A falsa imagem de desenvolvimento e sofisticação Grande Lisboa

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Bom dia, amigos.
Aviso desde já que o texto de hoje é polémico e sem paninhos quentes.

Quem gostar, gostou.

Quem não gostar, pode riscar-me da lista de amigos.

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer aos atrasados mentais da área da Grande Lisboa que, numa clara demonstração de desprezo e desrespeito pelo próximo, andaram por aí em festas e festarolas a infectar tudo e todos e agora, por causa desses idiotas, arriscamos um novo confinamento.

Em suma, Verão estragado.

Obrigado, pois.

Em segundo lugar uma nota para mim muito mais relevante.

Falemos então disso.

Em 1967, o País acordou para uma triste realidade.

Fruto das cheias que então afectaram a região da Grande Lisboa, os Portugueses descobriram, com alguma estupefacção, que havia centenas de milhares de pessoas a viver na mais negra miséria.

Na altura, tudo foi levado pela água, inclusive a vida de 900 almas.

Foi necessário uma desgraça para que se enfrentasse um problema – arranjar habitação digna para quem dela necessitava.

Seria contudo preciso esperar pelo 25 de Abril para que esse esforço fosse levado mais a sério, mas conseguiu-se.

Erradicaram-se as barracas.

Porém, volvidas mais de quatro décadas, o País volta a acordar para um pesadelo.

A miséria em que vivem centenas de milhares de pessoas na Grande Lisboa leva a que o surto de Covid se propague como fogo em estopa seca.

De repente, os Portugueses descobrem que há uma maré humana a viver com poucas ou nenhumas condições higieno-sanitárias no formigueiro dos bairros miseráveis de Loures, Lisboa, Odivelas, Amadora, Sintra e da Margem Sul.

As imagens transmitidas pela TV do bairro da Jamaica chocam as nossas almas cristãs, estragam-nos o jantar.

Hipocritamente, muitos benzem-se, falsamente horrorizados, e exclamam: Meu Deus, como esta gentinha vive!…

A questão é que poucos ou nenhuns gostam de falar do problema, pois isso equivaleria a reconhecer que se atirou para guetos uma imensidão de famílias.

Os que colocam o dedo na ferida são logo apodados de fascistas ou coisa pior.

Pessoalmente, pouco me importa do que me cataloguem.

Interessa-me apenas a correcção do problema.

E esse problema consiste no seguinte: qual a zona do País onde o Covid está em força?

Resposta: na Grande Lisboa.

Mas em que zonas da Grande Lisboa?

Resposta: nas zonas socialmente mais deprimidas.

Hoje, como ontem, a tragédia abate-se sobre os miseráveis.

A que se deve a existência de tanta gente a viver em tão precárias condições?

Vejamos.

Nas últimas três décadas, o número de imigrantes que demandaram o nosso País decuplicou.

De escassos 50 mil em 1980, passaram para meio milhão, atraídos pelo desenvolvimento que Portugal conheceu e pela expectativa de melhores condições de vida.

As mesmíssimas razões, aliás, que levaram mais de um milhão de Portugueses a emigrar na década de 60 do século passado.

Muitos desses imigrantes que procuraram o nosso País adaptaram-se, especialmente no que diz respeito a brasileiros e eslavos.

Estudaram, trabalharam, esforçaram-se e hoje pouco ou nada os distingue da população em geral.

A razão para isso foi simples – tratava-se, designadamente no caso dos eslavos, de mão-de-obra qualificada e acima de tudo com vontade de singrar.

Mas entre a mão-de-obra que Portugal atraiu veio também muita gente completamente desqualificada, a qual pouco mais tinha para oferecer do que trabalho braçal.

Gente culturalmente muito distinta, com usos e costumes enraizados e pouco ou nada disposta a abdicar deles.

Gente que fez pouco ou nenhum esforço para estudar, para se integrar, e que cedo compreendeu que a cultura do não-trabalho compensava.

Sobrevieram a inacção, a preguiça e os vícios, especialmente o alcoolismo e a droga.

E o dinheiro que não havia para os vícios passou a vir do tráfico e dos roubos.

Entre os que optaram por este digamos estilo de vida pontificam os que vieram dos PALOP, que ascendem hoje a 150 mil almas.

A estes há que acrescentar muitos outros que entretanto obtiveram nacionalidade portuguesa, mas que, como os seus pais e avós, vivem nos guetos para onde foram relegados e que, em muitos casos, também optam pelo não-trabalho, pois receber subsídios do Estado e traficar uns pacoletes é bem mais cómodo do que dar no duro.

Abraçar semelhante estilo de vida em Portugal não é aliás caso inédito.

Antes deles já a comunidade cigana residente no nosso país, forte de 40 mil indivíduos, o tinha feito.

E entre estes o problema será até mais grave – nove em cada 10 ciganos portugueses mal sabem ler e escrever.

É muito bonito e politicamente correcto sustentar que Portugal não tem um problema de integração com esta gente e propalar aos sete ventos que quem ousar denunciar isto é racista.

Claro que se poderá argumentar que vivem em condições difíceis e, não raras vezes, por vezes muito difíceis.

Mas também se poderá perguntar o que fizeram para melhorar as suas condições de vida.

Continuar a ignorar este problema equivalerá a enfiarmos a cabeça na areia.

Claro que poderemos dizer que é, basicamente, um problema de Lisboa, de Loures, de Odivelas, da Amadora, de Sintra ou da Margem Sul.

Poderá até ser.

Mas é também um problema de outras zonas do País, um problema grave, que urge resolver a todo o custo.

Portugal tem um desafio pela frente que terá de solucionar o quanto antes.

É assunto para resolver num mandato legislativo?

Não, não é.

Demorará pelo menos uma geração.

Mas creio que é mais do que altura de arregaçarmos as mangas e pormos mãos à obra.

E enquanto não houver coragem para dar um murro na mesa e dizer que a festa acabou o problema permanecerá e, pior do que tudo, terá tendência para se agudizar.

É mais do que tempo de enviar uma mensagem clara aos que, tendo escolhido Portugal para viver, não querem adoptar o estilo de vida do nosso País e preferem o regabofe, obrigando ao pagamento de uma factura que o País não pode e não deve suportar.

E essa mensagem nada tem de difícil: obrigar os jovens a estudar e os adultos a trabalhar.

Os imigrantes estrangeiros que não o quiserem fazer têm uma saída simples: voltar para onde vieram.

Os Portugueses que optarem pelo mesmo caminho têm também uma saída fácil: acabam-se os subsídios.

Subsídios para velhos e doentes?

Pois com certeza.

Plenamente de acordo.

Para malandros, Portugueses ou não?

Era só que faltava!

Chegados a este ponto, por favor não me venham com o discurso dos coitadinhos.

Coitadinho sou eu e tantos outros como eu, que andaram a dar no duro 40 anos e mais para termos uma reforma ratada por uma coisa chamada factor de sustentabilidade, que deve ser sinónimo de sustento para malandros.

Coitadinho sou eu e tantos outros como eu, que viram os melhores anos da sua juventude ser roubados por uma coisa chamada serviço militar obrigatório.

Coitadinho sou e tantos outros como eu, que sempre cumprimos a lei e nunca fomos presos.

O que não constitui impedimento para sermos obrigados a sustentar presidiários.

Coitadinho sou eu e tantos outros como eu, que sempre pagámos bambúrrios de impostos e pouco ou nada tivemos em troca do Estado.

Por tudo isso, por favor não me venham com discursos de coitadinhos.

Dispenso.

O caminho a seguir é pois claro: fazer um sério esforço reeducativo.

Importa educar, educar, educar.

E se for preciso obrigar terceiros a aprender que esta vida não é só direitos, mas também deveres.

Só assim será possível erradicar de vez um problema que ninguém parece querer ver e que nos envergonha a todos.

Mas também não é a fechar as pessoas em guetos que vamos lá!

A falsa imagem de desenvolvimento e sofisticação que a Grande Lisboa pretende passar não pode resumir-se à Linha do Estoril e ao Chiado.

E o resto?

É paisagem?…

Se nada for feito ninguém se poderá admirar que um simples vírus ponha todo o País em causa.

Uma boa sexta-feira para todos.

(da página do FaceBook de Jorge Alves)