a mudança é uma chatice,

 

a mudança é uma chatice, tudo é contra…somos um país de velhos do restelo acomodados…

 

Sobre o projecto da Praça Gonçalo Velho Cabral Sou suspeita, mas como mulher de cultura, ligada à Arte e ao Património desde sempre, não posso, neste momento, esquivar_me a dar uma opinião objectiva, isenta e o mais profissional possível, até por respeito aos cidadãos de Ponta Delgada, da ilha de S. Miguel e dos Açores em geral. O centro histórico de Ponta, Delgada tem sofrido inúmeras alterações, tendo em vista o melhoramento do seu espaço urbano e das acessibilidades. Naturalmente desde “antigo ermo” até aos nossos dias, várias têm sido as intervenções, sempre discutíveis, mas, de forma geral, visando um maior conforto para cidadãos e visitantes. Muito ainda há a fazer, é certo. Tal como em nossas casas há espaços mais públicos, outros mais íntimos, outros mais funcionais e ainda outros de lazer e bem estar. Tal é a nossa cidade, como casa colectiva, que respeita as belezas do passado, conhece a sua história, integra os vários estilos nas respectivas épocas, compreende as diferentes mentalidades conforme os períodos históricos e projecta o futuro, de acordo com uma visão actualizada e com justificação sustentada e plausível, no presente. Neste caso, o centro histórico de Ponta Delgada tem sido alvo de várias intervenções, executadas por artistas diferentes, como exposição de espaços calcetados, que se vão complementando. Neste caso, este centro procura, neste momento, criar um espaço de conforto para os cidadãos do século XXI, dentro do espírito de espaço público colectivo actual, de acordo com a matéria prima, da calçada portuguesa, que agora prepara a sua candidatura a património mundial. A solução adoptada neste projecto revela bem o conhecimento estético da actualidade, longe das florinhas e dos bordadinhos de uma época que já passou. Há que actualizar, com uma visão estética actual e esclarecida, como é esta solução. Gosto muito, independentemente de respeitar outras opiniões. Agradeço muito que não se confunda esta opinião com ligações afectivas. Obrigada pela oportunidade.

Margarida Teves Oliveira.