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Multas- Crónica rádio Atlântida
Ontem fui multado por estacionamento proibido numa travessa da Igreja de São Pedro, em espaço destinado a cargas e descargas.
Costumo ser cauteloso, mas pensei que, por ser um domingo, o espaço poderia ser utilizado por quem – e são cada vez menos! – os que participam em cerimónias religiosas e não dispõem de espaço nas imediações para estacionar.
Durante a celebração, fui contatado por um número desconhecido e não liguei, como mandam as regras e só quando terminou a missa, reparei no aviso que o agente de transito colocara no pára-brisas, com a multa de 60 euros. Olhei à volta e, apesar de outras viaturas se encontrarem também mal estacionadas, nada lhes acontecera. O senhor guarda, a essas, fechou os olhos, talvez para não ter mais trabalho. Cumpriu a lei comigo, e foi-se dali p’ra fora antes que o dono contestasse a falta de equidade e o mau exemplo de justiça. Ainda apanhei a viatura da polícia a abandonar o local do “crime”, mas já era tarde…
Exemplos como este há-os às carradas. Todos eles para além de provocarem mossa na carteira dos contribuintes, revelam que a importância da função policial é muitas vezes denegrida por elementos a quem falta o bom senso para avaliar as situações de infração e as razões que as originam.
Seria de toda a conveniência que as autoridades autárquicas e policiais compreendessem que, durante os horários das missas dominicais, frequentadas cada vez mais por adultos e idosos com reduzida mobilidade, há que proporcionar-lhes espaços de estacionamento que durante os dias úteis estão destinados às atividades comerciais e outras. Sobretudo quando provas desportivas são autorizadas no centro da cidade, impedindo a circulação, dificultando o trânsito e reduzindo o estacionamento, quando deveriam ser realizadas no Parque urbano, por exemplo.
Outrora os adros das igrejas eram espaços de convívio e havia sempre a preocupação de isolar os templos, destinando as imediações a atos religiosos.
A mudança de mentalidades alterou comportamentos sociais e os antigos e indiscutíveis valores religiosos, foram substituídos pela cultura do lazer, do desporto e do bem estar físico, tutelados por organismos com presença constante junto dos poderes públicos.
Chegou por isso a hora de os responsáveis paroquiais tomarem posição mais firme junto de quem de direito para facilitar o estacionamento de viaturas dos fiéis junto às igrejas, nas celebrações religiosas de domingo.
É o mínimo que poderão fazer, sob pena de um qualquer crente ser autuado, só porque um senhor agente da PSP, com um poder discricionário, entendeu cumprir o código aqui e não ali, onde outras mais viaturas também transgridem.
Justiça, equidade e bom senso, sim, mas para todos. É disso que precisamos na convivência social e o que se exige à polícia.
José Gabriel Ávila
7nov2021
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