Alemanha vai devolver padrão português levado por Diogo Cão à Namíbia

Alemanha vai devolver padrão português levado por Diogo Cão à Namíbia

É um marco da navegação portuguesa que ganhou morada no litoral sudoeste de África em 1486. A ministra da Cultura alemã acredita que a devolução do monumento é um processo de reconciliação do país com o passado.

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Alemanha vai devolver padrão português levado por Diogo Cão à Namíbia

É um marco da navegação portuguesa que ganhou morada no litoral sudoeste de África em 1486. A ministra da Cultura alemã acredita que a devolução do monumento é um processo de reconciliação do país com o passado.

Foi há mais de 500 que o navegador português Diogo Cão colocou na costa central da Namíbia este padrão que ergue o escudo de Portugal. Com cerca de dois metros de altura e mais de 350 quilos, o monumento que deu àquela zona o nome de Cabo da Cruz e que marcou o período das navegações portuguesas retornará agora a casa, depois de anos sob a alçada do Museu Histórico Alemão. De acordo com a BBC, a ministra da cultura alemã Monika Gruetters anunciou que o museu irá devolvê-lo à Namíbia depois de ter sido levado durante a era colonial.

Quando a área onde Diogo Cão deixou a cruz de pedra se encontrava sob controlo colonial alemão, na década de 1890, foi levada pela Alemanha e, assim, transferida para a Europa. Mas a Namíbia voltaria para a resgatar. Em 2017, pediu mesmo o retorno do monumento e na sexta-feira o museu de Berlim acordou formalmente com o pedido. O padrão de calcário deverá ser devolvido em agosto.

A Alemanha comprometeu-se devolver os artefactos e restos humanos às suas antigas colónias, o que a ministra Monika Grütters acredita ser “um claro sinal de que (o país) está comprometido em aceitar o passado colonial”.

E não é a única. Também o embaixador da Namíbia na Alemanha, Andreas Guibeb, considera que este é um “importante passo para se reconciliar com o passado colonial e o rastro de humilhação e injustiça sistemática que deixou para trás”.

A cruz tornou-se tão conhecida que até surgia em mapas antigos daquela área. O presidente da fundação do Museu Histórico Alemão, Raphael Gross, disse que o padrão é uma representação do “lento início do domínio colonial na atual Namíbia”.