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A autonomia, quando concebida pelos deputados à CONSTITUINTE em 1976 só poderia ser uma de duas coisas. Ou uma ferramenta para nos tornarmos “Açores” no caminho da autodeterminação, ou, uma coisa que nos fizesse continuar território português. Exorcizar a ferramenta que nos levaria à Liberdade e à nossa autodeterminação, foi determinante. Usar a ferramenta criada, para a manutenção de uma cultura colonial tão própria de Portugal, Sim!
Pelo caminho ficaram as esperanças daqueles que formaram um PPD-A, expurgado à partida pela proibição da criação de partidos ditos de regionais. Partidos políticos…só portugueses, com suas sucursais espalhadas pelas chamadas de Regiões Autónomas dos Açores e Madeira.
Durante 44 anos, só uma força política de índole Regional (por ter a sua sede nos Açores), fundada a 5 de novembro de 1979 e extinta a 1 de setembro de 2015. Incompreendida a na sua existência até por muitos açorianos, lutou sempre pela dignidade e pelo reconhecimento do Povo açoriano, nunca fugindo à luta política contra os “subservientes” ao poder de Lisboa e, acomodados aos seus interesses.
Embora as dificuldades fossem muitas, quer na área económico-financeira até às necessidades logísticas principalmente nos momentos eleitorais, os seus responsáveis nunca viraram costas à luta democrática que sempre respeitaram. Nós próprios que estivemos à frente dos destinos do PDA talvez no maior tempo de mandato de qualquer dos seus outros responsáveis, tivemos a oportunidade de apresentar grandes inovações sociopolíticas desde uma Revisão da Constituição onde o Capítulo das Regiões Autónomas foi sempre um dos nossos alvos.
Perguntarão os nossos leitores, porquê um José Ventura independentista? Já o respondemos várias vezes e, neste mesmo jornal já o fizemos por escrito em nove artigos intitulados “Sim sou Independentista” entre as datas de 16 de janeiro a 11 de julho de 2014. ( https://www.yumpu.com/pt/document/view/60560413/sim-sou-independentista)
De olho no olho: Fazendo parte integrante da plataforma dos 8 partidos de reduzida expressão eleitoral, que os grandes queriam eliminar, na reunião havida com o Presidente da República Prof. Aníbal Cavaco Silva, a 25 de janeiro de 2008, sobre o assunto, tomamos a posição frontal como líder do PDA e depois de nos identificar, dizer-lhe: “Saiba V. Exa. que desaparecendo o PDA único partido que consideramos Regional por ter a sua sede nacional nos Açores e como tal, agindo em defesa dos seus interesses, será o ressuscitar de um fantasma adormecido” afirmação essa que ele entendeu bem assim, todos os presentes, conforme apartes e, comentários posteriores.
Aparecimento público: Não admirar pois, que em maio de 2012 e, acompanhado por um grupo de cidadãos comungando do mesmo ideal e na certeza de uns “Açores Sempre” tivéssemos tomado a iniciativa de reavivar o Movimento que o seu carismático e saudoso líder, Dr. José de Almeida afirmava ser o um “estado de alma” e, nos seus derradeiros momentos de vida teria incentivado a sua continuidade ao nosso companheiro Álvaro de Lemos.
Açorianidade serôdia – Chamados de terroristas por um intelectual “emigrado” em livro de ficcionismo histórico, pela nossa participação no 6 de junho de 1975, somos agora acusados de açorianidade “serôdia”. Se atendermos ao significado da palavra (que aparece ou acontece fora do tempo considerado próprio) queremos retorquir ao seu autor dizendo-lhe, olhe que não sr. Dr. olhe que não, os independentista de hoje tais como os de ontem não têm na de “serôdio” são “fruta do tempo” e, continuam a confirmar sê-lo não se deixando seduzir pelo bom emprego ou cargo administrativo.
Independentista é concordar sem reservas com a resolução Nº 1514 da Assembleia Geral das Nações Unidas que afirma que os povos podem, para seus próprios fins, dispor das suas riquezas e recursos naturais sem prejuízo das obrigações resultantes da cooperação económica internacional, baseada no princípio do proveito mútuo e do direito internacional. É por isto que estamos e lutamos pela causa que chamamos de “Açorianidade”. Este o nosso Partido…
O governo português viola sistematicamente e constantemente desde 1975 o direito universal de autodeterminação dos povos dos Açores e da Madeira.
Até quando estaremos disponíveis para encarar a subserviência de uns quantos que tal “jericos” tentam apanhar a cenoura na ponta de uma cana, abanada por uns senhores que falam à moda.
Açoriana, Açoriano… Luta enquanto puderes pelos teus objetivos, porque o pior castigo não é perder ou ser derrotado. Castigo… é ficar incapaz de lutares pelo teu sonho.
José Ventura
2020-09-02