A COMUNICAÇÃO SOCIAL QUE NOS MANIPULA – 14.2.2020- CRÓNICA 317

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A COMUNICAÇÃO SOCIAL QUE NOS MANIPULA – 14.2.2020- CRÓNICA 317

Esta semana resolvi ler e ver tudo o que pude da comunicação social nacional e apercebi-me de várias curiosidades. Acidentes, mortes, violência: CM e TVI. Quanto mais violento, mais alarmista, sensacionalista, assustador, melhor. Em vez de falar dos verdadeiros problemas do país, ataca-se o SNS (imperfeito e subfinanciado) para convencer o pessoal de que os hospitais privados é que são bons, quanto mais se denigre o SNS mais privados surgem a atrair doentes.

Arranjam-se causas menores para agitar a população. Propaga-se tudo sem contraditório, sem análise ou investigação. O que interessa é espalhar o medo, e levar o povinho a aceitar tudo.

Inundam ecrãs e jornais com futebol, discutem por horas se os 2 cm eram fora de jogo, se havia penálti, se o árbitro fora comprado, acusações entre dirigentes, provocando os mais básicos instintos em adeptos e claques (estas são um viveiro de neonazis e outras franjas). Enchem-nos de imagens da riqueza de jogadores, criando a sensação de que qualquer um de nós pode atingir esse estatuto e incentivam um consumismo desenfreado para criar a impressão de que necessitámos do último modelo de telefone ou outro equipamento.

Descrevem o país como o melhor em todas as trivialidades sem mencionarem os verdadeiros heróis, inovadores, criadores, peritos nas suas áreas cientificas.

A literatura (sem ser em massa, ou feita a martelo, como dantes a de cordel) ou as artes, são menosprezadas e consideradas a coutada de elites cultas.

Por idêntico motivo a poesia, teatro, bailado parecem especialidades favoritas dos internados em manicómios.

Se pensam que deliro, transcrevo um especialista da iniciativa BRAIN, neurocientista Rafael Yuste, sobre a descoberta dos segredos do cérebro.

“Estamos num momento em que podemos decidir que tipo de humanidade queremos.”

Yuste, catedrático da Universidade de Colúmbia (EUA) sabe o que a neurotecnologia é capaz de fazer nas nossas mentes e teme que escape ao controlo se não for regulado. O homem que impulsionou um projeto de seis biliões de dólares (EUA) para investigar o cérebro, enumera com preocupação os movimentos recentes:

O Facebook investiu um bilião de dólares na empresa que trabalha a comunicação entre cérebros e computadores. A Microsoft desembolsou outro tanto na iniciativa de inteligência artificial de Elon Musk, que investe 100 milhões na Neuralink, a companhia que implantará fios finíssimos no cérebro dos utilizadores para aumentar as competências.

O Google está a fazer esforços semelhantes. Chegou a era do neurocapitalismo. A privacidade máxima de uma pessoa é o que ela pensa, mas agora já começa a ser possível decifrar isso,” alerta Yuste.

“Em 2014, cientistas conseguiram transmitir “olá” diretamente do cérebro de um indivíduo ao de outro, a 7700 km de distância, por impulsos elétricos.

Em laboratórios foi possível recriar a imagem mais ou menos nítida do que uma pessoa está a ver analisando as ondas cerebrais que produz. Graças à eletroencefalografia, cientistas puderam ler diretamente do cérebro palavras como “colher” e “telefone” quando alguém pensava nelas.”

Agora imaginem os poderes de quem dispuser da tecnologia.