A DEGRADAÇÃO DO CLUBE NAVAL DA HORTA

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CLUBE NAVAL DA HORTA
Fundado a 26 de setembro de 1947, o Clube Naval da Horta foi o resultado do interesse e mobilização do povo faialense para dar continuidade ao trabalho desenvolvido pela secção náutica da Junta Local da Liga Naval Portuguesa, havendo-se instalado, em janeiro de 1948, a título precário no Castelo de Santa Cruz.
Tendo em 1968 sido obrigado a abandonar este espaço e a vender parte do seu espólio, tal resultou numa enorme crise na dinâmica e promoção das atividades culturais e náuticas na ilha do Faial, instalando-se em 1973 na antiga casa dos remadores da Alfândega (junto ao castelo de Santa Cruz).
Enfrentando ao longo da sua história inúmeras dificuldades, os sócios e os simpatizantes do Clube Naval da Horta conseguiram, sempre, desenvolver um conjunto de iniciativas de carácter recreativo-cultural (exposições, regatas, gincanas, construções na areia, entre outras) mas, também, formativo e competitivo (concursos e semanas desportivas).
É na esteira deste empenho e dinâmica organizativa que, em 1975, o Clube Naval da Horta programou, a par de uma comissão para o efeito eleita, a receção da regata oceânica Mocra Azores Race – Portmouth UK/Horta, dando origem ao conceito da realização anual de festejos náuticos, que passam, posteriormente, a designar-se por “Semana do Mar”.
Com um número cada vez maior de praticantes nas suas diversas secções náuticas, volta a mudar de instalações em 1989, ocupando as instalações de apoio à marina da Horta.
Esta mudança de instalações permitiu alargar a capacidade organizativa do Clube Naval da Horta, onde se destaca, para além da Semana do Mar, a organização da regata “Horta-Velas-Horta” em 1983 e em 1988 a “Atlantis Cup”, que tornar-se-á a maior regata oceânica a ligar as ilhas dos Açores até à atualidade.
Fruto desta capacidade de saber organizar e de mobilização de um número muito significativa de colaboradores sócios e simpatizantes, o Clube Naval da Horta ganha notoriedade nacional e internacional, sendo organizador de inúmeras competições náuticas da classe cruzeiro, mini, e de vela ligeira, onde se destacam o Campeonato de Portugal de Vela Cruzeiro, a Rota das Hortênsias, a Vannes – Les Açores (Horta)- Vannes, a Les Sables – Les Açores (Horta) – Les Sables, o Campeonato de Portugal da Classe 420 e Optimist, Campeonato Nacional de Vela Adaptada, bem como os Encontros Internacionais de Vela Ligeira.
Em termos individuais é igualmente relevante os títulos nacionais e internacionais obtidos por diversos atletas, com são exemplo o título de campeão europeu obtido por Rui Dowling na Classe Hansa 2.3 ou o título de campeão nacional obtido por Rui Silveira em Laser Standard.
Esta dimensão nacional e internacional leva a que o Clube Naval da Horta se transforme gradualmente no embaixador do turismo náutico do Faial e dos Açores além-fronteiras, resultando no convite para participação em salões náuticos nacionais e internacionais, como são o caso da Nauticampo, Feiras de Barcelona, Madrid e Paris, bem como os prémios que tem recebido pelas Federações Estrangeiras e Nacionais das diversas modalidades náuticas.
Esta dimensão náutica exterior é acompanhada localmente pela dinamização de 11 secções náuticas – Vela e Remo em Botes Baleeiros, Apneia, Canoagem, Pesca Desportiva, Natação, Vela Ligeira, Vela de Cruzeiro, Remo, Jet Ski, WindSurf, Mergulho e o Radiomodelismo, sendo responsável pela formação de centenas de atletas e de outros agentes náuticas na área do recreio.
Atualmente as instalações disponíveis para o desenvolvimento desta intensa atividade, designadamente a sede do Clube Naval da Horta, esgotaram há muito a sua capacidade de resposta, sendo os espaços existentes evidentemente diminutos para o armazenamento do material náutico, trabalho de manutenção e para a salvaguarda do investimento realizado na reparação do património baleeiro, assim como para a realização das tão necessárias restantes atividades de apoio à náutica. Acresce a este facto, o estado de significativa degradação do edifício em causa, que fruto da ausência de manutenção por parte do seu proprietário, o Governo Regional dos Açores, apresenta um crescente rol de problemas estruturais, colocando mesmo em causa a segurança dos atleta, treinadores, funcionários e sócios do Clube Naval da Horta.
Neste sentido e no ano em que o Clube Naval da Horta celebra os seus 75 anos de existência, entende-se que o estado de degradação e exiguidade da atual Sede do Clube Naval da Horta não deverá perpetuar-se, sendo urgente a sua resolução.
Por estas regiões o Clube Naval da Horta pede a reabilitação do seu edifício.
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Sobre CHRYS CHRYSTELLO

Chrys Chrystello jornalista, tradutor e presidente da direção da AICL
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