taliban e que motivam um jogo de culpas entre velhos aliados. Representantes da Alemanha e do Reino Unido explicam a situação presente com o péssimo acordo assinado ainda durante o mandato de Donald Trump. É o país deles que têm de defender agora. É a luta deles, respondeu, esta semana, numa conferência de imprensa o porta-voz do Pentágono, John Kirby. Estas são as suas forças militares, são as suas capitais de província, o seu povo que têm de defender; vai realmente depender da liderança que estão dispostos a exibir aqui e agora, neste momento particular, insistiu Kirby, sublinhando que não haverá qualquer recuo no processo da retirada militar. E com o avanço, a um ritmo cada vez mais acelerado por parte dos taliban, milhares de afegãos, que ao longo destes últimos anos colaboraram com os militares ocidentais, esperam uma passagem segura para os EUA. São tradutores, intérpretes ou analistas presos na burocracia de Washington à espera de um visto que lhes permita escapar das ameaças de quem procura vingança pelo apoio dado às forças internacionais. A Operação Refúgio dos Aliados arrancou no final de Julho e os primeiros 2500 afegãos começaram a chegar à base militar de Fort Lee ainda antes do início de Agosto. ?Mas há muitos mais que a cada dia que passa vêem a ameaça crescer e um recente relatório independente diz mesmo que a capital do país, Cabul, pode vir a ser tomada pelos taliban em 90 dias. Uma ameaça à humanidade E as ameaças ao bem-estar não se resumem a conflitos armados. O novo relatório do IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas na sigla inglesa) traz um claro banho de realidade para toda a humanidade. Em qualquer cenário, o planeta deve aquecer 1,5 graus Celsius até 2040. A escala das mudanças recentes no sistema climático como um todo e o estado presente de muitos aspectos do clima não tem precedente ao longo de muitos séculos a muitos milhares de anos, pode ler-se no relatório que a jornalista Patrícia Carvalho esmiuçou.? São mudanças sem precedentes e de responsabilidade humana, sem dúvida, e que podem ter repercussões dantescas para toda a humanidade. Os sinais são claros. Desde o calor extremo que algumas cidades na Europa enfrentam, com incêndios de enormes proporções nas últimas semanas, até ao degelo nos pólos. Os sinais do impacto do aquecimento global estão à vista de todos. As controvérsias de BolsonaroUma ameaça que tem um impacto brutal sobre os mais frágeis, os mais dependentes da natureza para a sua subsistência. Como os povos indígenas do Brasil, com a vida ainda mais ameaçada devido à covid-19. Ora, a organização Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) apresentou, esta segunda-feira, uma queixa contra o Presidente, Jair Bolsonaro, responsabilizando-o pela morte de 1162 pessoas de 162 comunidades indígenas devido à forma como fez a gestão da pandemia. Acreditamos que estão em curso no Brasil actos que se configuram como crimes contra a humanidade, genocídio e ecocídio, disse Eloy Terena, da APIB. Isto, na mesma semana em que se fica a saber que uma lei criada para promover a maior transparência sobre a gestão pública e a fiscalização de poderes no Brasil está a ter um efeito contrário. O Governo brasileiro usou um artigo da legislação para bloquear durante 100 anos informações como se Jair Bolsonaro foi ou não vacinado contra a covid-19 ou quantas vezes os seus filhos tiveram acesso ao Palácio do Planalto. Mais um sinal da pouca transparência do Governo brasileiro a pouco mais de um ano das eleições que vão ditar quem será o futuro Presidente do Brasil. A decisão de vacinar as criançasEm Portugal, com parte do país a banhos e a outra a tentar resistir à primeira onda de calor deste Verão, a Direcção-Geral da Saúde decidiu recomendar a vacinação contra a covid-19 nos adolescentes entre os 12 e os 15 anos.? Uma decisão defendida há muito por políticos, como o primeiro-ministro ou o Presidente da República, e até por Gouveia e Melo, coordenador da task force para a vacinação em Portugal, que tinha apelado para que esta medida fosse tomada o quanto antes, de forma a cumprir as metas estabelecidas para a tão ambicionada imunidade grupo. E, de acordo com especialistas da Nova Zelândia, será mesmo a vacina a principal arma para se conseguir erradicar completamente o vírus, ainda que alguns países continuem a registar aumentos de novos casos. Adeus Tóquio, Paris é já aliE com o final dos Jogos Olímpicos é tempo de fazer análises e perspectivar os próximos Jogos, que decorrem em 2024, em Paris. O jornalista Marco Vaza esteve em Tóquio e viu Pedro Pablo Pichardo, que conquistou o ouro para Portugal no triplo salto, a ser o porta-bandeira na cerimónia de encerramento dos Jogos mais estranhos de sempre.? A covid-19 atrasou a competição durante um ano e chegou a ameaçar a sua realização. Ainda assim, numa prova da superação que simboliza o espírito olímpico, Tóquio viu vários atletas fazerem façanhas impossíveis para o mais comum dos mortais. E outros, que mesmo depois de já terem subido ao Olimpo, demonstram que são humanos como nós. Aqui pode ver a lista de dez nomes que marcaram os Jogos de Tóquio. Um Verão pelo interiorComo despedida, uma sugestão para uns dias de sol longe das multidões que acorrem às praias do litoral. Em Mirandela, o Ribeira House é um alojamento local que combina o melhor de dois mundos: central, mas sem o característico burburinho urbano. A pouco mais de 1h30 do Porto é um excelente ponto de partida para quem quer explorar o melhor que Trás-os-Montes tem para oferecer. Bons passeios e bom fim-de-semana. Um abraço, Ivo. |