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A época em que os Estados Unidos necessitavam de protecção portuguesa.
Quando os Estados Unidos da América conseguiram a sua independência da Grã-Bretanha, foram confrontados com problemas que até então desconheciam.
Um destes problemas, partilhado pela maioria das potências Europeias da altura, eram os ataques dos piratas berberes.
Até então, os Estados Unidos não se haviam apercebido dessa realidade, na medida em que beneficiavam da protecção Britânica.
Os piratas berberes tinham as suas bases no Norte de África numa extensão territorial que atualmente corresponde a Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia.
Para os Estados Ibéricos este tipo de ataques não eram uma novidade pois aconteciam , ainda que com dimensão variável, com regularidade, desde a reconquista.
Porém, no século XVIII, a capacidade náutica ( e bélica) dos piratas registou um crescimento substancial tendo-lhes permitido, inclusive, atacar a costa britânica.
Geralmente os piratas e os Estados Europeus negociavam períodos de paz, mediante o pagamento de tributos, o que lhes permitia, temporariamente, parar os ataques. Esta estratégia foi adotada, enquanto meio de defensa principal, pela França, Espanha e Inglaterra.
No que diz respeito a Portugal, numa primeira fase, a sua estratégia de defesa passou por confiar a escolta do seu comércio marítimo à chamada Frota do Estreito.
Esta frota tinha a capacidade de impedir que os piratas deixassem o mar mediterrâneo, impedindo-os de interferir na rota de comércio do Atlântico.
Tendo conhecimento desta frota e do facto de Portugal ser, aquela data, a única potência naval que não havia celebrado um acordo com os piratas, os Estados Unidos da América, pediram proteção e escolta à Marinha Portuguesa.
No entanto, atendendo a que a frota berbere estava cada vez mais fortificada, em parte, devido ao dinheiro proveniente dos tributos pagos no âmbito dos acordos de paz celebrados com os Estados Europeus, Portugal alinhou com a estratégia dos demais e celebrou um tratado com vista a suster os ataques à sua frota comercial.
Disto reza a história que a mudança de estratégia portuguesa em relação aos piratas berberes conduziu os Estados Unidos da América, que ficaram sem nações europeias às quais recorrer, a investir em forças navais próprias apesar das indecisões internas que alguns relatos nos dão conta.
Imagem: Ilustração de fragatas portuguesas autor desconhecido
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