Carro de transporte do rancho aos infeto-contagiosos em Santa Clara.
Tendo o surto se iniciado nesse hospital, atingindo rapidamente toda a equipa médica, ninguém se arriscava a ir cozinhar para os desafortunados doentes. Restava a imposição a dois pobres azarados, do transporte da alimentação a fornecer aos epidemiados de Pneumónica em 1918 (por exemplo).
A propósito…
“[…] Desde médicos a praças, todos foram colocados a combater a epidemia, provocando rasgados elogios desde o Alto-Comissário da República para os Açores aos órgãos de comunicação social. Os soldados vão auxiliar os serviços de saúde; fazer sopa e pão; cortar lenha e vender carne, preenchendo os cargos onde são mais necessário para que a sociedade se mantenha operacional no combate à intempérie viral.
(…) O panorama era de fome. O próprio “Açoriano Oriental” o afirma, a propósito de um furto de géneros no mercado da saudade. Não será pois de estranhar a existência de desaparecidas sopas da gastronomia micaelense, caso da sopa da Labaça da Ribeira, designada pelo dicionário “Houaiss” como planta “herbácea, pouco lenhosa”, hoje um conhecido infestante dos pastos micaelenses, cujo gado bovino nem lhe toca […]” in “A Grande Guerra nos Açores […]”, Letras Lavadas (2014); Caleidoscópio (2017). Viatura: MCM.

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