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A língua portuguesa é mestiça, diz Adriano Moreira Que a língua tem uma origem, um princípio todos sabemos. Que a língua tem particularidades, influências e transformações também entendemos, então porque não conviver com o seu dinamismo, com a sua mestiçagem? Foi pela vontade de descobrir os caminhos da terra incógnita, entre outras missões, que a língua portuguesa se expandiu para territórios impensáveis e hoje é a sexta língua mais falada no mundo e também o ponto de partida para a sustentabilidade da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa). Para o Professor Adriano Moreira, que defende a afirmação do português, a língua portuguesa é mestiça: "Desde as influências ameríndias, às africanas, às alemães no Brasil, por exemplo, às influências que existem em Moçambique, ou em Timor que dorme com o inimigo (Indonésia) e tem a pressão da Austrália, todas elas contribuem para o enriquecimento de qualquer um dos países, mas ao mesmo tempo cabe à CPLP defender a língua portuguesa, instrumento comum dos países que pertencem a este espaço. O Professor também reconhece tratar-se de uma missão complicada devido aos parcos recursos financeiros da organização. Sendo o Brasil a única economia emergente e nele estão depositadas as esperanças de que seja o país que vai conduzir a liderança do consenso da comunidade, segundo explicou Adriano Moreira. Que vantagens traz esta mestiçagem? Se por um lado há o medo, a resistência à mudança, por outro há um horizonte alargado a que a língua portuguesa deve estar aberta. Na semana em que se comemora o dia da língua portuguesa e da cultura da CPLP, Hélder Lucas, Embaixador de Angola junto da CPLP lança o repto: "olhar para a cultura da diversidade como um instrumento para a adversidade". Apesar da mistura, é cada vez mais evidente a vontade de uma maior simplificação, sem prejuízo de ninguém daquilo que une todos os povos da comunidade. Assim, em 1990 foi ratificado o novo Acordo Ortográfico, que Adriano Moreira defende, lembrando no entanto que nestas situações é melhor fazer Declarações e não Tratados, porque "a língua não é dominável, embora possa ser submissa no plano politico-económico". Ana Paula Laborinho, antiga presidente do Instituto Camões (IC), realçou a importância de uma maior investigação em torno dos números que demonstram a expansão da língua pelo mundo e também o papel do Instituto, numa comunicação que evidenciava o "valor da língua portuguesa". Para a professora universitária, há um interesse crescente na aprendizagem do português e também na adopção como segunda língua. Países como o Senegal, China ou República Democrática do Congo têm feito esforços nesse sentido. Aquilo que nos junta muitas vezes também é o que nos separa, desta feita importa saber o que quer dizer Domingos Simões Pereira, Secretário Executivo da CPLP, por cultura desta comunidade. "É algo que ainda estamos à procura de definir e identificar, mas no fundo é um encontro onde o português original se deixa influenciar pelas culturas africanas, brasileiras e timorenses". Se por um lado a miscigenação ajuda-nos a identificar as identidades e a sabermos de onde vimos, por outro ela também contribui para o desenvolvimento da ciência e do conhecimento, como instrumento comum. "A CPLP pode ajudar para uma maior liberdade na circulação de pessoas e de criação de obras, mas acima de tudo para uma maior abertura às instituições educativas, de saúde ou da cultura. Escolhemos a educação como o mais importante no meio de tudo isto, esse vai ser o nosso foco", explica o Secretário Executivo. @Mayra Prata Fernandes http://noticias.sapo.ao/vida/noticias/artigo/1150487.html http://videos.sapo.pt/5IusZPWYn6SdD52DnFSr
ANTONIO GIL HERNÁNDEZ ESCREVE: Parece-me do maior interesse esta afirmação do Prof. Moreira: «Sendo o Brasil a única economia emergente e nele estão depositadas as esperanças de que seja o país que vai conduzir a liderança do consenso da comunidade…»
COM.- Sem dinheiro, sem bons orçamentos, não há cultura ou cultivação nem literária nem doutro tipo. Estamos tristemente a comprovar esse facto nesta Galiza nossa: Há dinheiro escasso que apenas fica nas algibeiras os “galeguizadores”, por outro lado, promovidos amplamente (?!) pelas instituições do reino bourbónico, mesmo pela “Xunta” (ou “Yunta”), que nada faz em prol do galego e tudo faz em prol da sua lengua nacional, a castelhana.