a crise sísmica e a história

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A crise sísmica registada nos últimos dias em São Jorge, tem evoluído, segundo os responsáveis pelo CIVISA e configura, pela sua localização, contornos vulcânicos.
A população está naturalmente preocupada e as entidades locais e o SRPCA estão a programar respostas caso a situação se agrave, o que pode acontecer, sem aviso prévio.
O tema é notícia nos media nacionais, ao contrário de outros eventos em que participam autoridades regionais, Presidente e Vice-presidente, como o aniversário da Casa dos Açores em Lisboa, e as cerimónias comemorativas da emigração açoriana para o Brasil nos próximos dias.
O que os açorianos e os jorgenses desejavam era sentir a solidariedade presencial do responsável máximo do Governo, já que a Ilha não dispõe de condições satisfatórias para acorrer a situações de emergência.
Não há navios de passageiros com capacidade para acorrer ao transporte de pessoas e doentes acamados, nem hospital preparado para prestar cuidados de emergência, nem condições para salvaguardar animais em caso de erupção (que esperemos não ocorra!).
Estas são situações que estão na cabeça dos responsáveis e nos planos de evacuação, bem como nas preocupações dos locais que gostariam de ser acompanhados pelos principais responsáveis regionais.
Infelizmente, outras festas e outras celebrações distantes falaram mais alto na agenda governativa.
E é pena.Quando situações imprevistas e eventualmente aflitivas não tocam nas preocupações dos agentes do poder, não se espere que, mais tarde, os cidadãos “esquecidos” não se recordem de quem os “abandonou”.
Na História de São Jorge ainda há memória da crise sísmica dos anos 60 que enviou para os colonatos de Angola tantas famílias com seus teres e haveres para refazerem suas vidas. Essa tragédia deve estar presente em mais esta crise, sob pena de a ilha esvair-se de braços de gente forte, resiliente, que precisa de ser acompanhada no infortúnio.
Rui Moreira and 10 others
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