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A caminho da albanização mental
Outra fresta de dignidade que se fecha. Na minha zona de residência foram morrendo uma a uma, substituídas por cafetarias de duvidoso interesse, casas de trapos, um “bar-barbearia” ou simplesmente reutilizadas como halls de acesso a esses armazéns de camas que são os hostéis. Por volta de 2010 eram umas nove ou dez e convidavam a um agradável passeio que começava na Almarjão, na Travessa da Queimada, e, logo com passagem pela Artes e Letras, pela Olissipo e pela Camões, no Largo da Misericórdia, descendo-se depois pela Rua da Misericórdia, onde resistia a Guimarães. Depois, virava-se à esquerda e na Rua Nova do Almada ia-se à Barateira, assassinada quando se abeirava dos 100 anos de vida. Hoje fecha a Livraria Campos Trindade, na Rua do Alecrim. Dessa plêiade só subsiste a Bizantina, do Carlos Bobone. Lisboa vai morrendo à míngua dos últimos adereços de cultura, de bibliófilos e leitores. E dizem que temos a “mais bem preparada geração de sempre”!