a crise vista em 2006, nada mudou exceto mais guerras e vírus

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DESEMPREGO, JUSTIÇA SOCIAL. 19 DEZ.º 2006. CRÓNICA 33

Preocupa-me o desemprego, que levou milhares de portugueses a deixarem o país (exceto para Espanha onde fazem deles escravos numa qualquer pocilga agrícola). Nem os imigrantes da África subsaariana querem vir para cá. O rendimento de reinserção social é desincentivo ao emprego para manter dois milhões abaixo do limiar da pobreza. São tão pobres que nem votam.

A legião dos desempregados cresce na UE. Há milhões, sequiosos de trabalho. Ninguém acredita que saiam à rua, e para isso temos a polícia, mais eficiente, forte e equipada a soldo dos donos disto tudo. Pensar livremente a Europa devia ser uma tarefa prioritária. O Velho Continente está moribundo. É a Era da Ásia. A China e a Índia a progredir economicamente nas periferias dos seus impérios. Os EUA em declínio acelerado mas em negação. A África continuará (como até agora) irrelevante. Tudo entremeado por guerras, com conotações religiosas, ou nem por isso. O reinado da Europa (da Idade Média até hoje o poder dominante) a acabar.

Os jovens só terão reformas, se acabarem as injustas mordomias e regimes de exceção. Há que fazer o cálculo a toda a carreira contributiva, com um teto máximo. Diz o governo, das duas três: ou trabalham mais anos e descontam, ou recebem menos. Trabalhar mais é impensável, o patronato não gosta da ideia e não contrata com mais de 35. Mais vale pagar-lhes a reforma.