A PREOCUPAÇÃO SOBRE OS AÇORIANOS CRUZEIRISTAS

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Víctor Alves

COVID-19

AÇORIANOS EM NAVIOS DE CRUZEIRO SÃO UMA GRANDE PREOCUPAÇÃO

Víctor Alves – (opinião)

Tem sido constante o apelo das autoridades de saúde açorianas para que as pessoas que estão a desembarcar de navios de cruzeiro e que pretendem chegar à Região,, contactem a linha de Saúde. Hoje, o último comunicado da Autoridade de Saúde Regional apelava diretamente nesse sentido, aos açorianos que efetuaram o cruzeiro com destino ao Dubai, de 7 a 14 de Março, no navio “MSC Belissima”. Este cruzeiro está a deixar forte marca entre nós, já que dele saíram pessoas infetadas que geraram pelo menos sete casos, todos hospitalizados em unidade de saúde ou domicílio, de um grupo total de oito pessoas.
Mas o apelo de hoje das autoridades de saúde da Região, confirma a suspeita de que haverá mais um grupo de açorianos, supostamente da ilha de S. Miguel, que terá efetuado o mesmo cruzeiro. Também de S. Miguel, está retido em França um grupo de 15 açorianos desembarcados no passado dia 19 em Sidney na Austrália. Desconhece-se, por outro lado, se o “MSC Fantasy”, que ontem aportou a Lisbo,a trazia também açorianos. Já em pleno mês de Março e contra o apelo das autoridades, dezenas de pessoas dos Açores enfiaram-se em navios de cruzeiro, e deu o que deu!
O caso de São Jorge prova que a importação de um vírus, no caso o COVID-19, pode ser muito perigosa. E ensina que os governantes devem ter cuidados essenciais na abordagem e resolução dos repatriamentos, e na aplicação de medidas de contenção. É que estávamos já em estado de Alerta. Ontem, o governo regional disse, em comunicado, que está empenhado em trazer para casa o grupo de 15 açorianos retido em França, desembarcados de um navio que gerou dezenas de casos de infeção. Que o faça, obedecendo ao mais rigoroso plano de repatriamento, para não colocar em risco a saúde de ninguém. Outros países estão a fazer o mesmo. Nada contra.
O que é estranho, é que o mesmo governo, que se bateu no início pelo encerramento total de portos e aeroportos, abra agora um corredor para trazer de volta todos aqueles que querem voltar a casa. Anteontem, regressou a S. Miguel um grupo de estudantes daquela ilha, que estava a fazer ERASMUS em Espanha. Em que condições? O governo regional sabia? Se soube nada disse. O mesmo governo que ontem disse apoiar o regresso dos retidos em França e dos estudantes que estão a fazer ERASMUS pelo mundo.
Pedimos aos nossos filhos estudantes do ensino superior – centenas deles, que ficassem no continente e não viessem a casa, ao que eles prontamente obedeceram. Estão fechados em terra estranha, com a saudade todos os dias a bater-lhes à porta. Mas ficaram. Nunca foi tão certo o ditado que diz que uns são filhos da mãe e os outros, filhos da outra.